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Os bispos e essa sua mania meter o focinho onde não são chamados!… O clericalismo anda a solta na Igreja do Brasil e, com ele, esta mania desgraçada de sempre querer pôr a colher e dar palpite em assuntos que extrapolam a sua alçada.
Imagem: Gazeta do Povo |
Os bispos precisam entender
uma coisa simples: quando o assunto é medicina, química, matemática,
política, futebol, culinária, eles são leigos, ou seja, devem
deixar os especialistas falarem e não se meterem em polêmica. O assunto não
lhes diz respeito! É simples assim
Chega a ser chocante essa
dissonância, sobretudo entre estes que se gabam continuamente de serem os
grandes defensores do Vaticano II, que, na Constituição Gaudium et spes propagou
a ideia da “justa autonomia das realidades terrestres”, chegando a defender que
“seja permitido deplorar certas atitudes de espírito que não faltaram entre os
mesmos cristãos, por não reconhecerem suficientemente a legítima autonomia da
ciência e que, pelas disputas e controvérsias a que deram origem, levaram
muitos espíritos a pensar que a fé e a ciência eram incompatíveis” (n. 36).
Sem entrar no mérito da validade desta afirmação conciliar, é escandaloso que bispos se deem ao trabalho de arbitrar entre tratamentos médicos que não ferem a lei natural e não implicam em nenhum tipo de desordem moral. É absurdo que pastores, por pura sanha política, se coloquem numa posição pró e contra numa questão eticamente aberta e a despeito de toda e qualquer competência no assunto.
Pois foi exatamente isso que
fez o Regional Sul 2 da CNBB, que abrange todo o Estado do Paraná. Os bispos
tiveram a coragem de, mesmo reconhecendo que “as entidades constituídas por
tais estudos” (do que se trata isso?, os estudos agora constituem entidades?,
que entidades são estas, que foram constituídas por estudos?, que estudos as
teriam constituído, sejam elas quais forem?) “não chegaram a uma comprovação
científica” e que não existe “recomendação unívoca” por sociedades médicas,
dizer solenemente: “afirmamos que o ‘tratamento precoce’ não é opção e
orientação da Igreja Católica no Regional Sul 2 da CNBB”.
Estarrecedor! Isso, sim é o
que podemos chamar de obscurantismo! Onde já se viu que, em pleno agravamento
de uma pandemia, bispos venham declarar que as suas dioceses têm opção por este
tratamento em detrimento daquele?… Chegamos ao suprassumo do desvario por
parte dos nossos bispos.
Pior, a nota se conclui com
um non sense gritante: depois de conclamar aos “cuidados de
prevenção contra o contágio” (entenda-se: “fica em casa!”), terminam com uma
frase de Nosso Senhor: “vinde a mim, todos os que estais cansados etc.”,
enquanto eles trancam as Igrejas e privam os fiéis dos sacramentos,
sequestrados por eles de modo clericalista. Com os seus gestos, eles estão
dizendo aos fiéis: “ide, malditos, para o fogo eterno” e não “vinde a mim”. A
hipocrisia grita nas próprias palavras deste vergonhoso despropósito.
O resultado de pronunciamentos
indignos como este é a completa erosão da autoridade da Igreja. Em outras
palavras, estes senhores não percebem que estão a cair no ridículo: como
bispos, eles não têm competência para se pronunciar sobre a eficácia de
terapias e, portanto, tudo o que dizem a respeito não passa de intromissão e
não tem nenhum poder doutrinalmente vinculante; e, como incompetentes em
medicina, não são aptos para emitir juízos que sejam clinicamente respeitáveis.
Em outras palavras, a nota não passa de uma tolice cuja vergonha poderia ter
sido economizada nessa crise de popularidade pela qual passa a CNBB.
Desde que Edward Schillebeeckx
inventou essa história de que a Igreja e o mundo são a mesma coisa, os teólogos
pararam de falar de Deus e começaram a falar de saneamento básico, política
partidária, sexo, uso medicinal da maconha, ecologia ou qualquer outro tema a
fim de se enturmarem melhor com as novas agendas do movimento revolucionário. E
os pastores seguiram na mesma toada.
Dom Peruzzo, que também teve
COVID, seria capaz de divulgar que medicamento tomou? Ou se tratou só com
“ciência”, água e culto à Pachamama?
Eles preferem esvaziar seu
próprio lugar de fala do que falar dos temas que lhes são próprios: a fé, os
sacramentos, os mandamentos e a oração. Os fiéis à mingua, morrendo sem nenhuma
palavra de conforto, sem nenhum sacramento ou ao menos uma bênção, e eles
querendo protagonizar alguma lacração politicamente correta.
Os bispos deveriam parar com
esse assanhamento e se conter um pouco, deveriam saber o seu lugar, deveriam
ter o mínimo de bom senso e recolher-se à sua própria insignificância, naquilo
em que são incompetentes. Parem de enfiar o bedelho onde não foram chamados!
Parem de zarolhar! Comportem-se como homens sérios e não como um bando de
palpiteiros, atirando a credibilidade do catolicismo no lixo pela sua
obstinação em serem bispos abelhudos.
Título e Texto: FratresInUnum.com,
28-3-2021
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Um simples padre diocesano
ResponderExcluir28 março, 2021 às 11:10 pm
Eu sou padre de uma Diocese do Regional Sul II e tomei ivermectina, e tomarei novamente, e ainda, se preciso, vou tomar cloroquina!!!!
Esses bispos têm que entender que suas opiniões são irrelevantes nestes assuntos!!