Temos uma lei fundamental, qual alicerce
inadaptado ao prédio que deve suportar. O tal de prédio está em risco de ruir
e, por todo o lado surgem bitaites de pedreiro: muda janela; altera as portas;
desmonta bidés; sobe persianas; dá pintura nova. Tudo, excepto mexer onde tem
que se mexer: nas fundações onde a coisa se apoia.
Enviam-se as coisas para o Tribunal Constitucional
e, emoção: o que sairá? Tudo pode ser ou não ser: 50% para cada lado, cara ou
coroa.
E jornalista que se preza, entra no jogo: as
zangas. Quem se zangará com quem? E de A a Z, discorrem-se opiniões. É como um
jogo.
Os títulos dos jornais, sucedem-se como orgasmos
múltiplos: "Cavaco dá recado: concorda mas não gosta". "CDS
deixa..." mas também não gosta. "O Bispo (um qualquer) exorciza o
governo". E agarram-se com todas forças à Constituição a quem acendem
velinhas. A tal Constituição que não previu que o Estado deixasse de imprimir
dinheiro a seu belo prazer; a tal que não impediu de fazermos parte de um todo,
com poderes que se sobrepõem aos nacionais; a tal que permitiu o desvario que a
todos endividou.
Mas a tal que é garante de termos aquilo que não
temos e de sermos aquilo que não somos.
E tal como marginais cariocas, imaginamos que:
“podíamos estar a roubar, podíamos estar a matar, mas não: estamos a pedir”,
porque as “palas” constitucionais não nos deixam ver que só nos resta
pedinchar... ou resolver o problema entre nós. Entre nós e Ela, a Constituição.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 03-01-2013
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