(…)
A este propósito, convirá, sempre, relembrar (em tradução livre) as “Declarações de alguém que já viveu o nosso futuro”, reflexão datada de 2006, mas cada vez mais atual, sem embargo polêmica, da autoria de um conhecido “dissidente soviético” (deportado após vários anos de prisão, pelos soviéticos, em 1976), Vladimir Konstantinovich Bukovsky [foto], sobre a dita (cada vez menos) “união europeia”, a que designou assertivamente “EUSSR”:
É surpreendente que, após
ter-se enterrado um monstro, a URSS, se tenha construído outro semelhante: a
União Europeia (UE). O que é, exatamente a União Europeia? Talvez fiquemos
sabendo examinando a sua versão soviética.
A URSS era governada por
quinze pessoas não eleitas que se cooptavam mutuamente e não tinham que
responder perante ninguém. A UE é governada por duas dúzias de pessoas que se
reúnem a porta fechada e também não têm de responder perante ninguém, sendo
politicamente impunes.
Poderá se dizer que a UE
tem um Parlamento. A URSS também tinha uma espécie de Parlamento, o Soviete
Supremo. Nós, na URSS, aprovamos, sem discussão, as decisões do Politburo, como
na prática acontece no Parlamento Europeu, em que o uso da palavra concedido a
cada grupo está limitado, frequentemente a um minuto por cada interveniente.
Na UE há centenas de milhares de eurocratas com vencimentos muito elevados, com prêmios e privilégios enormes, e com imunidade judicial vitalícia, sendo apenas transferidos de um posto para outro, façam bem ou façam mal. Não é a URSS escarrada?
A URSS foi criada sob coação, muitas vezes pela via da ocupação militar. No caso da Europa está a criar-se uma UE, não sob a a força das armas, mas pelo constrangimento e pelo terror econômicos. Para poder continuar a existir, a URSS expandiu-se de forma crescente. Desde que deixou de crescer, começou a desabar. O mesmo vai acontecer com a UE.
Proclamou-se que o objetivo
da URSS era criar uma nova entidade histórica: o Povo Soviético. Era necessário
esquecer as nacionalidades, as tradições e os costumes. O mesmo acontece com a
UE.
A UE não quer que sejais
ingleses ou franceses, pretende vos dar uma nova identidade: ser “europeus”,
reprimindo os vossos sentimentos nacionais, e vos forçar a viver numa
comunidade multinacional.
Setenta e três anos deste
sistema na URSS acabaram com mais conflitos étnicos, como não aconteceu em
nenhuma outra parte do mundo. Um dos objetivos “grandiosos” da URSS era
destruir os Estados-Nação. É exatamente isso que vemos na Europa, hoje.
Bruxelas tem a intenção de fagocitar os Estados-Nação para que deixem de existir.
O sistema soviético era
corrupto de alto-a-baixo. Acontece a mesma coisa na UE.
Os procedimentos
antidemocráticos que víamos na URSS florescem na UE. Os que se opõem ou denunciam
são amordaçados ou punidos. Nada mudou.
Na URSS tínhamos o “goulag”.
Creio que ele também existe na UE. Um goulag intelectual designado por “politicamente
correto”. Experimentai dizer o que pensais sobre questões como a raça e a
sexualidade. Se as vossas opiniões não forem “boas”, “politicamente corretas”,
sereis ostracizados. É o começo do “goulag”. É o princípio do fim da vossa
liberdade.
Na URSS se pensava que só
um estado federal evitaria a guerra. Dizem-nos exatamente a mesma coisa na UE.
Em resumo, é a mesma ideologia em ambos os sistemas.
A UE é o velho modelo soviético
vestido à moda ocidental. Mas, como a URSS, a UE traz consigo os germes da sua
própria destruição. Desgraçadamente, quando ela desabar, porque irá desabar,
deixará atrás de si um imenso descalabro e enormes problemas econômicos e
étnicos.
O antigo regime soviético
era irreformável. Do mesmo modo, a UE também
é. EU JÁ VIVI O VOSSO FUTURO, está aí escrito…1
1 Vladimir Konstantinovich Bukovsky (30 de dezembro de 1942 – 27 de outubro de 2019),
escritor e ativista que, do final da década de 1950 até meados da década de
1970, foi uma figura proeminente no movimento dissidente soviético, tendo
passado doze anos em hospitais-prisões psiquiátricas, campos de trabalho
forçado e prisões na URSS.
O texto acima referenciado, consta de um livro, com o paradigmático título “EURSS”,
publicado em coautoria com Pavel Stroilov, “EURSS: the Soviet roots of
European integration”, Ed. Sovereignty Publications, UK, 2006. Também
parcialmente reproduzido no The Brussels Journal: “The Voice of Conservatism
in Europe”, fevereiro de 2006; num periódico da Society for the
Advancement of Freedom in Europe (SAFE)”; e por Paul Belien, fevereiro de
2006: “Former Soviet Dissidents Warns for EU Dictatorship. An interview with
Vladimir Bukovsky”. Onde testemunhou ter lido documentos confidenciais de
arquivos secretos soviéticos em 1992, que confirmavam a existência de uma “conspiração”
para transformar a União Europeia numa organização socialista, e que «A
União Europeia é um “monstro”, que deve ser destruído, quanto mais cedo melhor,
antes que se transforme num estado totalitário de pleno direito».
Título: M. Jorge C. Castela;
Texto: M. Jorge C. Castela e Vladimir Bukovsky, in “Rússia
versus Ucrânia”, páginas 39 e 40; Digitação: JP, 14-8-2024
[Livros & Leituras] éléments – pour la cilisation européenne
Cristãos presos em Paris por protestarem contra a abominação da 'Última Ceia' olímpica
Distopia do Reino Unido: Cidadãos são presos por "desinformação" e por "assistirem" aos motins
Pedro «Catarina Mendes Adão e Silva» Duarte
[Livros & Leituras] Le Totalitarisme sans le goulag
Keir Starmer promete máxima repressão sobre cidadãos que protestem contra o esfaqueamento de crianças
Generalizações abusivas
Gouveia e Melo, os lacaios e o Jornalismo castrado numa bandeja
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-