Falarei algo novamente para
que não restem problemas de entendimento: admiro o template do
neo-ateísmo, embora não concorde com as conclusões deles em relação à religião
tradicional. Ponto.
Se alguém vier reclamar dos
argumentos ruins de Richard Dawkins contra a religião ou algumas besteiras de
Daniel Dennett no uso dos memes, saiba que isso não tem nada a ver com o template de
que falei, mas com as conclusões equivocadas. Das quais, como já disse, eu
discordo.
Enfim, o que traz esse
template?
Antes de vermos um vídeo onde
o neo-ateu Pat Condell desanca a diatribe anti-Israel, temos, só para citar
alguns componentes:
- Ausência de respeito injustificado
- Crítica a um oponente por sua postura moral abjeta
- Crítica à forma como esse oponente, de forma injustificada, não aceita críticas
- Capacidade de demonstrar indignação com algo indigno
- Sub-comunicação de que algo precisa ser feito contra isso... urgente
Quer dizer, estamos diante de
uma fórmula competente para se combater um adversário político. Este template,
a meu ver, deveria ser utilizado para nos referirmos à esquerda como um todo.
Especialmente quando agimos contra a extrema-esquerda. O neo-iluminismo, meu
paradigma “de direita’, é basicamente uma reconstrução do template neo-ateu
para o tratamento da religião política. Não é nada mais que o fim do
bom-mocismo de direita. Tudo sem negarmos o óbvio ululante: estamos moralmente
e logicamente justificados a tratá-los assim, pois falamos de defensores de
genocídios, censura e barbarismo em diversos graus. Se isso não é válido para
os esquerdistas “benignos”, ou moderados, ao menos é válido para os
esquerdistas retintos, que são a absoluta maioria deles.
Não há mais espaço para
falarmos “nossa, que coisa” ou “chato isso, né”. Isso é uma mistura de
complacência, conivência e até cumplicidade involuntária. Também não há mais
espaço para derrotismo. A postura capaz de vencer a guerra política deve
ser capaz de sub-comunicar ao público o quão importante é impor rejeição social
ao seu adversário político, especialmente quando ele está abaixo da crítica
moral.
Para tornar tudo mais prático,
como isso funciona? Simples: assim como já vimos o podcast de Sam Harris (outro neo-ateu que falou brilhantemente
contra o Hamas), veja um vídeo onde Pat Condell mostra toda a hipocrisia da
esquerda sobre a questão de Gaza, sem esquecer de ativar as legendas:
A lição a ser aprendida: a mesma assertividade usada por Harris e Condell contra a turma anti-Israel deve ser usada diante de militantes LGBT, do MST, de radicais feministas e de quaisquer outros que venham propagar discurso de ódio na defesa de totalitarismos. Em suma, toda a extrema-esquerda.
Tudo bem que ele comete um
equívoco de frame ao dar o rótulo “progressista” ao inimigo. Eu jamais os
chamaria deste jeito. São esquerdistas e pronto! Nunca chamarei um esquerdista
por um rótulo propagandístico tão auto-atribuído por eles quanto falso. Mas de
resto, Condell coloca o dedo na ferida acertadamente.
E você, está pronto para
tratar os esquerdistas com esse mesmo tipo de assertividade? Não estou pedindo
que você tenha a mesma desenvoltura, pois para isso é preciso de experiência. O
que estou falado é sobre a assertividade, a ser percebida na postura, na
determinação, na sub-comunicação e, enfim, no escracho sobre o oponente.
Pois bem. Se essa
assertividade for usada em larga escala contra eles aí sim venceremos várias
batalhas e guerras no escopo da guerra política.
Título e Texto: Luciano Henrique, Ceticismo Político, 07-08-2014
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