Henrique Pereira dos Santos
Henrique Oliveira (também Silveira, depende dos contextos) [foto] é um dos mais espalhafatosos membros dos quatro matemáticos do apocalipse.
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Foto: Reprodução/tvi |
O Observador acha-lhe graça e
cita-o na qualidade de especialista (que é, sobretudo em música, acessoriamente
em matemática).
Comentário: estes grupos de
matemáticos sempre subscreveram a tese de que menos de dez a quinze dias,
preferencialmente três semanas, era pouco para avaliar o efeito de quaisquer
medidas não farmacêuticas tomadas na evolução da epidemia, exceto quando os
casos começaram a cair estrondosamente no fim de janeiro, altura em que
desenvolveram a tese de que só o fecho de escolas, uma semana antes, poderia
explicar uma queda que consideravam inexplicável. Agora parece que voltaram à
tese de que uma semana é pouco. Até aqui, nada de novo, trata-se da permanente
alteração da base teórica para explicar o desajuste entre as suas previsões e a
realidade em que são exímios, o que lhes evita a maçada de explicar os erros de
previsão.
"Henrique Oliveira
avisa que os óbitos continuam em valores mais altos do que era expectável face
à incidência registada agora, o que significa que as mortes por Covid-19 que se
estão a verificar são ainda de pessoas infetadas há cerca três semanas.
Por outro lado, isso também pode indiciar uma maior disponibilidade do próprio SNS no tratamento aos doentes. Quando Portugal atingiu médias de 10 mil casos diários (com picos de 16 mil) e chegou às 303 mortes registadas em 24 horas (em dois dias, 28 e 31 de janeiro), esse intervalo era inferior — cerca de duas semanas. Mas isso denunciava os problemas que se verificavam nos hospitais: sem espaço nas unidades de cuidados intensivos, muitos doentes acabavam por morrer no internamento geral, sem usufruir de tratamentos que lhes teriam prolongado a vida".
Comentário: Aqui o caso é
muito mais sério. Um professor universitário faz umas correlações matemáticas
entre número de casos e mortalidade e, ao verificar que o tempo que medeia
entre o pico de um e o pico de outros não bate certo, em vez de concluir o que
parece evidente - que não está a perceber nada do que se passa e tem de ir
procurar explicações para a inconsistência - inventa, o termo é mesmo inventa,
uma explicação completamente idiota: a de que os cuidados de saúde prestados
aos doentes covid são necessários para que as pessoas demorem mais uma semana a
morrer.
Que a explicação seja idiota
em si mesma e que não tenha qualquer base nos factos é absolutamente
irrelevante para Henrique Oliveira (Silveira), desde que lhe permita manter a
tese de que temos de estar todos fechados em casa porque as epidemias têm um
crescimento exponencial e, consequentemente, quando se entra na exponencial, é
preciso atacar o mais cedo possível (o facto de o eminente investigador ter
identificado um efeito supersónico no fecho de escolas que consistiu em
aumentar a velocidade de descida dos casos que já ocorria antes, não demove o
cientista de defender a tese de que só atacando a exponencial na base se podem
esperar resultados robustos).
Francamente, o que citei acima
ultrapassa qualquer limite normal para se ser aceite como opinião racional e
sólida, não passa de conversa de café para justificar erros e asneiras na
leitura da evolução da epidemia e manter o estatuto de especialista num assunto
de que se percebe raspas.
Pura indecência, portanto.
Título e Texto: Henrique
Pereira dos Santos, Corta-fitas,
23-3-2021
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