sábado, 13 de setembro de 2014

O que há de errado com o eleitorado e a democracia brasileira?

Francisco Vianna
Caro Canídeo Tabagista,
A pergunta que realmente importa não é esta, ou seja, a que quer saber o que há de errado com o povo brasileiro...

Na verdade, a pergunta correta é "O QUE HÁ DE ERRADO COM O ELEITORADO E A DEMOCRACIA BRASILEIRA?".

Aí a minha resposta é a que venho dando sempre em meus escritos: NÍVEL DE ESCOLARIDADE, DE EDUCAÇÃO E DE POLITIZAÇÃO.

Embora sendo visceralmente contra, aceitaria, de bom grado, até uma funesta reexperimentação de um regime socialista se tal decisão fosse tomada por um eleitorado brasileiro composto por pessoas que tivessem, pelo menos, o segundo grau de escolaridade e educação oficial do país, algo que, a propósito, é exigido pelos próprios governos como condição sine qua non para que alguém seja admitido para o funcionalismo público, por mais humilde que seja o cargo, como por exemplo, para gari municipal.

Como tal exigência pode ser considerada correta se esses mesmos governos a esquecem na hora de admitir candidatos, eleitores, eleitos e indicados a cargos de confiança? Ora, isso nos parece um absurdo amplamente conformado.

Evidente que, se tal exigência fosse aplicada ao colégio eleitoral, um eleitorado de muito melhor nível surgiria e uma das primeiras preocupações por parte desse corpo de eleitores seria, acredito, exigir probidade (ficha limpa), competência, preparo técnico e plataformas de atuação bem claras e definidas por todos aqueles que viessem a postular cargos eletivos e de confiança no país, em todos os níveis.

É evidente que isso anularia, na base, diversas ignomínias que enfraquecem o nosso sistema democrático e nos empurram para regimes autoritários, tais como a compra de votos mediante benesses estatais distribuídas entre os mais pobres e ignorantes sem qualquer contrapartida por parte dos beneficiários, a vista grossa ao crime e aos grupos de baderneiros que agem sob a égide governamental sob a alcunha de "movimentos sociais", o aparelhamento sistemático do estado por um partido político mediante a compra de partidos nanicos com o mesmo viés ideológico, fatos que geram uma corrupção endêmica agravada pelo crescimento do pior dos capitalismos, o capitalismo de estado.

As pessoas estudadas, educadas, politizadas, são as que aprenderam a ler e a interpretar todas as correntes filosóficas, principalmente as que mais se conflitaram ao longo do século XX. Se as decisões locais, regionais e nacionais ficassem por conta desse tipo melhor de pessoas, e por conseguinte, de uma cidadania mais qualificada, o resultado seria uma democracia com instituições muito mais fortes, e uma atividade econômica muito mais produtiva e com base num capitalismo de viés eminentemente privado e produtivo, como nos ensina a grande lição - embora não aprendida ainda por alguns - oferecida pela história do Século XX. E isso ocorreria em benefício direto dos que ainda não tenham adquirido tais condições mínimas para o exercício da cidadania.

No Brasil, os "currais eleitorais" não acabaram, mas apenas se "modernizaram"...
Título e Texto: Francisco Vianna, 13-09-2014

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