Sujeira em frente ao muro - todo pichado e grafitado - da escola pública parece ter se tornado um daqueles fatos da vida, inevitáveis, como morrer ou pagar impostos
Redação Diário do Rio
O pedestre que (tenta) caminhar em frente à Escola Municipal Doutor Cocio Barcellos já se acostumou a ter que desviar para a calçada do outro lado da rua devido ao permanente depósito de lixo em que, informalmente, se transformou a calçada da rua Barão de Ipanema, quase esquina da avenida Nossa Senhora de Copacabana, em frente ao colégio. A sujeira em frente ao muro – todo pichado e grafitado – da escola pública parece ter se tornado um daqueles fatos da vida, inevitáveis, como morrer ou pagar impostos.
Há muitos anos os moradores de
Copacabana postam nas redes sociais fotos, quase todos os dias, do lixo que é
depositado, sem qualquer consequência, diariamente, no local. A Barão de
Ipanema é uma rua muito residencial, que corta o bairro de Copacabana, da
Avenida Atlântica até a rua Pompeu Loureiro. Uma rua que tem hotéis,
supermercados, e muitos prédios residenciais como os históricos edifícios
Lellis e São Paulo. Mas nada disso impede que, diariamente, sejam depositados
diretamente na calçada da rua, em frente à Escola Municipal, volumes
inacreditáveis de lixo e de entulho. São estantes, sofás de 6 lugares, sofás de
4 lugares, camas de casal, abajures e luminárias, pedaços de bancas de jornal,
canos, barbarás, televisores destruídos e toda a sorte de lixo, chegando
muitas vezes a impedir a passagem de pedestres no local.
“A prefeitura considera que cumpre sua tarefa quando reclamamos e dois ou três dias depois eles vêm e retiram o lixo. Isso é administração incompetente. Se sabem que isto ocorre, seu papel é vigiar e impedir que o absurdo continue“, disse ao DIÁRIO o administrador do Edifício Lellis, Adriano Nascimento. A indignação de todos os moradores é diária, e são fartas as postagens nos grupos de Facebook sobre o assunto. Mas fato é que a prefeitura acaba comparecendo ao local, retira o lixo, e a saga, infelizmente, continua.
“Parece que a COMLURB
reconheceu aquela calçada como um depósito de lixo, e faz a retirada como se
isso fosse normal. Em vez de a prefeitura faturar multando os culpados, joga
nosso dinheiro no lixo, fazendo exatamente o que os espertalhões querem, e
deixando de atender quem joga lixo no lugar certo“, protesta Bruna
Castro, moradora da Barão de Ipanema. Solange Kirk, outra
moradora de Copacabana, completa: “Morei nesse prédio ao lado e isso era
diariamente. Total absurdo.“
Este e outros problemas
endêmicos de Copacabana geraram a campanha #copacabanapedesocorro , que vem
crescendo nas redes sociais. O bairro sofre com um grau de abandono ímpar.
Segundo os moradores, não há nenhum tipo de atuação preventiva da subprefeitura
da Zona Sul. “Há apenas a postura reativa; jogaram lixo? Vamos recolher“,
choca-se Antônio Dias, morador das imediações, que, completa: “como
comerciante, eu tento criar métodos para corrigir os problemas que mais se
repetem no meu negócio. Nunca fui prefeito, mas se sei que todo dia alguém
comete um ato ilícito no mesmo lugar, quase que diariamente, eu já teria
resolvido este assunto há muito tempo.” Pois é. Basta alguém se esconder
atrás da árvore.
Se não roubarem a árvore.
Título e Texto: Redação
Diário do Rio, 15-2-2021
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