1. A campanha eleitoral 2014 tem vários custos além do que é mais
óbvio: o da campanha com material gráfico, TV, Rádio, pessoal... Nesta eleição
são ao menos seis os custos adicionais.
2. O primeiro custo é o
de cumprir as promessas. O segundo é
o de não cumprir as promessas. O terceiro
custo é o da demagogia. O quarto é o
custo econômico para o Brasil da política econômica eleitoral, com risco
cambial e contas públicas em processo de desmontagem. O quinto é o custo estratégico de se sair de uma campanha sem agenda
e sem projeto para o país. O sexto é
o custo político de uma Câmara estilhaçada.
3. Ao primeiro custo (as promessas dos candidatos) devem-se somar
aquelas feitas pelos candidatos a governador na suposição de cumprimento pelos
candidatos a presidente. Se cumpridas, as pressões fiscais e inflacionárias,
que já são preocupantes, serão agravadas. O segundo custo é não cumprir as
promessas e ganhar tempo e, com isso, antecipar uma inevitável impopularidade.
O terceiro custo é trazer para a agenda eleitoral temas só para atrair o voto.
4. O quarto custo é econômico. Se há um ponto em que o governo
atual e o anterior se igualam é ter usado o populismo fiscal em ano eleitoral.
O governo anterior empurrou para frente o problema que agora se vê agravado.
Constrói-se um consenso de que 2015 será um ano perdido, que exigirá um freio
de arrumação cambial e fiscal. Estima-se uma inflação nunca inferior a 7% e um
crescimento econômico mais uma vez medíocre.
5. O quinto é o custo estratégico de uma campanha sem agendas, sem
projetos ou com projeto anterior esgotado. E, finalmente, o custo político das
relações entre Executivo e Câmara dos Deputados, que podem ser as mais
inorgânicas desde sempre, especialmente se a abstenção e os votos brancos e
nulos forem recordes. Os quatro maiores partidos apenas representarão – se
tanto – 50% dela, outro recorde.
Título e Texto: Cesar Maia, 07-08-2014
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