Ganhar eleição no Brasil é uma barbada.

Ingrediente número 2: abuse
dos autoelogios. Diga que você inventou o sol, a chuva e o picolé de chocolate.
As crianças adoram e, mesmo que elas não votem, seu poder de influência, de
acordo com as pesquisas, é gigantesco. Ética e transparência são palavras
básicas. Exagere nelas.
E nem perca tempo tentando entender o que significam. Não precisa. Apenas use.
Ainda no quesito elogios, pega
bem contratar artistas desconhecidos, ou usar militantes, para que os
testemunhos de terceiros pareçam espontâneos. Não esqueça de marcar bem os
sotaques: nordestino, gaúcho, carioca, paulista e mineiro. Só dos maiores
colégios eleitorais. Sotaque do Amapá não precisa.
Jamais fale mal do Bolsa
Família. Mesmo que, no fundo, você ache que é um programa paternalista e
assistencialista. Criticar o Bolsa Família, mostram as pesquisas, tira votos.
Sorriso no rosto, um jingle
bonito com palavras tipo "esperança, novo Brasil, amanhã e futuro".
Ache rimas, quaisquer rimas. Grave em ritmo de samba, forró, xote e sertanejo.
Tire do baú algumas fotos
antigas da família. Histórias de superação e pobreza são altamente eficazes.
Apareça no horário eleitoral
gratuito fazendo coisas que você não faz, mas que as pesquisas mostram que todo
mundo faz: andar de ônibus, cozinhar, ir ao supermercado.
Não olhe para a câmera durante
a gravação dessas cenas de rotina. Faça de conta que você nem sabe que ela está
ali. Tipo ator de novela. Pode errar que a equipe edita, ou grava de novo.
Pronto.
Você tem tudo para se eleger
presidente do Brasil.
Título e Texto: Ernesto Ribeiro, 18-09-2014
Um texto simples mas de uma veracidade incrível e acima de tudo fácil de entender
ResponderExcluirEsse é o pais submundo em que vivemos. Se quisermos sair dessa imundice é só saber em quem vota
Mas para isso é preciso lembrar da única vez em que o Pelé acertou na vida com uma frase
José Manuel
Belo texto, mas discordo do início que fala das promessas.
ResponderExcluirO povão não assiste horário eleitoral, não vais às palestras e comícios de graça, tem que ter cervejada, comilança ou gorjeta.
Eles se vendem.
Qualquer um com 100000 reais é deputado federal em alguns estados com até 1 milhão de habitantes.
Qualquer um é vereador doando cestas básicas, puxadinhos e outras merdas em municípios com pouco mais de 5000 habitantes.
Se fizer uma quadra esportiva vira prefeito.
O PMDB reina nos pequenos municípios, depois o prefeito paga feijoada ou churrasquinho para que votem nos deputados e senadores do seu partido.
E vivas à democracia de poleiro, coronelismo barato, proxenetas do estado, que prostituem o povo, e eles gostam.