terça-feira, 24 de agosto de 2021

Onde foi que o socialismo deu certo?

Aristóteles Drummond


É curioso que ainda se perca tempo a ler e a ouvir o martelar das esquerdas contra o capitalismo, as grandes empresas, a desigualdade, os baixos salários. Usam muito também a democracia e a liberdade como propriedades das esquerdas. Em nome dos direitos humanos estão sempre contra as polícias, a proteger marginais “vítimas da má distribuição de dinheiro público e da falta do emprego”. Em todo o mundo, a cartilha é a mesma. E mais do que a temas sociais, dedicam-se, hoje, a mudar os conceitos ligados à família e à religião.

A desigualdade que indigna ocorre em Cuba e na Venezuela, onde o grupo dominante não sabe o que é escassez de alimentos, remédios e combustível. Castas de privilegiados num meio de miséria.

E quem defende essa linha de pensamento e ação? São os professores, doutrinados para incutir seus valores às novas gerações. Depois, os ligados aos “media”, ao meio artístico em geral. E funcionários públicos, hoje muito presentes no Ministério Público e entre os juízes. Em segundo plano e, talvez, os mais sinceros até mesmo pelas limitações intelectuais, os sindicalistas, antes de se tornarem sindicalistas profissionais, sem riscos de desemprego pelos mandatos sindicais. E, claro, os filhos da burguesia, a geração nem-nem. Nem estudam, nem trabalham; vivem de mesada dos pais.

Repetem frases feitas, argumentos falsos, casos apanhados aqui e acolá. Citam exemplos e autores comprovadamente falsos e equivocados. E são pobres nas respostas.

Idolatram o regime cubano, mas, quando podem emigrar por suposta perseguição política, gostam de primeiro mundo. Não respondem sobre o motivo de Havana não deixar seus cidadãos saírem do país, não explicam o que levaria tanta gente, durante tanto tempo, a fugir a nado da ilha. Muito menos são incapazes de justificarem o bloqueio à “internet”, às transmissões de rádios vindas de fora, ao uso das redes sociais, tão importantes nos países democráticos para a pregação esquerdista. E o controle até mesmo dos que aportam no país para o chamado “turismo ideológico”. O mesmo se passa em relação à Venezuela, onde a crise alimentar é um facto, no país que possui uma das três maiores reservas de petróleo do mundo.

Os satanizados EUA vivem o drama da constante entrada de imigrantes ilegais e não temos notícia de alguém com dificuldade em abandonar o país. Falam mal, mas querem ir para lá. 

Dando uma olhada à classificação das cem maiores economias do mundo, nos últimos 15 anos, vê-se que os países que desceram de posição são todos os governados pelo populismo esquerdista. O Brasil é um exemplo, pois, em 1985, os militares passaram o poder como a oitava economia e, hoje, está em décimo segundo lugar. A Espanha e o México estão igualmente a perder lugares, com políticas elogiadas pelas esquerdas.

Os “media” internacionais dedicam-se às fantochadas ditas pelo presidente do Brasil, que, apesar do desastre político que se revela, apresenta bons resultados. No entanto é omissa em relação ao desastre argentino, que mistura populismo com corrupção. E não revela o início de uma aventura grave no Peru. Quem viver verá uma nova Cuba no Pacífico.

O grande mistério desta fase que o mundo vive é a desenvoltura com que as forças que dificultam o progresso económico, social e político agem, muitas vezes com dinheiro vindo de capitalistas. E a passividade dos interessados na liberdade em denunciar a farsa do discurso socialista. A maioria silenciosa deve fazer-se ouvir enquanto é tempo.

Título e Texto: Aristóteles Drummond, Jornalista brasileiro, Comendador da Ordem do Mérito da República Portuguesa, o Diabo, 20-8-2021

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