Aristóteles Drummond
A desigualdade que indigna
ocorre em Cuba e na Venezuela, onde o grupo dominante não sabe o que é escassez
de alimentos, remédios e combustível. Castas de privilegiados num meio de
miséria.
E quem defende essa linha de
pensamento e ação? São os professores, doutrinados para incutir seus valores às
novas gerações. Depois, os ligados aos “media”, ao meio artístico em geral. E
funcionários públicos, hoje muito presentes no Ministério Público e entre os
juízes. Em segundo plano e, talvez, os mais sinceros até mesmo pelas limitações
intelectuais, os sindicalistas, antes de se tornarem sindicalistas
profissionais, sem riscos de desemprego pelos mandatos sindicais. E, claro, os
filhos da burguesia, a geração nem-nem. Nem estudam, nem trabalham; vivem de
mesada dos pais.
Repetem frases feitas, argumentos
falsos, casos apanhados aqui e acolá. Citam exemplos e autores comprovadamente
falsos e equivocados. E são pobres nas respostas.
Idolatram o regime cubano, mas, quando podem emigrar por suposta perseguição política, gostam de primeiro mundo. Não respondem sobre o motivo de Havana não deixar seus cidadãos saírem do país, não explicam o que levaria tanta gente, durante tanto tempo, a fugir a nado da ilha. Muito menos são incapazes de justificarem o bloqueio à “internet”, às transmissões de rádios vindas de fora, ao uso das redes sociais, tão importantes nos países democráticos para a pregação esquerdista. E o controle até mesmo dos que aportam no país para o chamado “turismo ideológico”. O mesmo se passa em relação à Venezuela, onde a crise alimentar é um facto, no país que possui uma das três maiores reservas de petróleo do mundo.
Os satanizados EUA vivem o
drama da constante entrada de imigrantes ilegais e não temos notícia de alguém
com dificuldade em abandonar o país. Falam mal, mas querem ir para lá.
Dando uma olhada à
classificação das cem maiores economias do mundo, nos últimos 15 anos, vê-se
que os países que desceram de posição são todos os governados pelo populismo
esquerdista. O Brasil é um exemplo, pois, em 1985, os militares passaram o poder
como a oitava economia e, hoje, está em décimo segundo lugar. A Espanha e o
México estão igualmente a perder lugares, com políticas elogiadas pelas
esquerdas.
Os “media” internacionais
dedicam-se às fantochadas ditas pelo presidente do Brasil, que, apesar do
desastre político que se revela, apresenta bons resultados. No entanto é omissa
em relação ao desastre argentino, que mistura populismo com corrupção. E não
revela o início de uma aventura grave no Peru. Quem viver verá uma nova Cuba no
Pacífico.
O grande mistério desta fase
que o mundo vive é a desenvoltura com que as forças que dificultam o progresso
económico, social e político agem, muitas vezes com dinheiro vindo de
capitalistas. E a passividade dos interessados na liberdade em denunciar a farsa
do discurso socialista. A maioria silenciosa deve fazer-se ouvir enquanto é
tempo.
Título e Texto: Aristóteles
Drummond, Jornalista brasileiro, Comendador da Ordem do Mérito da República
Portuguesa, o
Diabo, 20-8-2021
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