domingo, 3 de junho de 2012

O bandido e o magistrado (por Nivaldo e Otacílio)

Nivaldo Cordeiro

O episódio mais espetacular da política nesta semana foram as revelações da revista Veja sobre o diálogo travado por Lula com o ministro do STF, Gilmar Mendes. Lula ousou procurar o ministro para sugerir a "inconveniência" do julgamento do mensalãoagora. Não me lembro de uma intromissão tão ostensiva numa corte como esta na história recente: Lula simplesmente tentou "melar" o mensalão, para o bem de todos os petistas e a impunidade dos mensaleiros. 
No gesto podemos ver todo o grau de descompromisso de Lula e seu partido com a democracia, que tem por primeiro o princípio de respeito às instituições e da igualdade de todos diante da lei. O despropósito da iniciativa foi prontamente rejeitado pelo ministro, como era de se esperar. O vazamento do fato pela revista Veja transformou o acinte em escândalo nacional. Desde então Lula se colocou, primeiro na ofensiva, acusando o ministro, vítima de um lobby mal feito e acintoso, de ser o autor do escândalo. Depois Lula caiu em um silêncio sintomático, típico dos culpados que desejam deixar o tempo passar, para que os fatos esfriem. 
Não adiantou. O número da revista Veja que acabou de chegar às bancas deu capa ao episódio   ("Um tiro no pé"). Veja foi além, ao escrever que está de posse de um documento que dá orientação do que fazer pelos petistas diante da ameaça do julgamento do mensalão, inspiração para a ação de Lula. O PT partiu para o vale-tudo, inclusive na ousadia de Lula de tentar coagir o ministro Gilmar Mendes.  Eis a descrição da revista sobre a ousada abordagem do ex-presidente: 
"Lula bem que tentou. Dispensou as liturgias esperadas de um ex-presidente, brandiu obscenamente versões como se fossem fatos, atropelou a lei, mandou às favas os bons costumes, a educação e a civilidade. Tudo para tentar o impossível: apagar da memória recente da nação que sob o seu governo se deu o mais escândalo de corrupção da história da República. Foi patético. E inútil." 
Uma descrição mais incisiva do fato não poderia ser produzida. Veja está de parabéns por se manter do lado certo, da verdade. As duas edições da revista, desta e da semana anterior, são uma ode à liberdade de imprensa. Bem sabemos o poder que o Estado central tem sobre verbas publicitárias e outros mecanismos de "amansar" a imprensa. Veja manteve-se impávida, servindo adequadamente os seus leitores com a verdade dos fatos. 
O impacto das revelações não será pequeno no plano eleitoral. Lula contava em eleger Fernando Haddad em São Paulo, de algum modo cativando a classe média paulistana. O escândalo inviabilizou o propósito, mesmo porque, surpreendendo a todos, a Rede Globo noticiou o escândalo em destaque no Jornal Nacional e, no dia seguinte, no Bom Dia Brasil. Inclusive entrevistando o ministro Gilmar Mendes. Ato de coragem da Globo? Ato de luta pela sobrevivência. Se métodos como este contra um magistrado fossem ocultados da opinião pública a própria razão de ser da imprensa desatrelada dos governantes deixaria de existir. 
O episódio foi gravíssimo, mas o resultado final pode ser positivo. O PT certamente perdeu muito votos e também a credibilidade com o lobby desastrado de Lula. E vimos o triunfo da imprensa livre, contra os poderosos governantes. Não é pouco.
Texto: Nivaldo Cordeiro, 02-06-2012

Comentário de Otacílio Guimarães:
É necessário separar o joio do trigo. Neste momento, apesar do ataque inescrupuloso desse pigmeu moral que atende pelo nome de Luís Inácio da Silva à justiça brasileira, a maioria do povo (o joio) continua sem saber o que aconteceu e prossegue amando o Exu de Nove Dedos esperando ansiosamente 2014 para conduzi-lo novamente ao trono do palácio do planalto.
O Nivaldo Cordeiro, assim como a Veja, escreve para o trigo, mas este, além de não ter número suficiente para eleger quem quer que seja, é omisso e acomodado, pouco se preocupando com o que está acontecendo ou com o que acontecerá no futuro.  
Um episódio como este, uma tentativa clara e ostensiva de manipular a suprema corte de justiça do país em favor de uma quadrilha de corruptos que já deveria ter sido trancafiada há pelo menos cinco anos, seria motivo suficiente para o autor do achaque ter sido conduzido à cadeia dado que cometeu um crime violando uma lei. Tivesse este fato ocorrido nos Estados Unidos, por exemplo, e o tresloucado receberia ordem de prisão na hora. No Brasil, o ministro alvo da tentativa de achaque, ficou calado durante mais de um mês e foi preciso que a revista Veja, com sua competência investigativa, trouxesse o caso a público para que ele resolvesse abrir o bico confirmando tudo. Eu acho que é por estas coisas que tantos no Brasil odeiam os Estados Unidos e a revista Veja. É um povo muito chinfrim esse povo brasileiro.  
O fato ocorrido não vai tirar um voto sequer do PT porque os eleitores petistas têm as orelhas do mesmo tamanho das de um burro e se comportam como jumentos. Saia às ruas aí na cidade em que você mora e faça sua enquete particular entre os transeuntes. Pergunte simplesmente: o que você acha da tentativa de Lula melar a votação da quadrilha do mensalão pelo STF?  
A resposta da maioria provavelmente será: eu acho bão, tche!
Será que o Nivaldo pensa que todo mundo no Brasil lê a Veja e seus artigos? A falta de conhecimento da alma brasileira por parte desses articulistas chega a ser comovente, se não fosse trágica. Ora, bolas, a maioria do povo brasileiro é igualzinha ao anão moral Luís Inácio da Silva: desonesta, dissimulada, mentirosa, traidora, safada na verdadeira acepção da palavra. E ambos se merecem.
A única coisa que poderá livrar o Brasil de Lula é o câncer.  
Otacílio Guimarães, 03-06-2012

Um comentário:

  1. A mim, me faltam palavras.

    Então, para falar por mim, invoco a sombra de um dos maiores vultos da História de nosso país:


    "Estamos no período hilariante dos grandes homens-pulhas, dos Pachecos enpavesados e dos Acácios triunfantes. Jamais se berrou tão convictamente tanta asneira sob o sol! É asfixiante! A atmosfera moral é magnífica para batráquios!"


    Euclides da Cunha


    carta a 9 do 9 de 1909

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