Tem aqueles que fazem de tudo
e usam diversas formas de desaparecer ou se esconder...
Uns usam pesadas barbas e
bigodes descomunais, uns colocam chapéus e óculos escuros enormes, uns se
vestem de cinza chumbo, muitos se escondem dos outros, outros não querem ser
vistos, outros fazem cirurgias plásticas que mudam suas expressões faciais, uns
se vestem com roupas do sexo oposto, alguns preferem o anonimato ou aproveitam
o ostracismo, outros deixam de se pintar e não “pintam mais no pedaço”!
Estranho, não?
Mais de dez anos atrás, um
senhor bastante conhecido, mais de dez quilos a menos, grisalho e sem os
característicos bigodes, depois de desaparecer daqui, até deu entrevista em
Londres para um canal de TV brasileira, em Setembro de 1993. Pela denúncia de um
turista, foi preso em Bangkoc em novembro de 1993. Após um tempo preso, obteve
liberdade condicional. Foi encontrado sem vida, com a namorada morta ao seu
lado em Maceió, em Junho de 1996.
Há pouco tempo foi preso um
conhecido médico que havia sumido... desaparecido sem deixar rastros, pois não
queria pagar pelos abusos cometidos contra suas clientes. Onde estava escondido
ele queria o anonimato, mas como aqui era bastante conhecido e aplaudido, esse
tipo de prestígio lhe fazia falta. Passou-se um tempo... e em outras
circunstâncias passou a querer ser elogiado como um abastado senhor connaisseur
en vins e frequentador de excelentes restaurantes. Paradoxalmente, foi
reconhecido, denunciado à polícia, preso e repatriado.
Será que queriam ser descobertos?
Enquanto uns usam de diversas
formas para não serem notados, vistos ou observados; outros usam das mais
absurdas atitudes para serem reconhecidos. Uns têm até o poder de $edução...
outros, por enquanto, não têm nenhum poder, haja vista os que se apresentam nos
horários de propaganda eleitoral, querendo passar a ter esse “tal” de poder. O
conceito de propaganda tem o objetivo de influenciar o indivíduo a decidir-se
em escolher, utilizar ou consumir alguns produtos, serviços, ideias e até mesmo
candidatos a cargos eletivos.
Este ano, para as eleições em
5 de outubro próximo, cerca de vinte mil pessoas se candidatam aos cargos de
Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador, Governador e Presidente da
República.
Usando a autopropaganda,
apresentam-se em meio ao povo nas ruas, com um sem-número de atestados de bom
“mocismo”, se dizendo contra o mal e a favor do bem, abraçando quem nem
conhece, beijando criancinhas pobres das periferias com nariz escorrendo,
fazendo caras e bocas de alegria para vetustas criaturas, comendo em
botequins... até pastel já vencido e dizendo ser uma delícia, bebendo cafezinho
requentado em biroscas que posteriormente às eleições só verão daqui a quatro
verões. A isso dá-se o nome de “corpo-a-corpo” muito embora a conotação dessa
“luta” seja circunstancial e momentânea.
Nas propagandas televisivas,
muitos em seus discursos ao povo, usam de figuras de retórica, emprestando um
certo tom intelectual à falação, com ensejos de persuasão; outros usam de forma
emblemática suas religiões ou a veneração ao seu time de futebol ou também a
participação ativa que levou ao sucesso alguma associação de classe. Outros
“pregam” a retidão e seriedade e, invariavelmente, se utilizam de argumentos
sobre algo não empreendido até então e de melhorias não sucedidas em mandatos
anteriores mas, que agora, no mandato dele com certeza ocorrerão.
Ato contínuo, pedem votos e
querem aparecer; e quanto mais... melhor!
Se não fôssemos tão desmemoriados, não estaríamos a contemplar os mesmos lero-leros que se multiplicam a cada período eleitoral. Todos se expõem em demagogias e apesar desse alarido na maioria das vezes soar como artificial ou falso, não se acanham e prometem até o impossível para serem eleitos.
E depois de eleitos?
Por efeito de pesquisas,
depois de investidos nos cargos, um número alarmante de políticos desaparece.
São “abduzidos” por outras atividades e segundo o site Transparência Brasil, o
número de faltosos às sessões de Plenário ou às Comissões é bastante
significativo. Alguns só serão vistos nas próximas eleições, fazendo as mesmas
promessas... com a mesma lenga-lenga e por mais absurdo que possa parecer, são
reeleitos.
E porque desaparecem?
(Quando se fala em Seleção de
futebol, inúmeras vezes referem-se ao “peso” da camisa e da responsabilidade de
se apresentar condignamente como um defensor das nossas cores no maior esporte
nacional, pois afinal é a pátria de chuteiras.)
Depois de eleitos, certos
senhores, mesmo não sabendo que o cargo vem acompanhado com as respectivas
inerências; após a diplomação, eles são informados (como detentores da
condição) das obrigações próprias da atividade e que estão ligados à liturgia
desses cargos. Noblesse oblige!
Como depositários dos anseios
dos seus eleitores, eles deveriam cumprir as promessas que usaram para serem
eleitos, mas o peso disso tudo é muito grande.
Sem nível de conhecimento
minimamente aceitável, ou seja, 2º Grau Completo, sem saber interpretar
qualquer texto, não sendo idealistas, não tendo conhecimento de causa e não
tendo o ímpeto dos realizadores, eles jamais se esforçarão, tampouco se
preocuparão em aparecer como defensores dos interesses dos seus eleitores, e aí
então... pluft! Desaparecem! Na realidade, eles querem é tirar proveito da
situação e não fazer nada!
Sem intenção de servir, se
desligam das responsabilidades e desaparecem sem sequer dizer tchau!
Ah... como seria bom que cada
cargo eletivo fosse galgado com o respectivo respeito, e que fossem
estabelecidas algumas condições tais como:
- Idade mínima de 35 anos;
- O pretendente à candidatura
não poderá estar indiciado nem respondendo a processo criminal ou
administrativo;
- Histórico escolar: mínimo 2º
grau completo;
- Prestação de provas de
conhecimentos escritas e orais, inerentes ao cargo para obtenção de licença de
elegibilidade;
- Como parlamentar diplomado,
terá ganho mensal simbólico de cinco salários-mínimos e ajuda de custo
(pró-labore) de três salários mínimos;
- Concessão de três Assessores
com 3º Grau completo que sejam funcionários de carreira do Congresso Nacional,
Câmaras Estaduais e Municipais, Ministérios ou Autarquias desde que sejam
voluntários para tal posição. Como esses Assessores já recebem como funcionários
públicos, receberão somente uma ajuda de custo de três salários mínimos;
- Residentes em locais
distantes de mais de 150km da área de atuação, terão direito a apartamento
funcional de 65m² e uma passagem mensal de ida e volta por ônibus para a base
eleitoral; acima de 300 km a passagem será aérea;
- O parlamentar poderá pagar
menores taxas (desconto de até 25% do valor normal) em planos de saúde
médicos-dentários;
- Só poderão ser reeleitos os
que tiverem no mínimo de 80% de presenças nas Câmaras/Senado e as faltas
deverão ser cobertas por atestados médicos ou licenças médicas, ou serão
descontadas dos haveres do parlamentar. Acima de cinco faltas sem as devidas
justificativas, o parlamentar será automaticamente exonerado do cargo, mas
poderá concorrer às próximas eleições, se obtiver licença de elegibilidade. O
cargo vago será preenchido por suplente;
- Como de praxe, nenhum
parlamentar poderá receber presentes ou favores de pessoas físicas ou jurídicas
excetuando-se títulos, medalhas ou troféus por mérito reconhecido como ocupante
do cargo;
- Nenhum parlamentar poderá
intermediar quaisquer tipos de negociações entre partes, sejam com pessoas
físicas ou jurídicas e qualquer situação similar deverá ser tratada por grupo
de três parlamentares numa comissão, com nomes a serem sorteados no Congresso
em data previamente estabelecida e tais negociações serão gravadas em local
apropriado das Câmaras ou Senado, em filme que posteriormente terá sua guarda
em Arquivo Público. O acesso a essas documentações filmadas será permitido para
visualização e audição aos cidadãos que se identificarem e receberem a
permissão, com o uso de senha sigilosa que será gravada no Arquivo Público. No
momento do acesso à informação ficarão gravadas as identidades de quem acessa e
o respectivo número de vezes de acesso ao arquivo;
- O parlamentar poderá
desfrutar de aposentadoria a ser regulamentada, após sete mandatos de quatro
anos, ou seja vinte e oito anos de serviços prestados à nação e descontará para
o regime de RGPS.
Com esse novo tipo de seleção
o número de candidatos se reduziria apenas àqueles que têm idealogia
democrática e querem, de fato, participar da vida política da Nação. Os que se
elegessem, com certeza não fugiriam das responsabilidades... e não se esconderiam!
Título e Texto: Jonathas
Filho, 17-09-2014
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