Aparecido Raimundo de Souza
Dito de forma mais abrangente. Nada mais são que reproduções esdruxulas
vindas de além mar e, por aqui refeitas por gringos pés-de chinelo e suas
máquinas de fotocópias fundeadas em quintais periféricos, cujos Toners, por sua
vez, não estavam adequados para realizarem trabalhos com acúmulos de esmeradas
perfeições. As boas imitações, como é do saber geral, não se traduzem como as
que ficam, porém as que os Manés e Otários levam com eles, guardadas à sete
chaves. Já que se trouxe à baila a palavra cópia, nós brasileiros, temos esta
mania tresloucada de imitar, ou plagiar as imbecilidades de outros países, em
especial dos Estados Unidos.
Não foi diferente com a Mulher Chimpanzé, vivida por Carina da Conceição
Santos, da Mulher Caveira, a impetuosa e cadavérica Ana Cristina Salomão e a
Sirlene Oliveira, a Mulher Perereca, que se ferrou com a perereca e tudo mais,
na paradisíaca Piscina de Ramos, grosso modo, Piscinão de Ramos. Sem tocarmos
na vidinha da até então ingênua Mulher Banana, a Eliézia Mota França, que, aos
dezoito anos, acabou literalmente descascada em Copacabana, por um espertalhão
vindo dos cafundós de Japeri. Disseram, as más línguas, na época, que além da
Mulher Banana ter levado uns tabefes para aprender a ser uma fruta legal,
colhida diretamente do pé, igualmente foi “papada”, ou “devorada”, juntamente
com a criatura que estava dentro da casca, estuprada impiedosamente num
apartamento na Rua Tonelero, mesma via onde tentaram assassinar o jornalista
Carlos Lacerda.
Voltando ao foco e, de lambuja, é legal que se diga, o suposto Homem Tarado, descoberto “a depois”, como sendo um tal de Pichurim Cavalheiro da Silva terminou preso e, logo depois, posto de volta às ruas. Verdade, ou não, de palpável o sujeito caiu nos ralos da omissão anunciada. Falaram, na época, que o fulano, além de mastigar a banana, ainda palitou os dentes com o cacho de onde a coitadinha da Eliézia teve o desprazer de sair. Pois bem! Em seguida, no mesmo desvão, tivemos a Ellem Roche, que viveu esplendorosos dias de glória como a Mulher Mangaba, protagonizando nada mais, nada menos que uma Mangaba na novela “Sangue Bom”, da Rede Globo. Para quem não sabe, a Mangaba é o fruto da mangabeira.
Depois surgiram, em cena, as Mulheres Tutti-Fruti. Esta beldade, a
espalhafatosa Robertha Portella e a Mulher Broa, na escultural e gelatinosa
Jeniffer Setti. As mulheres frutas, entretanto, acabaram se perdendo em meio ao
enorme redemoinho do esquecimento. Em seguida vieram outras, desta feita, as
‘mulheres-petiscos’, para serem servidas e acompanhadas com tira-gostos os mais
diversos, regados à bebidas geladas. Nesse palco, tivemos a Dani Vieira, a
Mulher Pupunha, a Mulher Saputá, a Vania Love, a Mulher Jambolão, a Fernanda
Abraão e a Mulher Pau-de-Jacu, esquisitamente protagonizada pelo ator Luiz
André Alvim.
Vamos por partes. Pupunha se traduz por uma palmeira nativa da América
Central à Amazônia. Saputá não é outra coisa senão o fruto do saputazeiro. O
Jambolão, evidentemente, vegetal de uma planta de berço Indiano e Australiano.
O Pau-de-Jacu, se assemelha a nossa galinha caseira. Uma ave cracídea que ainda
resiste e habita as florestas da América do Sul. Relatamos tudo isso, para
deixar sintetizado que somente existiu, desde que o mundo se fez mundo, uma Mulher
de Verdade, uma varoa que, em dias atuais, poderia ser cognominada ou taxada de
Mulher Ave. Mais especificamente de Mulher Periquito. A original. Como o povo
nativo deste Brasil sem porteira não tem memória, não estuda, não pesquisa,
vive ao deus-dará, obviamente nenhum estudante saberia dizer com precisão
absoluta quem seria a figura, aliás, uma personagem importantíssima para a
história e, no mesmo passo, indispensável à cultura de nossos futuros filhos e
netos. Fazemos referência à uma Mulher de fibra, de coragem, de sangue fervente
nas ventas. Se homem fosse, teria aquilo roxo. A mais perfeita surgida na face
da Terra. A encantadora que, melhor que ninguém, representou com excelência
invulgar todas as damas e senhoras do seu tempo.
Falamos da magnânima Maria Quitéria de Jesus. A heroína da nossa Independência. Coube a ela desmentir a balela do “sexo frágil”, pelo arrojo destemido entrelaçado ao impulso desassombrado com os quais enfrentou, sem temor, os portugueses. Nascida em Feira de Santana, no interior da Bahia, veio à luz aos 27 de julho de 1792. Nesse tempo, se deixou empolgar pela causa da libertação de um povo que vivia em opressão. Às escondidas do pai, se alistou como patriota no batalhão de artilhara aos quinze anos, passando, logo depois, para as fileiras da infantaria. Com exaltação, se bateu na defesa da foz do Paraguaçu, peleja considerada, na época, como rude e asselvajada, onde se perdia a vida em meio ao fogo e a água.
Promovida à cadete, a jovem baiana levou todo o seu arrojo militar a
ponto de fazer prisioneiros em trincheiras adversárias nos campos de Pirajá. A
descoberta posterior de seu verdadeiro sexo, desde que se alistou, passou a
usar o nome fictício de José Medeiros. Causou, pois, enorme admiração e
reboliço a todos seus comandados e superiores. Sua ferocidade e desenvoltura,
lhe colocaram na berlinda. Vindo do Rio de Janeiro, o Imperador Pedro I,
entusiasmadíssimo com a sua audácia, lhe concedeu a condecoração dos
“Cavaleiros da Imperial Ordem do Cruzeiro”, entregando, em ato contínuo, a
patente de Alferes com soldo pelo “decidido valor, denodo e intrepidez”.
E de onde surgiu, afinal, a alcunha de Mulher Periquito? Simples, a
resposta. Da cor da farda usada pelos soldados da sua companhia. Tal vestimenta
ostentava um blusão verde. Por conta, toda a tropa sob a sua batuta, acabou
conhecida como o “Batalhão dos Periquitos”. Dos assentamentos de Maria Quitéria
de Jesus constam vários outros elogios advindos dos seus altaneiros, entre
eles, do general Labatut. Em síntese, Maria Quitéria de Jesus se tornou uma
gloriosa e inesquecível pelejadora, usque representante da mulher brasileira,
aliás, de todas as musas do belo oposto, notadamente nos choques de
enfrentamentos que ela, como “soldada” intransigente, achava estar sedimentando
o seu espírito de liberdade em relação direta às suas assertivas e dejúrios.
Maria Quitéria de Jesus, a Mulher Periquito, se casou, e teve uma filha.
Faleceu aos 21 de agosto de 1853, aos sessenta e um anos, ou exatos cento e
sessenta e oito janeiros. Em 1986 passou a ser a patrona do Quadro Complementar
de Oficiais do Exército Brasileiro, além de figurar no Livro dos Heróis e
Heroínas da Pátria, desde 2018. Retornando às Mulheres-Frutas acima
alinhavadas, nenhuma delas recebeu sequer, um singelo apelido por merecimento.
Foram antonomásias inventadas e guindadas por meia dúzia de “pessoinhas”
fúteis, sem caráter e vergonha na cara. Elementos inescrupulosos, vagabundos,
que visavam (e ainda visam) apenas o momento, ou, aquela vontade insana de aparecer
na mídia e ganhar um dinheirinho extra para distrair uma plêiade de
embasbacados.
Boçais e estúpidos que não sabem a diferença de uma mulher de verdade, de
fibra, de personalidade, ou que, ao menos, se preste a fazer alguma coisa mais
importante que mostrar os traseiros da bunda. O Brasil vive, infelizmente,
destas incautas que adoram rebolar os baixos cagatórios. São seres vazios,
ocos, frívolos sem nada na cabeça. Por esta razão, passado o tempo previsto,
somem, se afastam, se escafedem dos holofotes. Por conta, as frutas que
representavam apodrecem, viram excrementos. Diferente das mulheres poderosas
que sabem mostrar a que vieram. Estas não morrem. Por mais que o tempo passe,
se tornam I M O R T A I S.
Título e Texto: Aparecido
Raimundo de Souza, de
Brasília, Distrito Federal. 31-8-2021
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