Rui A.
O governo da geringonça vai
criar um novo imposto sobre as «fortunas» imobiliárias. O que é que
você julga que vê (e que o governo vai propagandear):
Maior Justiça fiscal, porque
os mais ricos pagam mais;
Melhor distribuição de
rendimentos, porque quem tem muito fica com um pouco menos e quem nada tem fica
com alguma coisa;
Desenvolvimento do país,
porque ter mais rendimento nos bolsos dos mais pobres e nos cofres do estado
permite mais consumo, mais investimento público e o crescimento das empresas.
O que realmente acontece (e
que todos sentiremos, a prazo curto ou médio, de uma forma ou de outra):
O imposto incidirá sobre bens
imóveis de valores inflacionados pelas avaliações das finanças, sem qualquer
correspondência com a realidade do mercado;
Se você quiser vender os seu
imóveis ninguém lhos comprará, porque nem eles valem o que dizem as finanças,
nem as pessoas estão para comprar bens que serão altamente tributados;
Os rendimentos assim colhidos
não irão para o bolso dos pobres. Eles terão como destino o pagamento das
medidas que sustentam os rentistas apoiantes deste governo (os sindicatos da
função pública), os caprichos ideológicos de alguns ministros (a «gratuitidade»
dos manuais escolares), o sector empresarial-ideológico do estado (RTP) e,
claro está, os buracos da Caixa Geral de Depósitos, gerados com medidas
verdadeiramente criminosas de anteriores governos;
Os proprietários ficarão cada
vez com menos dinheiro e sem expectativas de realizar lucros com o seu
património, pelo que terão de cuidar pior daquilo que é seu;
Assim, o património
imobiliário urbano vai degradar-se e os terrenos agrícolas e florestais vão
ficar por limpar;
Donde, os incêndios aumentarão
e o estado vai ter de dispor de mais recursos para os combater. O país ficará mais
pobre em recursos naturais;
Os investidores estrangeiros
deslocarão os seus capitais e investimentos para países mais amigos do
património e com estabilidade fiscal. Portugal terá menos capital, menos
investidores, menos empresas e mais desemprego;
Com menos dinheiro, os
portugueses investirão e consumirão menos. Agravar-se-á o estado da economia
nacional, de acordo com os próprios postulados desenvolvimentistas do costismo;
Sem capital e com uma economia
cada vez mais frágil, o estado terá que gastar mais para socorrer aos
desempregados e em medidas assistenciais, com receita tendencialmente
crescente. O défice das contas públicas agravar-se-á. A falência do estado e um
próximo resgate serão inevitáveis. Centeno sabia do que falava.
Título, Imagem e Texto: Rui A., Blasfémias,
15-9-2016
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