Haroldo P. Barboza
Felizmente desta vez, por
sorte, não tivemos vítimas fatais. O descaso oficial deixou que mais uma marca
triste fosse incorporada à caderneta de desilusões do povo largado à própria
sorte. O Museu da Quinta (RJ) foi consumido pelas chamas e se tornará mais um
caso que em breve será esquecido por aqueles que apreciam o caos que lhes
rendem bons dividendos.
Com o incêndio da boate Kiss
em Santa Maria (RS) no início de 2013, voltou à tona o velho problema que
aflige o aglomerado de construções edificadas sem planejamento de segurança nas
grandes cidades. A preocupação dos construtores é aproveitar cada metro
quadrado para mais um cômodo do condomínio ou mais espaço para clientes
aglomerados em teatros, boates e shoppings, em detrimento de uma área de escape
em caso de acidentes perigosos. Pouco se importam com a vida dos que
frequentarão o futuro prédio. O desleixo da administração pública que concede
"habite-se" para novas edificações sem maiores exigências
(equipamentos de combate, rotas de fuga apropriadas e desimpedidas) permite
inaugurações inadequadas.
A tragédia torna-se normal por
nossa acomodação (não boicotamos tal prática danosa) ao longo do tempo e
num belo dia somos filmados e exibidos ao mundo, com nossos corajosos bombeiros
numa luta desigual contra o fogo, sem equipamentos modernos, com mangueiras
furadas, hidrantes entupidos e obstruídos por carros e outros obstáculos que
triplicam o tempo de atuação dos valorosos soldados.
E o cenário piora com antigas
construções públicas cuja manutenção custa R$ xxx,00/mês mas a verba é cortada
em 90% para abastecer as contas dos políticos imorais, que preferem que o
imóvel desabe para que um novo seja levantado pelo quíntuplo do preço (vejam os
estádios da copa 2014) para um “gordo rateio” entre os signatários.
Você não vai perder mais de cinco
minutos numa vistoria superficial quinzenal em prédios diferentes em qualquer
região do país. Circule principalmente onde você mora e trabalha. Observe os fios
desencapados e aglomerados prontos para um curto ao lado de inflamáveis
velozes. A maioria das pessoas prefere ignorar estes riscos e penetram nestas
armadilhas sem exigir que suas vidas sejam preservadas.
Este episódio da perda de
nosso museu encaixa perfeitamente dentro de um parágrafo de meu artigo (2001)
intitulado “falência orquestrada da Educação e da Cultura” que replico aqui.
“... milhares de escolas
básicas públicas que deveriam ser exibidas na tv no horário nobre estão
literalmente caindo aos pedaços. Goteiras, janelas empenadas, vidros quebrados,
instalações sanitárias entupidas (risco de doenças), fios prontos para um
curto, tacos soltos, quadros pendurados com parafusos de menos, telhas com
furos demais e outras dezenas de mazelas. Outros agravantes para torná-las
inviáveis: filas nas frias madrugadas ...”
Título, Imagem e Texto: Haroldo P. Barboza, Rio de Janeiro,
3-9-2018
Esqueceu-se de citar os distratos de imóveis com o povo voltando para o aluguel. Esqueceu de citar a derrocada economia brasileira que faz consignados pipocarem nos contracheques do povo ensandecido. Também não lembrou que após Fidel, Lula esteve casado com Cabral, e Dilma com Eike Batista. Bom lembrar que a massa é sem noção, tipo banhar-se na praia de Piedade(PE)num mar de tubarões. E o futuro está próximo!
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