Almir Papalardo
Já estamos no derradeiro mês do ano de 2014. A população mais
animada já respira a sublime magia das Festas de Natal e do Fim de Ano. É
realmente fantástico no ser humano a expectativa alegre e ansiosa no aguardo
das tão esperadas Festas do Natal e do Ano Ano! O Natal é o principal
evento mundial onde se reverencia o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo,
que torna a humanidade mais solidária, mais cristã, mais sensível, mais
amorosa, mais tolerante e compreensiva, quando todos, com suas finanças
reforçadas com o pagamento do décimo-terceiro salário, presenteiam seus
familiares e amigos mais próximos, celebrando com euforia o Sagrado
Momento da Ceia Natalina, o momento em que nascia para o bem de toda a
humanidade, o Menino Jesus.
Todos os familiares e amigos então se confraternizam, se beijam e se
abraçam afetuosamente, com desejos recíprocos de boas festas, de muitas
alegrias, de muita paz, saúde, tonificando o coração que se liberta num momento
encantado dos sentimentos rancorosos e vingativos, purificando a alma sempre
carente e ressentida pela constante falta de amor ao próximo. No
clímax da festa, às 24 horas, todos empunhando lindas taças de cristal, com
legítima Champanhe Francesa, brindam-se com o tradicional "tim-tim",
o ritual toque mágico entre as taças, chocando-se umas nas outras, atraindo os
bons fluídos, ocasião mais emocionante e marcante de qualquer evento e/ou data
comemorativa. É toda a humanidade comemorando o sagrado NATAL do planeta
Terra...
Enfim, é uma festa cristã que revigora o ser humano forçando um
esquecimento momentâneo das agruras diárias, das injustiças, das mágoas,
das ingratidões, das incompreensões e dos obstáculos maldosos sempre presentes
na vida agitada e moderna do ser vivente. Passados mais sete dias, avivam-se
novamente as esperanças de todos por dias melhores e mais felizes no Novo Ano,
que já vem se aproximando com a transição do dia 31 de dezembro com o dia 1º de
janeiro, engalando com o pipocar dos exuberantes e exóticos fogos de
artifícios que iluminam durante mais ou menos uns trinta minutos, todas
as localidades, sempre com o agrupamento de pessoas felizes, alegres e
esperançosas por um novo ano, melhor do que o antigo que no momento está se
despedindo.
É assim a vida, enigmática, incógnita, sempre esperançosa, simbolizada
por uma escada imaginária da vida, onde todas as criaturas almejam sempre
galgar o degrau de cima, porque na verdade, cada degrau acima representa maior
prosperidade com melhor qualidade de vida.Quantos mais degraus o homem puder
subir, melhor e mais prazerosa será a sua existência na face da Terra.
Este ciclo natural da vida, vivido por todos os homens, não é permitido por
culpa dos poderes públicos superiores, que seja estendido também aos velhinhos
aposentados, cuja aposentadoria transformou-se num castigo ao invés de um
merecido e legítimo premio. São inexplicavelmente esquecidos e desprezados por
quase todos...
Esses aposentados são relegados a uma expectativa de vida inferior, sem
contar com a proteção dos poderosos, sendo descartados por não constarem mais
dos planos do governo. Não são mais vistos com bons olhos por receberem de
aposentadoria mais de um salário mínimo que o Executivo ainda lamenta ter que
pagar todos os meses. Desprotegidos, são entregues a própria sorte,
quando, ao contrário, como uma lógica natural de justiça e merecimento,
deveriam ser cuidadosamente preservados, mantendo o seu poder aquisitivo sempre
atualizado, livre das defasagens provocadas arbitrariamente e desconsiderando
os Artigos da Constituição Federal e do Estatuto do Idoso que foram
ardilosamente distorcidos.
Que neste Natal de 2014 todos que prestam serviços aos Poderes Públicos
constituídos, que vivem nababescamente com salários astronômicos, gozando de
todas as regalias, contrários a que se conceda um pouquinho mais de justiça aos
aposentados e pensionistas, que felizes comemoram com seus familiares contando
sempre com uma ceia natalina farta das mais nobres e caras iguarias, abram um
pouco mais a sua consciência perante a Deus, agradecendo com humildade por toda
a fartura recebida, fazendo uma íntima e sincera confissão de culpa:
"SENHOR, eu que recebi de TÍ plenos poderes para criar, modificar,
cortar e anular leis voltadas para o bem-estar da população, de todos os Teus
filhos, não permito que o velhinho aposentado que recebe um pouco mais do
salário mínimo suba mais um degrau da escada, obrigando-o sim, a retroceder,
descendo um degrau a cada novo ano, atual realidade na desdita do cidadão
aposentado, condenando-o a ser deslocado num futuro próximo, para o primeiro
degrau da escada. É a involução da sua vida, o que vergonhosamente tenho
concordado! Tenho me oposto SENHOR, perversamente, a ascensão do
aposentado e, TE confesso PAI, neste momento que o remorso me corrói a
consciência, a minha máxima e exclusiva culpa!
E a cada novo ano o aposentado tem que sujeitar-se a um Natal inferior ao
do ano anterior, pela queda gradativa do seu poder de compra. Isto porque o seu
poder aquisitivo se deteriora ano após ano, não por culpa natural da inflação
que lhe é reposta, e sim, por subtrações indevidas feitas nos seus
benefícios, reduzindo-o, anualmente, em número de salários mínimos, para
o que fecho covardemente os meus olhos.
Tenho concordado SENHOR, embora tenha poderes para discordar, que a
Previdência Social utilize insensatamente dois percentuais diferentes na
correção das aposentadorias. É uma sórdida discriminação PAI, tratamento e
direitos diferenciados na correção das aposentadorias! E a tudo isto, assisto
impassivo, indiferente e acomodado, confessando, envergonhado, que jamais
concordaria que fizessem a mesma coisa comigo.
Realmente, a bem da verdade, longe dos microfones, fora do alcance das
filmadoras, dos flashs fotográficos, do foco dos holofotes, intimamente,
eu e a minha pesada consciência, reconheço que o aposentado é o único que
não tem atualizações monetárias, e sim, perdas reais. E a cada corte na sua
aposentadoria, é mais um degrau da vida que ele desce, permitido pela minha
omissão! Reconheço a minha culpa por acomodar-me a essa deslealdade, não
procurando de acordo com a minha decência de parlamentar, que me foi dado por
TÍ, romper as barreiras deste perverso preconceito, para anular tamanha
discriminação contra o velho injustiçado e indefeso trabalhador."
Deveria ser esta no fundo do seu ego, a verdadeira contrição a ser feita
perante Deus. Deputados Federais primeiramente, e demais autoridades de
todos os Poderes Públicos, ainda está em tempo de se redimirem deste ato
indigno que trava e enlameia a justiça social brasileira. Igualdade e os mesmos
direitos para todos os cidadãos, principalmente para os trabalhadores ativos e
inativos também, que na verdade, são a viga mestra que dá sustentação à
soberania brasileira.
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Prezados amigos, perdoem-me
por este amargo desabafo onde misturo indevidamente as alegrias das Festas de
Fim de Ano, com o problema insolúvel e triste vivido pelos aposentados. Mas
acho que o momento é real, oportuno, com possibilidades maiores para tentar
tocar o coração empedernido dos insensíveis governantes deste país.
UM FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO PARA TODOS OS CIDADÃOS
BRASILEIROS.
Título e Texto: Almir Papalardo, 3-12-2014
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