Altair Alves
A cidade do Rio fez uma
proposta de R$ 250 milhões para sediar o Grande Prêmio do Brasil de
Fórmula 1 a partir de 2021. De acordo com informações do jornal Estado
de S. Paulo, a cúpula da principal categoria do automobilismo mundial recebeu
nas últimas semanas uma oferta com cronograma de depósitos bancários referentes
às taxas e apresentação de garantias financeiras para assegurar a assinatura do
contrato e, consequentemente, a realização do evento no bairro de Deodoro, Zona
Oeste da Capital Fluminense.
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Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press |
Segundo a reportagem, a
candidatura carioca garantiu à cúpula da F1 repassar até US$ 60 milhões por ano
(R$ 250 milhões), cerca do triplo do que São Paulo oferece na
negociação para renovar o contrato de realização da prova em Interlagos. O
acordo da capital paulista termina no final de 2020.
Ainda segundo a reportagem, a
proposta encaminhada pelo Rio prevê até março do ano que vem o pagamento de
primeira parcela. Depois, até junho, deverá ser apresentada carta de crédito
com a garantia bancária do repasse do restante até os US$ 60 milhões. Os
valores oficiais dessas duas operações são mantidos em sigilo. O prazo está
fixado até o fim do semestre, pois para julho está marcada a reunião que define
o calendário das provas de 2021. O retorno da F-1 sobre a proposta do Rio deve
ser dado em janeiro.
Os US$ 60 milhões anuais
prometidos pelo Rio à F-1 incluem a taxa de promoção do GP (promoter fee), mais
a renda com ingressos VIP e a participação no lucro da venda de produtos
oficiais. Para bancar o valor, a empresa vencedora da licitação para construir
o autódromo, a Rio Motorsports, aposta em verba de R$ 302,4
milhões, aprovada no final de novembro pela Secretaria de Esporte,
Lazer e Juventude do Rio de Janeiro e virá de renúncia fiscal.
O recurso será encaminhado à
Rio Motorsports em quatro parcelas anuais até 2022 de forma não cumulativa. Em
2019, o primeiro repasse combinado foi de R$ 30 milhões, depois sobe nos dois
anos seguintes para R$ 60,6 milhões e, por fim, chegará a R$ 151,2 milhões.
Esses detalhes estão no projeto intitulado “Fórmula 1 Rio de Janeiro de
2021-2030”, aprovado pela Lei de Incentivo ao Esporte Estadual. O dinheiro
viria de empresas interessadas em repassar até 3% do ICMS para recolhimento
para o projeto.
“Para cada ano de
realização da prova, a estimativa é de que o impacto direto e indireto para a
economia do Estado do Rio de Janeiro chegue a US$ 160 milhões, cerca de R$ 670
milhões ao câmbio atual, valor baseado em etapas já ocorridas no País e no
mundo“, disse em nota a Secretaria de Esporte do Rio. A Rio
Motorsports informa que, por ter um contrato de sigilo com a F-1, não pode
comentar sobre as negociações em andamento.
Durante a última etapa do
campeonato deste ano, em Abu Dhabi, o líder do consórcio que tenta levar a
prova ao Rio, JR Pereira, o secretário municipal de Ordem
Pública, Gutemberg Fonseca, e o senador Flávio Bolsonaro conversaram
com o chefe da modalidade, Chase Carey. Na ocasião, ainda foi
assinado um termo que garante ao Rio exclusividade nas negociações com a F-1
até março de 2020.
Em nota, a prefeitura do Rio
informou que “os representantes da cidade tiveram um encontro em Abu Dhabi com
o piloto Lewis Hamilton, da Mercedes. Duas semanas antes, o hexacampeão
mundial havia criticado a construção do novo autódromo do Rio por obrigar a
desmatar a Floresta do Camboatá. Nessa conversa, o piloto inglês
soube das contrapartidas ambientais do empreendimento, como o projeto de
replantar seis árvores para cada espécie que for derrubada.
O autódromo do Rio, tem
previsão de custar R$ 700 milhões. Os recursos viriam da iniciativa privada. A
licitação para a obra está suspensa no momento, pois aguarda a aprovação do
estudo do impacto ambiental. A cidade assinou em outubro contrato para receber
a MotoGP a partir de 2022 por cinco anos.
Em junho deste ano, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o
Rio tinha “99% de chance” de sediar a Fórmula 1 a partir de 2021.
Título e Texto: Altair Alves, Diário do Rio, 27-12-2019
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