sábado, 2 de agosto de 2014

As imagens que faltam da guerra contra o Hamas

“Cooperando com o grupo terrorista, a mídia esconde imagens de seus ativistas e a imprensa internacional está contado apenas a metade de estória”, dizem os jornalistas israelenses.
Francisco Vianna

Uma rara imagem vista na mídia: um terrorista do HAMAS, encapuçado, se prepara para lançar mísseis contra Israel a partir de túneis, que as FDI estão destruindo um a um.

Sobre a guerra na Faixa de Gaza, temos visto quase tudo na mídia, nacional e internacional, como destroços, crianças palestinas mortas, israelenses correndo para abrigos a se protegerem da chuva de foguetes do HAMAS, tropas militares israelenses manobrando e filmetes das FDI mostrando o interior dos túneis por onde os terroristas atacam israelenses passando por baixo da fronteira usando o subsolo como toupeiras assassinas.

O que não se vê, praticamente, são imagens dos terroristas do HAMAS dentro de Gaza, com seus tradicionais rostos cobertos como fazem os bandidos de um modo geral, para não serem reconhecidos pela polícia. Sabe-se que eles estão lá, uma vez que alguém deve executar o lançamento de foguetes contra Israel (mais de 2.800, até agora) e usando os túneis que ainda não foram demolidos para atingir e matar soldados israelenses em sua retaguarda, dentro de Israel.

No entanto, até agora, as únicas imagens que temos visto (ou pelo menos ouvido falar) são os vídeos das FDI que mostram os guerrilheiros do Hamas usando hospitais, ambulâncias, mesquitas e escolas (além dos citados túneis) como base de lançamentos balísticos contra alvos israelenses ou para movimentar armas ao redor de Gaza.

Por que não se vê jornalistas e fotógrafos do HAMAS dentro de Gaza?

Acontece que é mais do que sabido que o HAMAS não quer que o mundo veja as imagens de terroristas palestinos disparando seus foguetes cedidos pelos iranianos contra Israel a partir de hospitais, escolas e etc., onde escondem suas bases de lançamento e arsenais, usando locais densamente povoados como escudos humanos a proteger tais recursos bélicos. Então, a pergunta que cabe é que, se temos podido ver imagens de ambos os lados em luta em praticamente todas as outras guerras, como na Síria, no Iraque, e na Ucrânia, por que Gaza tem sido uma exceção?

Caso os jornalistas locais estejam sendo ameaçados e intimidados pelo HAMAS, deveriam enviar suas matérias e fotos para fora da Faixa e fazê-las publicar, até sob pseudônimos, uma vez que a imprensa em qualquer lugar está ávida por este material informativo.

Para muitos espectadores, a narração desta guerra está a parecer algo bem direto e unilateral, ou seja, “o poderoso Israel está a bombardear os pobres e indefesos palestinos”. Isso é o que os menos informados estão a inferir, ou são levados a deduzir, quando não existem imagens feitas do lado palestino da luta. 

No último 15 de julho, o jornal americano The Washington Post publicou uma matéria de William Booth, que mostrou como o Hamas usa o Hospital al-Shifa, um dos maiores da cidade de Gaza, como uma base de operações de guerra, a pôr em risco direto dezenas e até centenas de pessoas não envolvidas nesta guerra assimétrica – entre um estado de direito e uma associação de grupos terroristas –, mas, mesmo assim, tal menção na citada matéria não passou de meia frase escrita no seu oitavo parágrafo, onde se lia: “...o ministro retornou antes que chegasse ao hospital, que se tornou, de fato, um quartel-general dos líderes do HAMAS, que podem ser vistos pelos corredores e usando salas como escritórios”.

Da mesma forma, uma agência de notícias (?!) palestina, a JTA, relatou esta semana que o HAMAS, na semana passada, executou dezenas de palestinos suspeitos de colaborar com Israel. Mas o fato não foi sequer mencionado pela grande mídia que cobre a guerra. Tampouco os repórteres e editores parecem interessados em contar esse lado da estória, a parte da encrenca que mostra o que os terroristas o HAMAS, afinal, estão a fazer em Gaza. Estariam eles incapacitados para tal? Consideremos então que sim.

Nick Casey, do jornal americano The Wall Street Journal, tem recebido uma série de ameaças à sua pessoa e família e a hipótese do surgimento de barreiras de toda espécie, para impedi-lo de continuar a cobrir o conflito em Gaza, caso ele não retirasse a matéria que postou no Tweeter com fotos bem elucidativas de como o HAMAS tem usado o hospital al-Shifa como uma base de suas operações.

E ele teve que retirar tal postagem sob a pena de perder sua capacidade de continuar seu trabalho jornalístico na área dos combates e até mesmo, quem sabe a própria vida e a de sua família.

Vários jornalistas ocidentais que trabalham atualmente em Gaza foram perseguidos e ameaçados pelo Hamas por documentar casos de envolvimento do grupo terrorista na execução de sua própria gente na guerra contra Israel. Autoridades israelenses disseram que lamentam como alguns profissionais da mídia internacional, aparentemente, se deixam intimidar e não informam sobre tais incidentes.

Os jornais da região, já por diversas vezes, confirmaram vários incidentes nos quais os jornalistas foram interrogados e ameaçados. Não será surpresa, pois, se alguns começarem a aparecer mortos. Estes casos envolvendo fotógrafos que tinham tirado fotos de agentes do Hamas em circunstâncias comprometedoras – homens armados se preparando para disparar foguetes a partir de dentro de estruturas civis e/ou combate à paisana – sendo então abordados por homens do HAMAS, intimidados, agredidos, e com seu equipamento confiscado. Outro caso envolvendo um repórter francês foi inicialmente relatado pelo jornalista envolvido, mas a conta foi posteriormente removida da Internet.

Por que só se vê e lê matérias como essas em mídia israelense – ou em blogs – e não na grande mídia ocidental?

O que a mídia internacional não conta, e que o HAMAS faz de tudo para manter oculto principalmente do Ocidente, é que, a par das baixas de pessoas, eventualmente de idosos, de mulheres e de crianças, propositadamente usadas como escudos humanos pelos grupos terroristas em ação em Gaza, é que esses grupos são diretamente causadores de muitas mortes de pessoas não envolvidas nesta guerra suja, mais ainda do que aquelas que são mortas pelos ataques israelenses. A esses grupos, interessa que quanto mais gente morra melhor para os impactos produzidos na opinião pública mundial, francamente favorável a eles.

Ora, a opinião pública é um elemento crucial nesse conflito e tem um papel de destaque na determinação de quando a luta irá terminar, num momento em que um cessar-fogo pode mostrar, também, quem tem a responsabilidade primária pela morte de inocentes usados como bucha de canhão pelos terroristas do HAMAS e demais grupos jihadistas em ação no território.
Se os meios de comunicação estão suprimindo imagens de combatentes do Hamas a usarem pessoas comuns não combatentes como escudos humanos, bem como a usar escolas, hospitais, mesquitas e abrigos comunitários construídos pela ONU como bases de suas operações de agressão a Israel, do jeito que a coisa vai, logo os telespectadores de todo o mundo, naturalmente, verão os israelenses apenas como agressores e os palestinos como únicas vítimas no conflito. E isso acontecerá, como já acontece em países de baixa capacidade de informação, como a maioria dos da América Latina e do Oriente, porque estarão recebendo apenas uma parte da história.

E todos sabem que uma verdade incompleta nada mais é do que uma completa mentira.
Título e Texto: Francisco Vianna, (da mídia internacional), 01-08-2014

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