quinta-feira, 7 de julho de 2022

A resistência dos Pais de Famalicão + o desastre diplomático no Brasil

Telmo Azevedo Fernandes

Embora todas as evidências apontem para que Marcelo Rebelo de Sousa se tenha deslocado ao Brasil em férias de praia, a verdade é que o nosso Presidente da República viajou até ao Rio de Janeiro e São Paulo a convite do Presidente Jair Bolsonaro, eleito com o voto de 58 milhões de brasileiros. E também, ao contrário do que dizem vozes mais assanhadas, Marcelo não está senil; caso em que seria inimputável. Ao contrário, o conhecido amante de surf de Cascais está perfeitamente lúcido e consciente do que faz e não faz.

Por isso, deve ser responsabilizado pelo desastre diplomático que provocou durante a sua visita oficial ao Brasil. O seu narcisismo exacerbado e manipulação da opinião pública através de orgãos de comunicação social servis e deslumbrados não se compagina com o mínimo de sensatez e cumprimento de protocolo que seria exigível a um diplomata em início de carreira.

Ainda esta semana assistimos também à triste saga do Ministério Público em vez de se dedicar a proteger crianças de lavagens cerebrais patrocinadas pelo Estado criticar os Pais dos alunos de Famalicão por defenderem os seus filhos de preceitos ideológicos contrários à sua forma de ver o mundo. O Ministério público arrogou-se até de forma acintosa e primitiva no direito de tomar o lugar de educador do povo e quer impor a estas crianças a tutela da escola.

Importa dizer que apesar do Ministério Público e do juiz de comarca terem claramente excedido e abusado da sua posição e mandato, prevalece na sociedade a perigosa ideia de que a escola deve educar. Confunde-se facilmente e demasiadas vezes «instrução» com «educação». À escola compete ensinar Português, Matemática e outras matérias fundamentais. E sabemos que já é difícil em disciplinas como Biologia ou Ciências da natureza não haver preleções de ativismos ideológicos….

Mas é aos Pais que compete orientar as crianças sobre o que é o Bem e o Mal. É às famílias e não à escola que compete cultivar nas crianças uma moral. E por isso, se por preguiça, desleixo ou manifesta irresponsabilidade transferirmos essa incumbência para a Escola acabamos por tornar os nossos filhos reféns da ética e moral de terceiros e potencialmente escravos de quem está em posição de poder. Isto torna-se evidente no ensino público que está na órbita direta do Estado. Mas o risco também existe nos colégios privados e religiosos que não se importam de sacrificar uma verdadeira autonomia dos seus projetos ao aceitar por exemplo, contratos de associação com o Estado e condicionar na prática os seus programas às orientações do ministério da educação. Por muito boas intenções que haja, é certo e sabido que quem paga as contas é quem manda.

Tomara que a louvável e heroica resistência dos Pais de Famalicão sirva em primeira instância para assegurar a liberdade dos seus filhos, mas também de alerta de consciência a todas as famílias portuguesas.

A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:

Título, Texto e Vídeo: Telmo Azevedo Fernandes, Blasfémias, 6-7-2022

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