“Cooperando com o grupo terrorista, a mídia esconde imagens de seus
ativistas e a imprensa internacional está contado apenas a metade de estória”,
dizem os jornalistas israelenses.
Francisco Vianna
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Uma rara imagem vista na mídia: um terrorista do HAMAS, encapuçado, se prepara para lançar mísseis contra Israel a partir de túneis, que as FDI estão destruindo um a um. |
Sobre a guerra na Faixa de
Gaza, temos visto quase tudo na mídia, nacional e internacional, como
destroços, crianças palestinas mortas, israelenses correndo para abrigos a se
protegerem da chuva de foguetes do HAMAS, tropas militares israelenses
manobrando e filmetes das FDI mostrando o interior dos túneis por onde os
terroristas atacam israelenses passando por baixo da fronteira usando o subsolo
como toupeiras assassinas.
O que não se vê, praticamente,
são imagens dos terroristas do HAMAS dentro de Gaza, com seus tradicionais
rostos cobertos como fazem os bandidos de um modo geral, para não serem
reconhecidos pela polícia. Sabe-se que eles estão lá, uma vez que alguém deve
executar o lançamento de foguetes contra Israel (mais de 2.800, até agora) e
usando os túneis que ainda não foram demolidos para atingir e matar soldados
israelenses em sua retaguarda, dentro de Israel.
No entanto, até agora, as
únicas imagens que temos visto (ou pelo menos ouvido falar) são os vídeos das
FDI que mostram os guerrilheiros do Hamas usando hospitais, ambulâncias,
mesquitas e escolas (além dos citados túneis) como base de lançamentos
balísticos contra alvos israelenses ou para movimentar armas ao redor de Gaza.
Por que não se vê jornalistas
e fotógrafos do HAMAS dentro de Gaza?
Acontece que é mais do que
sabido que o HAMAS não quer que o mundo veja as imagens de terroristas
palestinos disparando seus foguetes cedidos pelos iranianos contra Israel a
partir de hospitais, escolas e etc., onde escondem suas bases de lançamento e
arsenais, usando locais densamente povoados como escudos humanos a proteger
tais recursos bélicos. Então, a pergunta que cabe é que, se temos podido ver
imagens de ambos os lados em luta em praticamente todas as outras guerras, como
na Síria, no Iraque, e na Ucrânia, por que Gaza tem sido uma exceção?
Caso os jornalistas locais
estejam sendo ameaçados e intimidados pelo HAMAS, deveriam enviar suas matérias
e fotos para fora da Faixa e fazê-las publicar, até sob pseudônimos, uma vez
que a imprensa em qualquer lugar está ávida por este material informativo.
Para muitos espectadores, a
narração desta guerra está a parecer algo bem direto e unilateral, ou seja, “o
poderoso Israel está a bombardear os pobres e indefesos palestinos”. Isso é o
que os menos informados estão a inferir, ou são levados a deduzir, quando não
existem imagens feitas do lado palestino da luta.
No último 15 de julho, o
jornal americano The Washington Post publicou uma matéria de William Booth, que mostrou como
o Hamas usa o Hospital al-Shifa, um dos maiores da cidade de Gaza, como uma
base de operações de guerra, a pôr em risco direto dezenas e até centenas de
pessoas não envolvidas nesta guerra assimétrica – entre um estado de direito e
uma associação de grupos terroristas –, mas, mesmo assim, tal menção na citada
matéria não passou de meia frase escrita no seu oitavo parágrafo, onde se lia:
“...o ministro retornou antes que
chegasse ao hospital, que se tornou, de fato, um quartel-general dos líderes do
HAMAS, que podem ser vistos pelos corredores e usando salas como escritórios”.
Da mesma forma, uma agência de
notícias (?!) palestina, a JTA, relatou esta semana que o HAMAS, na semana
passada, executou dezenas de palestinos suspeitos de colaborar com Israel. Mas
o fato não foi sequer mencionado pela grande mídia que cobre a guerra. Tampouco
os repórteres e editores parecem interessados em contar esse lado da estória, a
parte da encrenca que mostra o que os terroristas o HAMAS, afinal, estão a
fazer em Gaza. Estariam eles incapacitados para tal? Consideremos então que
sim.
Nick Casey, do jornal
americano The Wall Street Journal,
tem recebido uma série de ameaças à sua pessoa e família e a hipótese do
surgimento de barreiras de toda espécie, para impedi-lo de continuar a cobrir o
conflito em Gaza, caso ele não retirasse a matéria que postou no Tweeter com
fotos bem elucidativas de como o HAMAS tem usado o hospital al-Shifa como uma
base de suas operações.
E ele teve que retirar tal
postagem sob a pena de perder sua capacidade de continuar seu trabalho
jornalístico na área dos combates e até mesmo, quem sabe a própria vida e a de
sua família.
Vários jornalistas ocidentais
que trabalham atualmente em Gaza foram perseguidos e ameaçados pelo Hamas por
documentar casos de envolvimento do grupo terrorista na execução de sua própria
gente na guerra contra Israel. Autoridades israelenses disseram que lamentam
como alguns profissionais da mídia internacional, aparentemente, se deixam
intimidar e não informam sobre tais incidentes.
Os jornais da região, já por
diversas vezes, confirmaram vários incidentes nos quais os jornalistas foram
interrogados e ameaçados. Não será surpresa, pois, se alguns começarem a
aparecer mortos. Estes casos envolvendo fotógrafos que tinham tirado fotos de
agentes do Hamas em circunstâncias comprometedoras – homens armados se
preparando para disparar foguetes a partir de dentro de estruturas civis e/ou
combate à paisana – sendo então abordados por homens do HAMAS, intimidados,
agredidos, e com seu equipamento confiscado. Outro caso envolvendo um repórter
francês foi inicialmente relatado pelo jornalista envolvido, mas a conta foi
posteriormente removida da Internet.
Por que só se vê e lê matérias
como essas em mídia israelense – ou em blogs
– e não na grande mídia ocidental?
O que a mídia internacional
não conta, e que o HAMAS faz de tudo para manter oculto principalmente do
Ocidente, é que, a par das baixas de pessoas, eventualmente de idosos, de
mulheres e de crianças, propositadamente usadas como escudos humanos pelos
grupos terroristas em ação em Gaza, é que esses grupos são diretamente
causadores de muitas mortes de pessoas não envolvidas nesta guerra suja, mais
ainda do que aquelas que são mortas pelos ataques israelenses. A esses grupos,
interessa que quanto mais gente morra melhor para os impactos produzidos na
opinião pública mundial, francamente favorável a eles.
Ora, a opinião pública é um
elemento crucial nesse conflito e tem um papel de destaque na determinação de
quando a luta irá terminar, num momento em que um cessar-fogo pode mostrar,
também, quem tem a responsabilidade primária pela morte de inocentes usados
como bucha de canhão pelos terroristas do HAMAS e demais grupos jihadistas em
ação no território.
Se os meios de comunicação
estão suprimindo imagens de combatentes do Hamas a usarem pessoas comuns não
combatentes como escudos humanos, bem como a usar escolas, hospitais, mesquitas
e abrigos comunitários construídos pela ONU como bases de suas operações de
agressão a Israel, do jeito que a coisa vai, logo os telespectadores de todo o
mundo, naturalmente, verão os israelenses apenas como agressores e os
palestinos como únicas vítimas no conflito. E isso acontecerá, como já acontece
em países de baixa capacidade de informação, como a maioria dos da América
Latina e do Oriente, porque estarão recebendo apenas uma parte da história.
E todos sabem que uma verdade
incompleta nada mais é do que uma completa mentira.
Título e Texto: Francisco Vianna, (da mídia
internacional), 01-08-2014
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