sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Os folguedos na taba

Valmir Azevedo Pereira

Em priscas eras, quando os colonizadores aportavam em novas terras, levavam para gáudio dos nativos, um monte de bugigangas, como espelhinhos, apitos e outras inutilidades.

Os silvícolas estupefatos curvavam-se perante os paramentados visitantes, e era comum os morubixabas oferecerem as suas filhas para aquecerem o leito dos mais importantes forasteiros.

A taba em comemoração, além de fumar o cachimbo da paz, entrava em selvagem e desabrido júbilo.

Passados os séculos, os nossos atuais dominadores, para o brilho da folia trazem para a indiada pequenas prendas. É tudo que a aldeia gosta.

Todos sabem (?) que em cada carro novo comercializado o desgoverno arrecada mais de 40% de impostos, diretamente do fabricante. Se ele custa cem mil reais, o desgoverno leva sem fazer força mais de quarenta mil reais.

Assim, a redução do IPI e o aumento de prazo e redução do IOF, são pequenas oferendas que podem baratear um carro em um ou dois mil reais, e nada mais. Portanto, os escambos fazem a alegria dos produtores e provocam o delírio dos silvícolas, que fumam a guimba da maconha e atarantados de satisfação, rebolam a dança do tipiti.

Além disso, hoje, os inebriados nativos chegaram ao maravilhoso mundo em que todos são presenteados (menos os milicos), graças aos esforços do desgoverno do tudo pelo social e dos sindicatos, que com seu peleguismo tornaram-se imbatíveis.

As reivindicações trabalhistas, salariais e sociais pipocam de Leste ao Oeste e de Sul ao Norte e a submissa imprensa publica notas pontuais, sem qualquer destaque mais profundo, e as greves longas, abusivas tornaram - se corriqueiras e fazem parte de nosso cenário diário.

Os professores, os caminhoneiros, os metroviários a PF, e muitas outras categorias exigem e ganham benesses, aumentos salariais e, assim caminha o Brasil, com os abonados esbanjando felicidade.

Extasiados, ninguém se importa com as conseqüências das greves, a dos professores, dos mestres universitários que promovem uma batelada de malefícios, como as aulas de recuperação, a perda de exames vestibulares, a perda das férias, as formaturas transferidas e os sonhos desfeitos. Mas, “la nave va”.

As diversas bolsas são aumentadas, automaticamente, idem o benefício – reclusão, e a cornucópia que alimenta o voto fácil, a ganância e a corrupção é um buraco sem fundo, de onde sempre sai mais dinheiro para a súcia em geral.

Os recursos podem escassear para a educação, para a ciência e tecnologia, para a construção de estradas, para a melhoria dos portos, mas para trivialidades e altos salários dos três poderes, nunca.

Portanto, apesar das pesquisas questionáveis anunciadas pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) /SENSUS, conhecida entidade a serviço do petismo – lulismo, que garante uma estupenda aceitação da atual presidente, como foi a do anterior, não podemos estranhar, pois é frenético o oba - oba na taba.

É um mundo de euforia e luxúria que faz o orgasmo onírico da galera.

Breve, por aclamação, para a manutenção e a preservação de um desgoverno que nos mergulha em tantas alegrias, o mais indicado será a entronização da atual e da presidência anterior, com pequenos intervalos de quatro ou cinco anos entre as duas divindades na governança do divertido povaréu.
Título e Texto: Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Brasília, DF, 09 de agosto de 2012

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