António Cândido Miguéis
Li, num jornal diário do pretérito dia 7 de agosto, uma entrevista de Joacine Katar Moreira [foto], egrégia deputada da nação multirracial que é Portugal.
Não fiquei particularmente entusiasmado
com a dita entrevista. Além disso, o dito jornal publicou uma foto de Joacine
de tamanho exagerado na primeira página. Foto de 29cm de altura por 16 de
largura! Que se saiba, Joacine não é uma grande política, nem produziu obra que
se visse.
Representa-se a si própria no
parlamento visto ter entrado em conflito com a direção do minúsculo partido
contestatário e muito devotado às causas fraturantes.
Na entrevista, Joacine debitou
lugares-comuns que habitualmente são martelados constantemente como o racismo,
a xenofobia, etc, mas lembrou-se de afirmar que (e passo a citá-la) “as origens
das nossas neuroses estão nas elites” Julgo que não.
As elites de determinadas áreas
e setores da sociedade é que têm tido uma paciência bovina para aturar
determinadas situações, não agindo como deveriam agir. Será que Joacine
pretendia dirigir esta mensagem aos cleptocratas e corruptos que estão no poder
em vários países da África?
Katar Moreira, com a sua proverbial ousadia e determinação, teria forte possibilidade de assumir um cargo governativo na Guiné-Bissau, país de onde é natural. Teria a possibilidade de denunciar os privilégios da elite governativa do seu país, a corrupção e a pobreza que grassam nessa nação africana e, dessa forma, contribuiria para ajudar os seus irmãos de cor. A Guiné necessita prementemente da narrativa esclarecedora e denunciadora de Joacine.
No parlamento português, Katar
Moreira só engrossa o número de deputados a mais que existem no nosso país. A
Guiné-Bissau espera por Joacine. Vá, Joacine, vá até Bissau e leve as suas
ideias que a podem conduzir a ministra para dar esperança aos seus irmãos que
vivem na miséria, vítimas das neuroses dos seus governantes.
E não nos podemos esquecer
que, efetivamente, Joacine ama imenso a sua Guiné-Bissau e por ela nutre desmesuradas
e assolapadas saudades.
Título e Texto: António
Cândido Miguéis, o Diabo, nº 2329, 20-8-2021
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