quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Itamaraty reage à declaração da embaixada chinesa

‘Não cabe à embaixada da República Popular da China opinar sobre interesses e aspirações da sociedade brasileira’, afirma Itamaraty

Artur Piva 

Na quarta-feira 25, o Ministério das Relações Exteriores enviou uma nota à Embaixada da China repelindo as manifestações consulares chinesas feitas através das redes sociais. O episódio aconteceu depois que o país comunista fez ameaças ao governo brasileiro por uma declaração dada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) [foto] no Twitter. 

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Em nota, a reação do Itamaraty deixa claro os limites em uma democracia. “Não cabe à Embaixada da República Popular da China opinar sobre interesses e aspirações da sociedade brasileira”, reagiu. “O Brasil é um país democrático, com plena separação dos poderes, vigência do Estado Democrático de Direito e liberdade de expressão. Espera-se que a Embaixada da República Popular da China, em suas manifestações, respeite esses fundamentos do ordenamento constitucional brasileiro.” 

Tuíte de Eduardo Bolsonaro

Na segunda-feira 23, o deputado Eduardo Bolsonaro fez um tuíte comentando o apoio do governo brasileiro à aliança Clean Network — em tradução livre, Rede Limpa — criada pelo presidente norte-americano Donald Trump. Na mensagem, o parlamentar destacou que a iniciativa do governo dos Estados Unidos visa um serviço de envio de dados em 5G seguro e sem a espionagem da China. 

Ameaça chinesa

Na terça-feira 24, também por meio do Twitter, a Embaixada da China publicou uma sequência de 17 postagens criticando a postura do parlamentar e com tom de ameaças ao Brasil. “O deputado Eduardo Bolsonaro e algumas personalidades têm produzido uma série de declarações infames”, afirmou. “Instamos essas personalidades a deixar de seguir a retórica da extrema direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China e a amizade sino-brasileira, e evitar ir longe demais no caminho equivocado, tendo em vista os interesses de ambos os povos e a tendência geral da parceria bilateral. Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil.” 

Título e Texto: Artur Piva, revista Oeste, 26-11-2020, 12h18 

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