domingo, 7 de setembro de 2014

No limite da hipocrisia


Vanderlei dos Santos Rocha
Eu sou gaúcho não gayucho, como os times de São Paulo, Rio e Minas cantam em seus estádios, e nas piadas discriminatórias ao povo gaúcho feitas pelos canais de televisão, em seus programas humorísticos.

O primeiro negro a jogar em um time no Rio Grande do Sul foi Armando Antunes em 1912, e era sócio do tricolor. O time chamado do povo, colorado, teve seu primeiro negro em 1926, quatorze anos depois.

Um erro não justifica o outro, é bíblico, basta poucos gritarem Barrabás, e o povo grita junto.

Lá pelos idos de 1969, ou 1968, não lembro bem, fui assistir Grêmio e Floriano em Novo Hamburgo. O Grêmio perdeu por 1 a 0. Conto alguns detalhes:
O bandeirinha que corria pelo lado que não era das sociais, bandeirava dentro do campo. Se corresse fora das linhas laterais, dava para segurá-lo pelo calção ou pela camisa.
As ofensas eram no ouvido, tête-à-tête. Eu estava junto á bandeirinha de escanteio, e dava para ver o jogador Loivo chorando, ao bater um tiro de canto ao final do jogo.

O Grêmio foi hostilizado em todo o Brasil por ter a primeira torcida Gay.

Já que os erros não se justificam, por que o Corinthians não foi punido pela morte do menino?
Por que Atlético e Vasco não foram punidos pela batalha campal que travaram?
Por que o Náutico não foi punido pelo assassinato com o lançamento de uma privada na torcida adversária?

A raiva dos times do Rio Grande do Sul é imensa, ou seria raiva dos gaúchos?

Amarramos nossos cavalos em suas praias e em seus obeliscos, mas todos os nossos presidentes foram honestos.

Nosso Estado lutou para ser brasileiro, e a Guerra dos Farrapos foi justamente causada pela discriminação que o governo imperial fazia contra o nosso povo, e pelas dívidas da guerra que o império não pagava. Não foi o imperador que mandou tropas para defender o Rio Grande do Sul, foram os gaúchos que defenderam nossa terra para ficar sempre Brasileiro.

Punam-se os culpados, nunca a coletividade.

Pessoas públicas estão sujeitas às injúrias públicas, ou o governo vai punir 50 000 gritando em coro para a Dilma ir comer tomate cru?

Estamos no limite da hipocrisia, não basta conhecer o corno, se chamá-lo de boi é injúria ao pobre animal.
Texto (e indicação do Vídeo): Vanderlei dos Santos Rocha, 07-09-2014


6 comentários:

  1. Tem-se que tomar uma medida drástica para acabar com os abusos de preconceito racial afinal, não somos suecos. Chamam a nossa nação rubro negra de urubus e não estamos nem aí.
    Janda

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  2. Sempre tivemos alguns casos de preconceito no Brasil, mas não tínhamos essa palhaçada de hoje de pobres contra ricos, negros contra brancos, gays contra héteros etc. Essa desgraceira de governo do PT conseguiu desunir o povo brasileiros com essas leis absurdas.
    Hoje não podemos chamar um amigo de negão, como antigamente. Outro dia eu conversava no facebook com a minha sobrinha neta e perguntei a ela pelo branquelo, seu noivo. De imediato um dos seu amigos (advogado) veio me passar sermão dizendo que eu poderia ser processada por racismo. De imediato eu perguntei se ele era um daqueles advogadozinhos do PT que fica de plantão nas redes sociais pra ganhar dinheiro com processos. Minha sobrinha intercedeu e disse que eu também era uma branquela, embora tivesse nas veias o sangue negro. Nunca mais vi nada do cara no FB da minha sobrinha. O governo oportunista do PT nos tirou a liberdade de brincar, de amar o próximo até.

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  3. Janda
    O que é abuso de preconceito racial? Você sabe porque o Flamengo tem o apelido de urubu? Nem sabe e fica falando besteira de racismo. Um urubu foi jogado no campo por 4 jovens e os presentes em campo tiveram medo de pegar nele, devido a doenças transmissoras que ele tem e um dos jogadores, se não me engano o Adilio pegou no bicho pra tirar do campo e foi bicado. Esse jogador teve que tomar vacinas. A história e mais ou menos essa. No Google se você procurar deve ter algo a respeito. Não sou flamenguista e conheço a história que se deu nos anos 60. Os adversários chamavam o Flamengo de urubu não porque era preto, mas pelos despachos de macumba com tecidos vermelho e preto e animais mortos que os urubus pegavam pra comer. Na a ver com racismo. Quem pensa assim desconhece a veracidade da história e deve ser algum petista enrustido que gosta de jogar os cidadãos contra outros. Nesse dia o Flamengo me parece jogava contra o Botafogo. Não fique disseminando discórdia.

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  4. Tenho dito e escrito, ad nauseam, o preconceito racial é natural e inócuo. É normal que uma moça negra receba muita oposição da família em casar com um rapaz branco. Mas isso no Brasil sempre foi secundário. Mas agora, a esquerda tupiniquim, impossibilitada de promover a tão decantada 'luta de classes' recomendada pelos seus furibundos gurus Carl Marx e Engels, tenta criar a a luta de raças, de condições sociais, de condições educacionais, e fomenta o ódio entre as minorias. O ódio racial, como sempre existiu no sul dos EUA, na Africa do Sul, e em outros países, pouco a pouco vai aumentando entre nós. por ação política direta do PT e da esquerda em geral criando situações novas e perigosíssimas para a harmonia social. Como não sou "politicamente correto" quero dizer que tenhho excelentes amigos crioulos, branquelos, amarelos e até indígenas... Com diz o ator Morgan Freeman, negro americano, a única maneira de se acabar com isso é parar de falar nesse assunto e melhorar a nossa atitude com relação à diversidade. O PT e sua "base alugada" precisa saber que não temos que estar em luta por questões raciais, religiosas e de condições sociais, mas sim, temos que marginalizar o corrupto, o ladrão, o bandido de qualque naipe, seja com colarinho ou descamisado... A maior bandidagem atual está nas fileiras do governo...

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  5. Prestando boa atenção , o brasil é uma nação com uma maioria esmagadora composta de hipócritas . Apedreja-se o político corrupto ou sacaneia-se um rapaz branco que namora uma "neginha" ; entretanto o mesmo indivíduo que critica ferozmente estes fatos é o mesmo que foi pego sem carteira de motorista na estrada e tenta subornar o guarda que o parou . Viadagem é coisa do filho do vizinho; " aquele lá é o maior baitôla " . Se fosse o seu, seria um homossexual digno de respeito , pois é filho de deus e tem um bom caráter .E é isso o que conta.
    O racismo está cada vez mais acirrado , fomentado pelas ideias , leis e estatutos criados pelo governo escarlate. Há 40 , 50 , 60 atrás ninguém se importava com isso . O individuo que critica um casal branco/negra passando na rua é o mesmo que fica vidrado e faz de tudo para ir a um motel com aquela mulata extasiante e linda , passista da escola de samba.

    Dizia minha sábia mãe , uma lisboeta forte e de caráter : " - Quanto mais se mexe na merda , mais ela fede ".
    O mundo está cada dia mais conturbado , mas a hipocrisia é parte da cultura brasileira.

    Quanto à cor vermelha , somente as rosas , o corpo de bombeiros e o fogo da paixão . O resto ...

    Abração

    Sidnei Oliveira
    Assistido Aerus - RJ

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  6. Quando o retirante nordestino falou que Pelotas no Rio Grande do sul era um polo exportador de veados, ninguém o processou ou reclamou de homofobia, palavra que não corresponde ao processo de misandroginia " misandrogyny", às vezes pergunto porque a misoginia é tão criticada e a misandroginia tão absorvida.
    Quando fui morar no Rio era normal me perguntarem se eu era de Pelotas, e nunca me senti ofendido por isso, sempre respondia que não era mas tinha duas.
    Logo que que comecei na Esvar, me apelidaram de queixinho, nunca dei a mínima, depois houveram o queixada e o queixadão, e esqueceram-se de mim.
    O negrão de nossa sala de aula era chamado de Mancha Negra, não dava a mínima e até atendia pelo apelido e era um "gentleman".
    O que aconteceu nos últimos 12 anos está muito bem explicado pelo Vianna.
    Também não sou politicamente correto. Acho impossível limpar um pinico com as mãos sem suja-las. Quando eu jogava futebol no Orfeu clube de várzea, da zona norte de porto alegre, dividia o armário com um negro chamado de "pé de bolo", dizem que não dava para apanhar o sabonete no chão enquanto ele tomava banho.
    Meu apelido nessa época era "peninha" o primo do pato Donald, porque era muito magro.
    Somos em maioria trabalhadores do setor aéreo, onde sabemos que os erros não se justificam, pois não podíamos cometê-los.
    Sempre tive poucos amigos, sou muito franco.
    Havia um instrutor de simulador que tinha um mau hálito horrível, nauseante.
    No final da sessão eu falei pra ele no tete a tete, em particular que era insuportável.
    Sua atitude foi de não aceitar mais me dar treinamento.
    Quando fui assinar minha demissão no SNA, ele chegou para mim e disse que fui o único com quem ele se indispôs, e que estava escrevendo um livro.
    Respondi ao mesmo que eu era o único amigo que teve a coragem de dizer-lhe o que os outros comentavam às suas costas.
    Não sei falar mal de alguém pelas costas, sou direto e incisivo.
    O que não gosto eu tenho o direito pleno de não gostar, mas não tenho o direito de discriminar e açoitar com palavras o fato e as atitudes.
    Meu instrutor no 747 foi um negro, Silva Filho, outro "gentleman" infelizmente já falecido.
    Minhas maiores discussões é sempre sobre ISONOMIA, eu quero uma pra viver.
    bom dia...

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