Julgamento no plenário virtual do STF teve início no dia 3 e seguiria até 13 de dezembro, mas foi interrompido
Oeste
O ministro Kassio Nunes Marques [foto], do SupremoTribunal Federal (STF), pediu que o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7019 — que trata de uma lei de Rondônia que proíbe a chamada “linguagem neutra” nas instituições de ensino e em concursos públicos no Estado — seja realizado no plenário físico da Corte, e não no virtual.
O julgamento no plenário
virtual do STF teve início no dia 3 e seguiria até 13 de dezembro, mas um
pedido de vista do próprio Nunes Marques suspendeu a análise do caso.
A ADI 7019 ainda não foi
incluída na pauta de julgamentos do plenário físico e, provavelmente, o assunto
deve ser debatido apenas em 2022. O Judiciário entra em recesso no dia 20 de
dezembro.
Caso o tema volte à pauta
somente no ano que vem, o novo ministro da Corte, André Mendonça, cujo nome foi
aprovado pelo Senado, poderá participar do julgamento.
Em decisão liminar, o relator
da ação no STF, Edson Fachin, atendeu a um pedido da Confederação Nacional
dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), que argumentou que a
lei traria o risco de “calar professores”. A legislação foi suspensa.
Segundo o governo de Rondônia,
o objetivo da lei é estabelecer “medidas protetivas ao direito dos estudantes
ao aprendizado da língua portuguesa de acordo com a norma culta”.
A Lei 5.123/2021, em seu
artigo 1º, garantiria aos estudantes de Rondônia o direito ao aprendizado da
língua portuguesa de acordo com a norma culta. O artigo 3º da mesma lei
determinava a proibição da “‘linguagem neutra’ na grade curricular e no
material didático de instituições de ensino públicas ou privadas, assim como em
editais de concursos públicos”.
Linguagem neutra
Sob a alegação de que é necessário incluir no idioma os “não binários”, militantes propõem as seguintes alterações na língua portuguesa: substituir o a ou o dos artigos e pronomes masculinos e femininos por e ou u. Alguns exemplos são: “elus são parceires de muitos tempos”, “querides amigues” e “prezades alunes”.
Em reportagem publicada em
Oeste, o especialista em linguagem e professor de literatura do
Instituto Borborema Caio Perozzo afirma que a linguagem foi submetida à
ideologia e ao relativismo, que esvaziaram da fala e da escrita o propósito de
descrição da realidade como ela é.
Em outra reportagem, Oeste destacou a posição da
juíza do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJ-MG) Ludmila Lins
Grilo, que denunciou um processo seletivo para oficiais da Aeronáutica cuja
prova trazia uma questão sobre linguagem neutra.
“O artigo 13 da Constituição
diz que a língua portuguesa é o idioma oficial do Brasil. Ponto final”, afirmou
a magistrada. Ludmila criticou ainda a adesão a “palavras sem gênero” por parte
da iniciativa privada. “É nefasta a atitude de certas empresas”, disse. “Elas
têm responsabilidade social. Acho nocivo que violem a linguagem em nome de uma
ideologia.”
Título e Texto: Redação,
revista OESTE, 8-12-2021, 17h40
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