Karina Michelin
Um comercial de televisão de um
supermercado italiano, que não traz a linguagem única do politicamente correto,
despertou a ira dos progressistas e da geração woke
Um comercial trazendo uma família
tradicional foi o suficiente para enlouquecê-los. O anúncio do supermercado
Esselunga está sendo muito discutido atualmente na Itália, pela primeira vez um
filme que não mostra famílias felizes e casais perfeitos, mas a vida real, às
vezes dolorosa, limitando-se muito delicadamente a colocar-se novamente no
centro - as necessidades das crianças.
Mas os progressistas e os
radicais chic viram isso como uma afronta. Uma afronta à sua ideia de progresso
elevada a um dogma indiscutível, a um pensamento fluido-inclusivo que na
verdade somente exclui. Como estamos vivendo um mundo distópico, e de cabeça
para baixo, ser normal nos dias de hoje causa escândalo, repúdio e discurso de
ódio.
Para eles é um escândalo, uma abominação, trazer num comercial de televisão um Pai e uma Mãe, um casal heterossexual, uma família natural. Eles são capazes de ver a homotransfobia até mesmo nos olhos de uma criança, onde seu único desejo é o de ver a mãe e o pai voltarem a ficar juntos.
Claro, o comercial aborda o
tema da separação através do olhar das crianças. Mas não há condenação, há uma
mensagem que diz respeito a todos, pais ou não, separados ou não. Estamos
todos, uns mais outro menos, sobrecarregados pelas preocupações diárias da
vida, imersos em nossos próprios problemas e na confusão de relacionamentos
fracassados, porém, a mensagem do comercial é clara: vamos tentar prestar mais
atenção aos sentimentos das crianças e protegê-los.
A separação é, em muitos
casos, inevitável. Ninguém está dizendo que na presença de um relacionamento
fracassado você deve fingir que nada aconteceu e seguir em frente pelos filhos.
A separação e o divórcio continuarão sempre a ser preferíveis à coabitação
conflituosa, que pode ser igualmente traumática para as crianças. Mas é preciso
lembrar que antes de um “direito”, ainda é uma derrota para todos. E é
necessário esse máximo empenho por parte dos adultos para que aqueles que
certamente não têm culpa, os nossos filhos, sofram o menos possível.
A polêmica causada por este
comercial, é pelo fato que o nosso debate público está sendo supervisionado e
manipulado com os “guardiões” da nova moralidade (imoral) - que estão sempre
prontos a atacar e difamar, todos aqueles que buscam proteger o que temos de
mais sacro: as nossas crianças.
Texto: Karina Michelin,
Twitter, 2-10-2023
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