Nivaldo Cordeiro
O episódio mais espetacular da
política nesta semana foram as revelações da revista Veja sobre o diálogo
travado por Lula com o ministro do STF, Gilmar Mendes. Lula ousou procurar o
ministro para sugerir a "inconveniência" do julgamento
do mensalãoagora. Não me lembro de uma intromissão tão ostensiva numa
corte como esta na história recente: Lula simplesmente tentou "melar"
o mensalão, para o bem de todos os petistas e a impunidade
dos mensaleiros.
No gesto podemos ver todo o
grau de descompromisso de Lula e seu partido com a democracia, que tem por
primeiro o princípio de respeito às instituições e da igualdade de todos diante
da lei. O despropósito da iniciativa foi prontamente rejeitado pelo ministro, como
era de se esperar. O vazamento do fato pela revista Veja transformou o acinte
em escândalo nacional. Desde então Lula se colocou, primeiro na ofensiva,
acusando o ministro, vítima de um lobby mal feito e acintoso, de ser o autor do
escândalo. Depois Lula caiu em um silêncio sintomático, típico dos culpados que
desejam deixar o tempo passar, para que os fatos esfriem.
Não adiantou. O número da
revista Veja que acabou de chegar às bancas deu capa ao episódio ("Um
tiro no pé"). Veja foi além, ao escrever que está de posse de um documento
que dá orientação do que fazer pelos petistas diante da ameaça do julgamento
do mensalão, inspiração para a ação de Lula. O PT partiu para o vale-tudo,
inclusive na ousadia de Lula de tentar coagir o ministro Gilmar Mendes. Eis
a descrição da revista sobre a ousada abordagem do ex-presidente:
"Lula bem que tentou.
Dispensou as liturgias esperadas de um ex-presidente, brandiu obscenamente
versões como se fossem fatos, atropelou a lei, mandou às favas os bons
costumes, a educação e a civilidade. Tudo para tentar o impossível: apagar da
memória recente da nação que sob o seu governo se deu o mais escândalo de
corrupção da história da República. Foi patético. E inútil."
Uma descrição mais incisiva do
fato não poderia ser produzida. Veja está de parabéns por se manter do lado
certo, da verdade. As duas edições da revista, desta e da semana anterior, são
uma ode à liberdade de imprensa. Bem sabemos o poder que o Estado central tem
sobre verbas publicitárias e outros mecanismos de "amansar" a
imprensa. Veja manteve-se impávida, servindo adequadamente os seus leitores com
a verdade dos fatos.
O impacto das revelações não
será pequeno no plano eleitoral. Lula contava em eleger Fernando Haddad em São
Paulo, de algum modo cativando a classe média paulistana. O escândalo
inviabilizou o propósito, mesmo porque, surpreendendo a todos, a Rede Globo
noticiou o escândalo em destaque no Jornal Nacional e, no dia seguinte, no Bom
Dia Brasil. Inclusive entrevistando o ministro Gilmar Mendes. Ato de coragem da
Globo? Ato de luta pela sobrevivência. Se métodos como este contra um
magistrado fossem ocultados da opinião pública a própria razão de ser da
imprensa desatrelada dos governantes deixaria de existir.
O episódio foi gravíssimo, mas
o resultado final pode ser positivo. O PT certamente perdeu muito votos e
também a credibilidade com o lobby desastrado de Lula. E vimos o triunfo da
imprensa livre, contra os poderosos governantes. Não é pouco.
Texto: Nivaldo
Cordeiro, 02-06-2012
Comentário de Otacílio Guimarães:
É necessário separar o joio do
trigo. Neste momento, apesar do ataque inescrupuloso desse pigmeu moral que
atende pelo nome de Luís Inácio da Silva à justiça brasileira, a maioria do
povo (o joio) continua sem saber o que aconteceu e prossegue amando o Exu de
Nove Dedos esperando ansiosamente 2014 para conduzi-lo novamente ao trono do
palácio do planalto.
O Nivaldo Cordeiro, assim como
a Veja, escreve para o trigo, mas este, além de não ter número suficiente para
eleger quem quer que seja, é omisso e acomodado, pouco se preocupando com o que
está acontecendo ou com o que acontecerá no futuro.
Um episódio como este, uma
tentativa clara e ostensiva de manipular a suprema corte de justiça do país em
favor de uma quadrilha de corruptos que já deveria ter sido trancafiada há pelo
menos cinco anos, seria motivo suficiente para o autor do achaque ter sido conduzido
à cadeia dado que cometeu um crime violando uma lei. Tivesse este fato ocorrido
nos Estados Unidos, por exemplo, e o tresloucado receberia ordem de prisão na
hora. No Brasil, o ministro alvo da tentativa de achaque, ficou calado durante
mais de um mês e foi preciso que a revista Veja, com sua competência
investigativa, trouxesse o caso a público para que ele resolvesse abrir o bico
confirmando tudo. Eu acho que é por estas coisas que tantos no Brasil odeiam os
Estados Unidos e a revista Veja. É um povo muito chinfrim esse povo brasileiro.
O fato ocorrido não vai tirar
um voto sequer do PT porque os eleitores petistas têm as orelhas do mesmo
tamanho das de um burro e se comportam como jumentos. Saia às ruas aí na cidade
em que você mora e faça sua enquete particular entre os transeuntes. Pergunte
simplesmente: o que você acha da tentativa de Lula melar a votação da quadrilha
do mensalão pelo STF?
A resposta da maioria
provavelmente será: eu acho bão, tche!
Será que o Nivaldo pensa que
todo mundo no Brasil lê a Veja e seus artigos? A falta de conhecimento da alma
brasileira por parte desses articulistas chega a ser comovente, se não fosse
trágica. Ora, bolas, a maioria do povo brasileiro é igualzinha ao anão moral
Luís Inácio da Silva: desonesta, dissimulada, mentirosa, traidora, safada na
verdadeira acepção da palavra. E ambos se merecem.
A única coisa que poderá
livrar o Brasil de Lula é o câncer.
Otacílio Guimarães, 03-06-2012
A mim, me faltam palavras.
ResponderExcluirEntão, para falar por mim, invoco a sombra de um dos maiores vultos da História de nosso país:
"Estamos no período hilariante dos grandes homens-pulhas, dos Pachecos enpavesados e dos Acácios triunfantes. Jamais se berrou tão convictamente tanta asneira sob o sol! É asfixiante! A atmosfera moral é magnífica para batráquios!"
Euclides da Cunha
carta a 9 do 9 de 1909