Péricles Capanema
Vacina eficiente. Lula voltou ao proscênio da cena política, prepara sua volta em 2022 como candidato pretendendo alcançar vitória. Ponto vivo da estratégia, o demiurgo petista conta com o esquecimento popular. Sabe, a memória boa é a mais eficaz vacina contra a reinfecção petista.
Coligação forte à vista.
Tudo o indica, o morubixaba petista busca pôr em pé coligação forte para 2022;
para isso certamente irá migrar rumo ao centro e escolher vice tranquilizador —
como o fez com êxito ao pinçar milionário, líder empresarial e político de
centro para as eleições de 2002. São suas armas para reconquistar o Planalto.
Como molhar a pólvora? Nenhuma amnésia. No caso, a memória boa será a salvação
do Brasil.
Desgaste da reação antipetista.
Lula conta ainda com o desgaste das desorganizadas forças direitistas e
conservadoras que surgiram e surraram eleitoralmente o PT em 2018, tendo como
principal combustível os avassaladores sentimentos antipetista e anticorrupção,
gerados pelo horror dos desgovernos da “cumpanherada”. Por isso, em particular,
o esquecimento dos desgovernos é primordial na estratégia petista.
Tais sentimentos perpassavam
então de alto a baixo a sociedade, horrorizada com o inescrupuloso assalto ao
poder pela tigrada insaciável. Debilidade a ter em vista, noto só de passagem,
sentimentos e emoções costumam ser efêmeros. Cuidado com eles, precisam ser
cultivados, alimentados e enraizados; permanentes são os princípios e hábitos
entranhados. E é congruente, já está em curso intensa campanha de
desmoralização das forças conservadoras e direitistas que emprega como munição
motivações reais, inventadas ou aumentadas, pouco importa aqui. Vale tudo.
Por tudo isso, retomo e reitero, em 2022 a memória do passivo petista será fundamental. Décadas atrás foi muito popular lema em São Paulo, relativo à Revolução de 1932. Vale a recordação: “São Paulo não esquece, não transige, não perdoa”. Agora realço uma das três posturas, não esquecer, a primeira e mais fundamental delas. O perigo será esquecer. Com o olvido, a transigência e o perdão ficam dispensáveis; de fato, nem entram em linha de conta.
Anão diplomático. Vou
lembrar alguns, só alguns, infindo é o rol dos pesadelos pelos quais passamos
entre 2002 a 2016 — e a lista voltará aumentada e agravada se o petismo
triunfar em 2022. Hostilizar os Estados Unidos e a Europa, na prática, foi
política de Estado. Sob o mesmo bafo e em direção contrário bajular e favorecer
China, Rússia, Cuba, Venezuela, Irã, Síria e estados em situação semelhante.
Claro, também a Argentina de Nestor e Cristina Kirchner. O petismo triunfante
tentou criar uma aliança destrutiva da qual participavam países onde campeava a
ditadura, o terrorismo e a corrupção para opô-los ao mundo desenvolvido. Era
uma versão tóxica da rivalidade Norte-Sul. Ídolos da diplomacia brasileira
foram Fidel Castro, Hugo Chávez, Evo Morales. Do sanguinário ditador cubano,
Lula afirmou que foi “o maior de todos os latino-americanos” A
disputa do governo brasileiro com Israel chegou ao ponto de o porta-voz do
Estado judeu, em 2014, ter qualificado o Brasil de “anão diplomático”.
Modelos a imitar, Cuba e
Venezuela. Na política interna, a união com partidos políticos
complacentes (para dizer o mínimo) levou por anos à roubalheira solta —
mensalão e petrolão, e ainda não tivemos o destape do eletrolão —, pilharam em
especial estatais, o maior assalto aos cofres públicos de que o mundo tem
notícia. E à continuação da escandalosa política de promoção da reforma
agrária, que empobrece o campo há décadas. Sofremos ainda no fim do governo
Dilma, a paralisia econômica, a inflação em alta, o empobrecimento generalizado
e a recessão. E suportamos a teimosia do PT em continuar no mesmo rumo, o
abismo. Sem falar na parcialidade gritante da assim chamada Comissão da
Verdade, em que pululavam favorecimentos para alguns da patota, bem como
perseguições claras ou veladas aos opositores. Um autêntico ensaio dos
tribunais populares, de sinistra memória nas ditaduras comunistas. No horizonte
escuro, o fantasma aterrador de o Brasil virar uma nova Cuba ou uma nova
Venezuela. Outra vantagem da memória boa, dificulta idealizações acarameladas
dos desgovernos petistas.
Todas as agendas de ideologia
do gênero, promoção do aborto, “normalização” social e institucional da “família”,
sob as mais absurdas formas, receberão impulso novo, o que não impedirá à CNBB,
CPT e entidades congêneres de darem apoio a tais governos, que trabalharão
efetivamente para eliminar restos ainda vivos da evangelização em solo
brasileiro.
De outro modo, segundo os dois
corifeus da extrema esquerda, as comunidades eclesiais de base formaram o caldo
de cultura indispensável para fazer germinar no Brasil partido que trouxe no
bojo, o retrocesso, a intolerância, o desenho de uma sociedade socialista, com
atrofia enorme das possibilidades de realização pessoal. E cuja implantação
invariavelmente acarretou exclusões brutais, sufocamento da liberdade, fuga dos
pobres apavorados com a generalização da miséria, uma forma de inferno na
Terra.
O esquecimento, causa de
tragédias. Dou um cavalo de pau e recorro a exemplo
imaginário — já aconteceu coisa assim. Um pai estaciona o carro na rua, dia de
muito calor, deixa os vidros fechados, o filho pequeno fica no banco. O pai vai
cuidar da vida, faz negócios, demora, esquece que o filho está trancado. Quando
volta, desespero, a criança está morta por insolação e asfixia. Não quis o
fato, não agiu para que acontecesse. Foi culpado? Sim, pela lei e
jurisprudência. Negligenciou atenção que deveria dar à situação em que era
garantidor. Situações desse tipo configuram os chamados crimes de olvido ou de
esquecimento. Reza o artigo 13 do Código Penal: “O resultado, de que
depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
Considera-se a causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido”. E está no § 2º do mesmo artigo: “A omissão é penalmente
relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever
de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância”.
Crimes de esquecimento.
Por que fui tão longe e dei o cavalo de pau no texto? Para
lembrar um ponto, mesmo de forma inconsciente, até desejando o contrário, o
esquecimento não raras vezes leva a tragédias e até ao crime. A criança do
exemplo pode no futuro lembrar o Brasil. O pai, qualquer um de nós, se
negligentes; faltaríamos no caso ao dever de cuidado.
Título, Imagens e Texto: Péricles Capanema, ABIM, 23-3-2021
Lula foi inocentado?
ResponderExcluirNão,em hipótese alguma!
Ao contrário!
Pelo menos para mim ,restou comprovado sua culpa ,apenas foi beneficiado pela ansiedade com que seus detratores buscaram a condenação , atrapalhando o ordenamento jurídico.
Eis que, livre ,e com possibilidade de ,a depender de confirmação judicial ,poder buscar vultosa indenização , a título de danos morais.
Com idade avançada ,mesmo que seja condenado no futuro ,estará definitivamente livre da prisão , e com chances de concorrer novamente a presidente do Brasil.
O ministro que foi nomeado por Bolsonaro -Nunes Marques- para equilibrar a balança ,revelou-se um trapalhão .
Chegando a contestar provas que não haviam sido apresentadas no HC em julgamento,pois eram intempestivas a petição impetrada.
O que se julgava, antecede os fatos narrados em seu voto.
Lula tem chance de ser eleito?
Infelizmente tem!
Tivéssemos um outro candidato, fosse de direita ou esquerda ,com respeitabilidade suficiente e com a estatura de um estadista a concorrer ,Lula seria carta fora do baralho.
Há muito se perdeu ,no Brasil ,a figura de um homem de Estado,fazendo política ,como um verdadeiro estadista.
Aqui é outra realidade, que destrói autoridades políticas. E abre caminho para os medíocres.
Mas nenhum dos que até aqui se apresentaram garantem a confiabilidade geral do povo brasileiro.
Tivesse Bolsonaro aproveitado a oportunidade ,ou tivesse equilíbrio suficiente , ou até feito por merecer respeito nas funções que exerce, seria imbatível, neste mar de incompetentes.
Tivesse,mesmo não sabendo governar, e sendo um atarantado, agido com equilíbrio e liderança no combate a covid , teria salvo sua gestão.
Longe de mim dizer ,que Bolsonaro tenha culpa pelo vírus.
Mas ao não conseguir administrar a crise, liderando a nação ,fazendo valer suas prerrogativas democraticamente ,mostrando-se um líder ,acabou sendo derrotado definitivamente pela crise sanitária.
Então a ameaça que paira sobre nossas cabeças para 2022 ,é novamente Lula ou Bolsonaro!
Pobres de nós ,pobre Brasil ...ninguém merece!