terça-feira, 21 de dezembro de 2021

[Aparecido rasga o verbo] Absolutamente correta

Aparecido Raimundo de Souza

QUANDO EU ESCUTAVA as pessoas dizerem “vou morrer e não verei tudo” — eu particularmente achava esquisito essas palavras, até mesmo destoadas e fora de propósito. Imaginava uma coisa sem fundamento, uma frase sem qualquer tipo de qualificação objetiva. Hoje, entendo perfeitamente bem, o que essas pessoas diziam e o quanto estavam certas.

No albor das minhas faculdades mentais, igualmente firme e seguro da consciência em perfeita sintonia com a realidade, me considero, por conta disso, firmemente situado no tempo e no espaço. Concluo que qualquer coisa ou juízo em contrário ao que a oração personifica, estaria fora dos propósitos.

Por outro prisma, se não quisesse ver, de frente, cara a cara, a verdade, eu simplesmente deixaria pra lá. Por isso, tiro por mim, pela minha experiência: “Vou morrer e não verei tudo.” E por que não verei tudo? — Porque ao meu redor, gravitam figuras as mais diversas.

Criaturas sorumbáticas que, levadas pelas maneiras como agem, as rotulariam sem pensar duas vezes, de nojentas, asquerosas, repugnantes, desprezíveis, ignóbeis, imundas, podres e sem noção, destituídas, pois, do senso prático: portanto, completando, esquisitamente fora da realidade do chão que pisam.

A cada dia, surgem ao meu redor, personagens os mais diversos, figurantes que fazem coisas inacreditáveis e creio, deveriam estar purgando seus pecados nos quintos do inferno. Protagonistas que se prestam a ser grossas e vazias. Entendo, que essa galera à margem da sociedade, é um bando de achamorrados e maçantes, bem ainda uma súcia de desabilitados e obstinados, sem um mínimo de coerência.

Essas aberrações, vamos colocar dessa forma, essas aberrações se acham superiores, se vangloriam altaneiras e privilegiadas: de igual forma, magnânimas e próceras. Puro engano! Por serem ocas por dentro, vazias de carências afetivas, esses desprezíveis, não vão além de um engodo, de uma figura-tendencial mal construída, falsificada e inexistente. Em resumo: esses lixos, esses vermes não sabem o que é calor humano.

São seres alienígenas que nasceram em outra galáxia. Normais na aparência, mas, se vistas pela ótica do bem comum, chegaremos a triste conclusão que não passam de uma turma imensa de mutilados, de vidas pelas metades. Uma confusa babel de sonhos incompletos, portadores de deficiências; cânceres incuráveis. Enfim, resumindo, criaturas que carregam, dentro de si, uma série de malefícios.

Perspectivas vazias de sentimentos mortos, que atonam como um mantra imbecilizado. Essas pessoas robotizadas vão além. Chegam a pensar e agem como se fossem poderosas, e pior, se acham acima dos desígnios de Deus. Todavia, não passam de nômades. Pequenos grãos espalhados pelas ruas e avenidas... como poeiras.

Basta um vento... um vento e tudo voa e some e se desintegra. Se desfazem e se transformam em nada, em sujeiras e porcarias.  Se transfazem em coisa alguma nas raias comuns do esquecimento.

Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha, Espírito Santo., 21-12-2021

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