Vasco Mina
Portugal concluiu, ontem, o
Programa de Assistência Económica e Financeira. As razões que levaram à
assinatura do acordo com a troika são de todos conhecidas e por isso e para
memória futura convém não as esquecer pois os riscos de um retrocesso (de um
novo resgate) são ainda elevados.
Conseguimos sair do PAEF sem a
necessidade de recorrer a qualquer outro plano de apoio e tal foi possível à
custa de um esforço brutal dos portugueses que viram os seus rendimentos
reduzirem, que sofreram e sofrem um aumento brutal de impostos e, pior do que
tudo isto, muitos milhares estão desempregados.
O país encontra-se hoje numa
situação bem melhor do que se encontrava em Maio de 2011, com todos os
indicadores económicos (excepto o desemprego) a confirmarem esta realidade.
Mas os portugueses
encontram-se em pior situação pois pagaram muito caro um Programa feito à
pressa para salvar o país de uma bancarrota eminente. Estamos indiscutivelmente
mais pobres e num cenário macroeconómico (nacional e europeu) que não permite
expectativas muito optimistas quanto ao futuro: não poderemos fugir da
austeridade financeira, os impostos não poderão ser aliviados, os salários
terão de continuar congelados… Mais, teremos de continuar o esforço feito para
garantir o tal saldo primário positivo das contas públicas (tão simplesmente
garantir que a receita gerada cobre a despesa sem incluir os juros) e assim
caminhar no sentido da redução da dívida do Estado que permanece num patamar
muito elevado. Tudo isto num contexto eleitoral que irá durar até Setembro de
2015 (não considerando as presidenciais de janeiro de 2016).
A deriva para o facilitismo e
para as promessas fáceis é um risco que temos pela frente e por tudo isto é
tempo de gritar bem alto: “NUNCA MAIS!”
Pela mesma razão, Nunca Mais ao regresso ao passado e por isso Nunca Mais à governação Sócrates que
agora o PS optou por “branquear” tentando fazer uma releitura da causa primeira
que nos levou à condição de resgatados da troika.
Corre um Manifesto com o
título “Nunca Mais” e revejo-me, na globalidade, com o texto. O excesso de petições
públicas e manifestos leva a uma menor relevância destas iniciativas mas mesmo
assim e para quem queira aderir aqui vai o link.
Título e Texto: Vasco Mina, Corta-fitas,
18-05-2014
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