sábado, 1 de abril de 2023

Revista Oeste: A mais recente ofensiva das agências de checagem está entre os destaques desta edição

Imagem: Viktor Gladkov/Sutterstock

Branca Nunes

Em seus três anos de vida, Oeste tem sido um dos alvos preferenciais dos inimigos da liberdade de expressão. Em julho de 2020, com quatro meses de vida, a revista foi atacada pela agência de checagem Aos Fatos, que tachou de fake news uma reportagem exemplarmente correta sobre as queimadas na Amazônia. Absurdos semelhantes se repetiram nos meses seguintes com outras publicações do site. Apesar dos sucessivos e-mails que comprovaram a veracidade dos textos, nenhuma agência se retratou.

Em seguida entrou em cena a Wikipedia. Sem explicar por que, a “enciclopédia colaborativa” classificou Oeste como “fonte não confiável”. Pouco depois, o Google suspendeu a publicação de propaganda programática (anúncios de outras empresas distribuídos pelo Google). Nesse período, também ocorreram ataques hackers, além de bloqueios no Facebook, no YouTube e no Twitter. Oeste não deixou uma única acusação sem resposta. Sempre recorreu à Justiça. 

Montagem Revista Oeste

Na tarde desta quarta-feira 29, Oeste foi vítima de outra reincidência da Aos Fatos. “Estamos fazendo um especial investigativo que reuniu mais de 690 conteúdos desinformativos ou golpistas virais que circularam desde o segundo turno das eleições e até a invasão dos prédios dos Três Poderes no dia 08/01″, informou um e-mail que baixou na redação, por volta das 19h30. “Entre os conteúdos estão trechos de vídeos da Revista Oeste em que seus comentaristas disseminam desinformação ou defendem pautas golpistas.” Prazo fixado para a resposta: 19 horas — pelo menos 30 minutos antes que o e-mail fosse lido por alguém da revista. A mensagem também omitia exemplos do que seria conteúdo “desinformativo ou golpista”.

“Vamos lá: o que é um ‘especial investigativo’? Um trabalho escolar? Uma composição à vista de uma gravura? Um teste eliminatório para o ingresso num curso de formação de detetives? E por que o “virais” depois do “golpistas”?”, pergunta Augusto Nunes, em artigo publicado nesta edição. “A cópia em papel do recado já decolava rumo à lata de lixo quando bati os olhos num aviso no rodapé: ‘Viu algum conteúdo suspeito nas redes? Fale com a Fátima’. Acabara de ver um conteúdo mais que suspeito: a mensagem é uma sequência de agressões à Constituição, à democracia, à liberdade, ao idioma, à moral e aos bons costumes. Estava pensando na conversa com a Fátima quando notei que também é sigiloso o paradeiro dessa misteriosa padroeira dos caçadores de fake news.

Nesta quinta-feira, foi enfim divulgado o “especial investigativo”. “Trata-se de uma intragável salada de disparates”, resume Nunes. Em dezembro do ano passado, em entrevista a Oeste, o jurista Ivan Sartori, ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, afirmou: “Vivemos hoje no Brasil uma censura generalizada, e as mídias sociais fazem parte desse sistema”. Sartori citou o artigo 220 da Constituição (“A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição”) e inciso IX do artigo 5º, que garante a livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

Para essas empresas, o verdadeiro crime cometido por Oeste é pensar diferente — e defender incondicionalmente a liberdade de expressão. Mais uma vez, desafiamos qualquer rede social ou agência de checagem a provarem que alguma reportagem contém mentira.  

Boa leitura.  

Branca Nunes, Diretora de Redação, Revista Oeste, nº 158, 31-3-2023

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