Segundo ele, programa pode priorizar
primeira dose da vacinação
Felipe Pontes
O ministro da Saúde, Eduardo
Pazuello, disse hoje (11) que o programa de vacinação contra a covid-19 a ser
implementado pelo governo pode priorizar a aplicação da primeira dose no maior
número possível de pessoas, antes que se inicie a aplicação de uma segunda
dose.
“Talvez o foco seja não na
imunidade completa, mas na redução da contaminação”, afirmou o ministro,
explicando que com uma primeira dose a ideia é de que a pandemia vá “diminuir
muito”. Após essa redução nas contaminações é que se começaria a aplicação de
uma segunda dose.
As declarações foram dadas em
Manaus, onde o ministro se reuniu com o governador do Amazonas, Wilson Lima,
para discutir medidas de enfrentamento à pandemia diante do avanço da doença no
Amazonas. Na média dos últimos 14 dias, houve alta de 72% nas contaminações e
80% nas mortes, segundo os dados do governo estadual.
Em todo o Amazonas, tanto a
rede pública como a privada encontram-se com mais de 90% dos leitos ocupados,
sejam normais ou de UTI.
Veja a íntegra da transmissão:
Início da vacinação
Em sua fala durante o encontro com o governador do Amazonas, Pazuello voltou a afirmar que a vacinação terá início simultâneo em todas as unidades da federação, “no dia D e na hora H”. O ministro não deu data específica, mas disse que os brasileiros estarão sendo vacinados “três a quatro dias” após a aprovação do uso emergencial de qualquer vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ele convocou prefeitos a
deixarem salas de imunização e depósitos refrigerados prontos para serem
acionados logo após a aprovação de um imunizante. Pazuello acrescentou ainda
que cada estado precisa ter um plano de imunização próprio preparado, devido às
peculiaridades logísticas locais.
Assim como tinha feito na
semana passada, o ministro apresentou três possíveis cronogramas. Em
um panorama mais curto, a vacinação poderá começar até 20 de janeiro,
segundo ele, caso haja liberação rápida da Anvisa. Nessa hipótese, já há 6
milhões de doses da CoronaVac, da empresa chinesa Sinovac, disponíveis para
uso, que foram importadas pelo Instituto Butantan, de São Paulo.
Nesse caso, segundo ele, uma
dificuldade é que a CoronaVac não possui autorização para uso emergencial nem
mesmo na China, o que pode resultar em demora maior para a aprovação pela
Anvisa. Ele afirmou que o ministério “tem todo interesse” na aprovação do
imunizante.
Outras 2 milhões de doses da
vacina da Astrazeneca/Oxford já foram compradas na Índia, onde já tiveram uso
autorizado, disse o ministro. A chegada deve ocorrer dentro de dez dias, a
depender de liberação pelo governo indiano.
Uso emergencial
O ministro voltou a apresentar
números segundo os quais o Ministério da Saúde possui contratada a compra de ao
menos 350 milhões de doses de vacina até o fim do ano. “Contratado. Não é
sinalizado, não é memorando de entendimento, é contratado. Empenho, liquidação
e pagamento” disse.
Nesse total, o ministério
contabiliza cerca 210 milhões de doses da Astrazeneca/Oxford e 100 milhões de doses da CoronaVac, os dois
imunizantes que devem ser produzidos no Brasil, pela Fiocruz e pelo Butantan,
respectivamente.
O ministério também negocia a
compra de diversas outras vacinas – como a Sputinik V (imagem acima), de origem
russa, as vacinas norte-americanas da Pfizer e da Moderna, e a vacina Jansen,
empresa do grupo Johnson & Johnson. No entanto, ele voltou a afirmar que as
quantidades disponíveis para importação são “pífias” para as dimensões do
Brasil e que o país precisa contar com a fabricação própria.
Título e Texto: Felipe
Pontes; Edição: Denise Griesinger – Agência Brasil, 11-1-2021, 13h33
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