O anterior governo usava e
abusava do marketing para promover a sua atuação.
À míngua de resultados, tudo
subordinava aos ditames da publicidade e da propaganda. Qualquer questão, por
mais insignificante que fosse, logo justificava uma festa, enxameada por um
corrupio de autoelogios e abrilhantada por vastas proclamações dos tradicionais
próceres do regime. Tudo servia para sustentar um Governo que vivia em
permanente campanha eleitoral. Nos antípodas está o Governo de Passos Coelho.
Portugal subiu 15 posições no
ranking da competitividade.
Melhorámos no plano empresarial, das universidades, das escolas de Gestão, no plano das políticas públicas.
Mas passámos por este relatório como “cão por vinha vindimada”.
Melhorámos no plano empresarial, das universidades, das escolas de Gestão, no plano das políticas públicas.
Mas passámos por este relatório como “cão por vinha vindimada”.
O amadorismo e o desconcerto
são de tal monta que a governação atual parece ter receio de justificar os seus
êxitos e vergonha de publicitar os seus sucessos. Tudo é contido e feito a
medo. Às vezes até parece que têm de pedir desculpa por estarem a colocar o
País dentro dos carris e a lograrem obter resultados que são do interesse
nacional. Um exagero deu lugar a outro exagero.
Tudo isto vem a propósito do
recente relatório do Fórum Económico Mundial sobre a competitividade à escala
global.
Desde 2005, com uma episódica
exceção em 2011, Portugal tem vindo a baixar de divisão em termos de
competitividade. Aos olhos dos investidores éramos um caso perdido. Sempre a
perder terreno. Até que este ano o País inverteu o plano inclinado em que se
movia. Segundo o relatório, Portugal subiu 15 posições no ranking da
competitividade que avalia 144 países. Melhorámos no plano empresarial,
evoluímos no quadro das universidades, estamos em posição excelente ao nível
das escolas de Gestão. O mais relevante, porém, é que no plano das políticas
públicas subimos 30 lugares. Ou seja, a ação governativa contribuiu
decisivamente para o sucesso que o relatório evidencia.
Não estamos a falar de um
estudo cozinhado numa sede partidária ou de u m relatório fabricado num
departamento ministerial. Estamos a falar de um documento insuspeito produzido
por uma organização internacional de referência. Um relatório que é importante
cá dentro e lá fora. Cá dentro mostra que há um retorno estratégico dos esforços
que os portugueses fazem. Lá fora funciona de bússola para os investidores,
sinalizando que o País volta a ser atrativo para investir.
Apesar disto, passámos por
este relatório como “cão por vinha vindimada”. Lá houve uma ou outra notícia,
uma ou outra declaração. Mas tudo não passou de um epifenómeno.
Tenho dúvidas que a opinião
pública tenha registado o essencial do relatório, para não dizer que tenho a
certeza de que não lhe atribui a importância de que ele claramente se reveste.
O Governo, esse, reagiu com
satisfação mas com contenção. Como se mais de uma notícia se tratasse. Só que
esta não era mais uma notícia. Era a notícia. Que merecia ser potenciada. Sem o
superavit propagandístico do passado e sem o défice comunicativo do presente.
Afinal, nem oito, nem oitenta.
Título e Texto: Luís Marques Mendes, VISÃO, nº 1123, de
11 a 17 de setembro de 2014
Digitação: JP
Digitação: JP
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