Telmo Azevedo Fernandes
Já toda a gente percebeu que
houve uma grande cunha no chamado caso das gémeas luso-brasileiras. Resta
apenas apurar com rigor quais os autores morais e materiais do esquema de
favorecimento e privilégio que custou aos contribuintes portugueses mais de quatro
milhões de euros, ao mesmo tempo que famílias portuguesas são deixadas a lutar
contra burocracias e esperas infindáveis para tratamento médico idêntico para
os seus filhos.
Mas há alguns aspectos sobre esta telenovela deprimente que têm sido esquecidos ou pouco comentados e que adensam suspeitas legítimas de ter havido condutas e procedimentos impróprios e eticamente reprováveis por parte do Presidente da República.
Por exemplo, o doutor Nuno,
filho de Rebelo de Sousa, não é sequer amigo da família das gémeas (ver
vídeo ao 1m17s). Mas, mesmo que fosse, a que título a Presidência da
República dá informações sensíveis, extremamente pessoais e reservadas sobre o
andamento do processo clínico das crianças ao Dr. Nuno?
A Presidência da República não
faz nenhum escrutínio nem averigua se quem dirige pedidos ao Presidente tem
legitimidade ou está mandatado pelos beneficiários para o fazer?
O pai do Dr. Nuno, é incapaz
de dizer ao seu filho que o seu pedido não tem pés nem cabeça ser-lhe dirigido
abusando da relação familiar que têm?
É admissível que tendo Marcelo recebido um e-mail particular do seu filho faça entrar essa mensagem no circuito de trabalho e seguimento dos serviços da Presidência da República?
A pedido do Presidente para se
inteirar do caso, uma assessora de Marcelo contactou diretamente o hospital de
Santa Maria e obteve desta instituição uma resposta clara, e tecnicamente
fundamentada que deitou imediatamente por terra a pretensão dos pais para que
fosse administrado em Portugal o medicamento milionário às gémeas. Sabendo
disto, e sendo suposto a Presidência da República selecionar apenas os casos
relevantes e minimamente plausíveis a reencaminhar para o Governo, a que
propósito segue um ofício da Presidência da República para António Costa?
Como se poderá entender que a
Casa Civil do Presidente da República force e tente tornar político o
tratamento de um caso que deveria ser um processo eminentemente técnico?
A falta de resposta a estas e
muitas outras questões dão razão àqueles que entendem que os mais altos cargos
da nação são dirigidos como chafaricas e que o regular funcionamento das
instituições democráticas está longe de ser regular.
Em Portugal, destituir um
Presidente da República por violação grosseira das suas obrigações enquanto
chefe de estado é virtualmente impossível. Por isso conviria que Marcelo e o
Dr. Nuno dessem explicações cabais e com verdade ao País.
A minha crónica-vídeo, aqui:
Título, Texto e Vídeo: Telmo
Azevedo Fernandes, Blasfémias,
6-12-2023
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