J.R. Guzzo
A censura é um câncer e, sendo câncer, pode gerar metástase – a infecção sai do lugar onde começou e começa a invadir, passo por passo, o organismo inteiro. É o que está acontecendo com os atos de repressão do ministro Alexandre Moraes e seus imitadores no Tribunal Superior Eleitoral contra órgãos de imprensa. Dia após dia, violam de maneira cada vez mais maligna a liberdade de expressão, estabelecida com palavras indiscutíveis na Constituição Federal do Brasil - e proíbem os veículos de comunicação de publicarem qualquer coisa que o ex-presidente Lula, candidato nas eleições do dia 30 de outubro, não quer que seja publicada.
A primeira agressão foi contra
a Gazeta do Povo, censurada pelo TSE por informar, com base em fatos
escandalosamente públicos, que Lula e o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega,
são aliados políticos e admiradores um do outro. Lula acha que isso pode lhe
custar votos. Exigiu então que a Gazeta não publicasse nada a esse respeito e
foi atendido na hora pelo TSE; sempre é. A partir daí o câncer se espalhou.
Acaba de infectar a rádio
Jovem Pan, e pelos mesmos motivos: levar ao ar notícias sobre fatos verdadeiros
cuja divulgação Lula não admite. A rádio está censurada pelo TSE por falar dos
processos e das condenações de Lula por corrupção e lavagem de dinheiro. É como
se não tivesse existido a Lava Jato, ou a sua prisão durante 20 meses em
Curitiba, ou a devolução em massa de dinheiro roubado. A Jovem Pan não pode
falar nada disso.
Nunca se viu numa eleição brasileira, nem mesmo nas eleições consentidas e bem-comportadas feitas durante o AI-5, atos de ditadura como os que estão sendo praticados neste momento pelo alto Poder Judiciário. O processo eleitoral, por conta disso, está irremediavelmente sujo; qualquer que seja o resultado, a dupla STF-TSE conduziu durante toda a campanha um processo de destruição da democracia que não pode mais ser consertado. A autoridade eleitoral abandonou, sem maiores preocupações com aparências, a sua obrigação elementar de ser imparcial – está agindo abertamente a favor de um candidato, o ex-presidente Lula, contra o candidato adversário, o presidente Jair Bolsonaro.
Montou-se, aliás com a colaboração da maior parte da mídia, uma colossal operação de fingimento, através da qual STF-TSE pretendem salvar o Brasil do “autoritarismo” - e se servem desta mentira para violar a Constituição, liquidar liberdades públicas e individuais, e impor a censura em favor do seu candidato.
Nunca
se viu numa eleição brasileira, nem mesmo nas eleições consentidas e
bem-comportadas feitas durante o AI-5, atos de ditadura como os que estão sendo
praticados neste momento pelo alto Poder Judiciário
A metástase transbordou do seu
foco inicial não apenas quanto aos órgãos de imprensa perseguidos pelo TSE, mas
também em relação aos assuntos censurados. Alexandre Mores e seus associados no
TSE proíbem a exibição de vídeos em que Lula diz ”ainda bem” que “a natureza”
nos mandou a Covid – assim as pessoas aprendem a “importância do Estado”. É
proibido dizer que Lula foi o mais votado nas penitenciárias. Também não pode
dizer que o PT votou contra, na prática, o Auxílio Brasil proposto no Congresso
pelo governo – o partido negou o pagamento parcelado dos precatórios, ou
dívidas da União não pagas, e é daí que vem o dinheiro para pagar o auxílio.
Nem o ex-ministro Marco
Aurélio, do próprio Supremo, pode falar. Os ex-colegas proibiram que ele diga
que Lula não foi absolvido, em nenhum momento, pelo STF - apenas teve os seus
processos penais “anulados”, sem qualquer menção a provas ou fatos, o que não
tem absolutamente nada a ver com “absolvição”. É, em todo o caso, uma
interpretação dele como jurista, absolutamente legítima e legal. Mas o
ex-ministro foi proibido de falar. E por aí se vai, com multas de 25.000 reais
por dia para veículos de imprensa ou para jornalistas que não obedecerem de
imediato as ordens da censura – um abuso sem precedentes na história da justiça
brasileira.
Nenhum dos atos de censura do
TSE, pelo que ficou provado nas suas decisões, proibiu a publicação de notícia
falsa – como, hipocritamente, Moraes e colegas vêm dizendo que era a sua
intenção, antes ainda da campanha eleitoral começar. Agora se vê que só foi
proibida, como sempre quiseram eles, a publicação de informações verdadeiras.
Estas sim, são e sempre foram o objetivo real da repressão ditatorial mais
flagrante que o país já viu desde a abolição do AI-5. A ditadura do Judiciário
está proibindo dizer a verdade no Brasil.
Título e Texto: J. R. Guzzo, Gazeta do Povo, 20-10-2022
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ResponderExcluirdwaine and hommer
ResponderExcluirCITEI O PRIMEIRO porque só faz filmes bosta e o segundo é um desenho sem graça nenhuma,
ResponderExcluirO primeiro, nunca ouvi, nunca li; o segundo sempre me causou um grande complexo existencial, pois nunca captei a graça e, perante os milhões de cidadãos e especialistas que muita graça achavam, eu me considerava um 'deficiente'.
ExcluirPortanto, foi com grande alívio que, ao saber da existência de outro 'deficiente', eu me libertei de um grande complexo!
Obrigado, Vanderlei!
Na real errei o nome do primeiro, é Dwayne Johnson o superman da merda.
ExcluirGraças à nossa natureza de "readers" podemos atestar que hommer está no STF.
Tudo por aqui está IRREMEDIAVELMENTE SUJO. Pior que pau de galinheiro. Já viram pau de galinheiro?
ResponderExcluirCarina Bratt
Ca
de Brasília DF
GRANDES PUTAS BRASILEIRAS!
ResponderExcluirDEMOCRACIA, LIBERDADE, CONSTITUIÇÃO
ESTADO DE DIREITO UM PROXENETA