1. Segundo Datafolha, maioria apoia continuidade de ação na
segurança, válida até dezembro.
2. A maioria da população do Rio de Janeiro defende prorrogar a
intervenção federal na segurança pública, prevista para acabar em 31 de
dezembro deste ano.
Segundo pesquisa do Datafolha,
72% dos moradores do estado são a favor da continuidade da medida para além de
seu prazo final.
3. Dentre os entrevistados, 21% são contrários à prorrogação, 4%
não sabiam e 4% eram indiferentes.
4. O levantamento foi realizado entre 4 e 6 de setembro, com 1.357
pessoas de 16 anos ou mais. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para
mais ou para menos.
5. A intervenção federal na segurança pública foi decretada em
fevereiro deste ano pelo presidente Michel Temer (MDB) com a justificativa de
combater a escalada da violência. O general do Exército Walter Braga Netto foi
nomeado interventor e assumiu controle das polícias, bombeiros e setor penitenciário
do Rio.
6. Antes disso, desde julho de 2017, já havia presença de homens do
Exército nas ruas do estado. Em meio à grave crise financeira e de segurança
pública no Rio, foi decretada na época a GLO (Garantia da Lei e da Ordem), que
dava aval à participação dos militares, embora as polícias ainda estivessem sob
comando do governo estadual.
7. Nesta semana, foi assinado um plano com medidas de transição
para encerrar intervenção federal no Rio.
8. Em entrevista à Folha em agosto, Raul Jungmann, ministro da
Segurança Pública, afirmou que a intervenção deveria acabar no prazo
inicialmente previsto, porque os responsáveis pela medida já demonstraram não
querer a sua renovação.
9. Em junho, Jungmann chegou a defender que a intervenção fosse
renovada para, pelo menos, dezembro de 2019. Mas, vencido na discussão interna,
optou pelo “meio-termo”, que seria a continuidade “da reestruturação das forças
de segurança” no Rio e a manutenção da operação de Garantia da Lei e da Ordem
no ano que vem.
10. O comandante do Exército, general Eduardo Villa Bôas, chegou a
declarar em discurso no mês passado que "aparentemente" apenas os
militares têm se dedicado a resolver os problemas do Rio.
11. O apoio à continuidade da intervenção na capital do Rio é um
pouco menor do que no estado: 68% são favoráveis e 25%, contrários. Já no
interior 75% querem prorrogar a medida, e apenas 18% são contra. Moradores de
outros municípios da região metropolitana também consideram a intervenção mais
positiva do que a capital: 74% são a favor da prorrogação.
12. As opiniões variam de acordo com a escolaridade, renda e idade
do entrevistado. Entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, há menor apoio à
intervenção: 59% são favoráveis, enquanto 31% são contrários. A faixa etária
que mais deseja prorrogar a medida é a de 45 a 59 anos, com 78% —apenas 16%
deles querem que a intervenção acabe em dezembro.
13. Quanto mais escolarizado, menor a intenção de manter esse
decreto na segurança do estado. Entre pessoas com nível superior, 63% desejam a
prorrogação e 31% são contra. Já entre os entrevistados com ensino fundamental,
79% são favoráveis e 13%, contrários.
14. A renda também impacta a avaliação da intervenção. Os mais
ricos, que ganham acima de dez salários mínimos, são os que menos apoiam: 57%.
Desse grupo, 37% acham que a intervenção deve terminar em dezembro. Entre os
mais pobres, que recebem até dois salários mínimos, 76% aprovam a prorrogação e
17% são contrários.
15. O endosso à medida na segurança tem pouca variação por gênero:
a maioria tanto dos homens quanto das mulheres considera que ela deve
continuar. Entre os brancos, 70% são a favor da continuidade e, entre os
negros, 67%.
Título e Texto: Cesar Maia, 10-9-2018
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