domingo, 7 de setembro de 2014

Aécio Neves: "Eu sou a mudança segura"

Em entrevista aos editores da ISTOÉ, (em 6 de setembro de 2014) o candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves, apresenta suas propostas e diz acreditar que, até o dia da eleição, o brasileiro entenderá que ele é o mais preparado para mudar o País

O estado de ânimo de Aécio Neves, ao chegar para a entrevista com os editores da revista ISTOÉ, lembrava o do início da campanha. Como se nada ou muito pouco tivesse mudado de lá para cá. Apesar de atravessar um momento eleitoral delicado, o candidato do PSDB à Presidência, imbuído de um otimismo indômito, se mostrou o tempo todo convicto da reversão do quadro atual, o que, em sua avaliação, lhe permitirá chegar ao segundo turno das eleições.

 
DEBATE DE IDEIAS:
Os entrevistadores (da esq. para a dir.): Carlos José Marques, diretor editorial;
Mário Simas Filho, diretor de redação da ISTOÉ; Gisele Vitória, diretora de redação
da revista Gente; Ricardo Boechat, colunista da ISTOÉ; Delmo Moreira,
redator–chefe da ISTOÉ; Clayton Netz, redator–chefe da revista Dinheiro;
Milton Gamez, diretor de redação da revista Dinheiro; Luiz Fernando Sá,
diretor editorial–adjunto; e  Caco Alzugaray,
presidente executivo da Editora Três

ISTOÉ – É evidente o desejo de mudança do brasileiro, exposto desde o ano passado nas manifestações de rua. O que o seu governo trará de novo para o País?
Aécio Neves – 
A primeira é uma mudança ética, de valores. Talvez essa seja a mais perversa das heranças que esse governo nos deixará: a baixa qualidade das relações políticas e o absurdo aparelhamento da máquina pública para servir a interesses que não são os dos brasileiros, são de grupos políticos que convivem dentro do governo. A segunda é uma mudança de visão do Estado. Eu pratiquei isso durante toda a minha vida. Entendo que o Estado não tem que ser ineficiente por ser Estado. O setor público não precisa necessariamente apresentar maus resultados apenas por ser público. Acho que essa é uma mudança profunda que o Brasil precisa viver, qualquer que seja o próximo governante.

ISTOÉ – Como se faz isso?
Aécio –
 Promovendo o resgate da meritocracia, de um governo que funcione, tenha metas, apresente resultados. Hoje vemos uma desqualificação cada vez maior dos serviços públicos. A terceira mudança é uma nova visão de mundo. O Brasil se isolou por uma visão absolutamente equivocada desse governo, que promoveu um alinhamento ideológico da política externa sem que isso trouxesse qualquer benefício ao País. O mundo avança em acordos bilaterais. O governo do PT, no entanto, celebrou apenas três acordos bilaterais: com Egito, Israel e Palestina, o que não teve qualquer consequência objetiva no fortalecimento da nossa economia, na ampliação de mercados para os nossos produtos. O sentimento de mudança hoje é tão avassalador na sociedade brasileira que até o governo do PT quer mudar.


ISTOÉ – A governabilidade tem sido garantida com alianças que levam ao tradicional toma lá dá cá. Como não cair nessa armadilha?
Aécio –
 É possível estabelecer uma relação política fora dessa mercantilização. As negociações sempre existiram, espaços de poder compartilhado sempre existiram. Mas o PT amesquinhou essa relação. Diretorias de bancos, ministérios distribuídos em função, por exemplo, de alguns segundos a mais na propaganda eleitoral. Eu ainda sou parlamentar, presidi a Câmara e construí alianças em torno de projetos. É isso que o Brasil precisa voltar a viver. Defendo que no início do próximo governo se faça uma reforma política. Precisamos resgatar a cláusula de barreira ou acabar com as coligações proporcionais. É impossível fazer as reformas que o Brasil precisa com mais de 20 partidos já funcionando no Congresso e outros 20 se preparando para chegar lá. Defendo, além do voto distrital misto, o fim da reeleição, mandato de cinco anos para todos os cargos públicos e coincidência das eleições.

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