José Mendonça da Cruz
Exige inteligência e cuidado
(pode até parecer quase insuportável) esse requisito fundamental da liberdade,
da livre opinião e expressão. Hoje, mais uma vez, ele foi atacado por assassinos
do Islão, guardiões de um totalitarismo medularmente avesso à «blasfémia»
ocidental, defensor da univocidade, de um unanimismo absolutista e
marginalizador.
O abate de jornalistas e
desenhadores da revista Charlie Hebdo
(valentes, mas também eles generosos com a fé de Maomé, como se constata pela
capa ao lado, em que o próprio se queixa de ser amado por canalhas) é um aviso:
calem-se, ou morrem!; não pensem, ou morrem!; não critiquem, ou morrem!; neguem
tudo o que vos é querido e por que lutaram durante séculos, ou morrem!;
verguem-se, ou morrem!; rendam-se, ou morrem! sejam bárbaros, atrasados,
medievais, ou morrem! escolham a mais abjecta cobardia, ou morrem!
A pusilanimidade do costume
que pretenda dizer-nos que os homicídios de Paris nada têm a ver com o Islão
terá, portanto, que lidar primeiro com esta objecção: os assassinos de Paris
calam, efectivamente, em nome do medo e do Islão. São, portanto, a sua
vanguarda. Hoje, eu amo a Charlie Hebdo,
a sua coragem, a sua liberdade; amo até a sua grosseria, o seu desenho gráfico
demais, o gosto duvidoso dos seus arrebatamentos. Chapeau, bravos e livres ocidentais!
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