Rodrigo Constantino
Como não dou a mínima para
essa patota e já fui "cancelado" mesmo, estou aqui para fazer essas
perguntas inconvenientes, que muitos dos meus pares adorariam evitar. Vamos começar
com o BBB, que tem sido um espelho para os lacradores, que não têm gostado
muito do reflexo que enxergam ali.
Vamos agora para a ciência. Eis um estudo publicado na revista Nature, de 2017. A cloroquina foi considerada um remédio seguro até para mulher grávida com zika. A TV Globo também fez reportagem com base no estudo, recomendando seu uso sem contra indicação. Mas tudo mudou com Bolsonaro e Trump. Agora o remédio, conhecido há décadas pelos médicos, é perigoso. Por que essa mudança?
Por falar em pandemia, entrevistei o secretário de Saúde de São Paulo no Jornal da Manhã esta terça, e perguntei por que se fala em variante brasileira ou de Manaus, mas não se fala em vírus chinês. Expressei minha perplexidade. Achei que ele engasgou um pouco e depois falou em vacinação, outro tema. Pena. Continuo sem entender a razão. Alguém poderia me explicar?
Ontem foi feriado aqui nos Estados Unidos, Dia do Presidente. Joe Biden fez um discurso. Parece não ter agradado muito. Ele é o presidente mais popular da história americana, a julgar pela quantidade de votos recebidos (por correio). Mas precisa bloquear a área de comentários nas redes sociais, como fazem alguns jornalistas brasileiros, e leva surra na hora de avaliar quem curtiu ou não o pronunciamento. Como pode ser tão popular e tão impopular ao mesmo tempo?
Ah, se meus pares jornalistas
demonstrassem mais curiosidade sobre certos assuntos... talvez a credibilidade
da imprensa não estivesse tão baixa, não é mesmo? Talvez as narrativas
ideológicas não teriam tanto peso na mídia, em oposição ao trabalho sério de
buscar as verdades incômodas. Mas desde quando a esquerda quer a verdade, sua
maior inimiga?
Título e Texto: Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo, 16-2-2021, 10h28
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