Lusa/Maka Angola
O ativista angolano Rafael Marques de
Morais é homenageado amanhã (7 de junho), em Washington, pela sua luta contra a
corrupção, numa cerimónia do National
Endowment for Democracy, em que discursa o presidente da Câmara dos
Representantes dos EUA, Paul Ryan.
“O Rafael representa o
espírito deste prémio. Trabalhou como jornalista de investigação durante muitos
anos, expondo as práticas corruptas do governo em Angola e partilhando com os
seus concidadãos e com o mundo o custo da corrupção em Angola”, disse à Lusa o
presidente da organização, Carl Gershman.
O responsável disse que o
portal de Rafael Marques na Internet, Maka Angola, “é um líder do jornalismo de
investigação, conhecido pelas suas importantes notícias e análises”, e que
“apesar do assédio constante e de ter sido preso várias vezes, Rafael continua
a expor a corrupção e os abusos dos direitos humanos em Angola”.
“Continua implacavelmente
optimista e concentrado numa abordagem estratégica que maximize a eficiência
das suas ações”, explicou Gershman à Lusa.
O jornalista é um dos cinco
homenageados que vão receber o “Prémio Democracia”, que distingue também Khalil
Parsa, do Afeganistão, ativista dos direitos humanos que sobreviveu a uma
tentativa de assassinato em que foi baleado seis vezes; Claudia Escobar, uma
juíza da Guatemala que denunciou um caso de corrupção envolvendo o presidente
do país e um líder parlamentar; Cynthia Gabriel, fundadora de uma organização
anticorrupção na Malásia; e Denys Bihus, que lidera um grupo de jornalistas de
investigação na Ucrânia.
Além de Paul Ryan, discursam
também na cerimónia a líder dos democratas na Câmara dos Representantes, Nancy
Pelosi, e entregam os prémios os congressistas Karen Bass, Peter Roskam, Ed
Royce, Mario Diaz-Balart e Norma Torres.
Antes da cerimónia, Rafael
Marques e os outros homenageados participam num evento dedicado ao tema
“Contabilizar o custo: o impacto da corrupção no crescimento da democracia e
estabilidade”, que conta com a participação do senador Ben Cardin.
“Em todo o mundo, indivíduos e
organizações corajosas estão a pedir aos seus governos e representantes que
sejam responsabilizados. Os movimentos de cidadãos estão a crescer e a exigir
transparência e boa governação, frequentemente em resposta ao trabalho corajoso
destes cinco homenageados, que arriscaram as suas carreiras, a sua liberdade e
as suas vidas para denunciar a corrupção e as suas terríveis consequências”,
afirmou o presidente da organização.
O National Endowment for Democracy foi criado há 34 anos para
promover instituições democráticas em todo o mundo, e está hoje presente em 90
países.
Título, Imagem e Texto: Maka Angola, 6-6-2017
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