Trabalho reduz tempo de sentença
Flávia Albuquerque
Um projeto implantado em agosto de 2019 pela Justiça de São Paulo está gerando conforto aos reeducandos do regime semiaberto da Penitenciária 1 Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, em Tremembé (SP), e para cachorros e gatos abandonados e abrigados por entidades de proteção aos animais. Eles esperam por uma família que os adote.
Foto: Nelson Duarte/Subvisa/Prefeitura do Rio |
Os animais vivem em um canil e
um gatil e os detentos são responsáveis pela alimentação, banho, tosa, limpeza
e carinho nos bichinhos. Os cuidados são temporários até que os cães sejam
adotados em uma feira, promovida por Organizações Não Governamentais (ONGs) de
cuidado animal responsáveis pelos pets.
Segundo a diretora de Trabalho
e Educação da Penitenciária 1 de Tremembé, Silvana Carvalho, nesta unidade há
um canil com 64 animais cujos cuidados ficam por conta de cinco detentos. Já o
gatil situa-se em Taubaté e dois sentenciados tomam conta dele.
Exigências
"Para trabalhar no canil
e no gatil o preso deve ser do regime semiaberto, ter bom comportamento e
demonstrar interesse e habilidade para lidar com os animais. Três dias de
trabalho reduzem a pena e eles [detentos] ganham remuneração de três quartos de
um salário-mínimo pago pela prefeitura", explicou Silvana.
A ideia foi da juíza Sueli Zeraide de Oliveira Armani, da 1ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté, Conselho da Comunidade e prefeitura, visando dar ocupação para os presos ociosos.
"Esse contato tem
resultados tanto para os sentenciados, trazendo afeto que eles não têm, quanto
para os cachorros que também precisam de cuidados e carinho. É uma troca que
gera para o detento mais calma, outra visão das coisas e mudança de comportamento
no coletivo dentro do pavilhão. É uma terapia para quem está no processo de
ressocialização", explicou.
Para a Claudia Segalla,
integrante do Conselho da Comunidade, a ideia visa a integração dos animais com
os presos, o que deu certo porque, por meio do amor natural dos animais, é
estabelecida uma comunhão com aqueles que estão privados de liberdade, havendo
uma integração entre eles.
“Esse projeto é maravilhoso,
porque atende dois excluídos pela sociedade. No caso dos presos, muitos deles
podem ser reeducados e reintegrados, e esse projeto colabora com isso”,
afirmou.
Convívio
Segundo Claudia, além disso,
outro ponto positivo é o aprendizado adquirido com essa atividade, porque ao
voltarem para o convívio na sociedade, os detentos podem até montar um negócio,
porque, ao serem selecionados para o trabalho, passam por treinamento e cursos
de cuidados com os animais. “Eles fazem curso de banho e tosa, por exemplo, o
que os ajuda a trabalhar em qualquer lugar”, explicou.
Ela destacou que o canil é de
primeira linha, com baias, local para armazenar ração, banho e tosa. No gatil
foi feito uma espécie de playground para os gatos. “No ano passado o espaço foi
aumentado para que os gatos tenham área para tomar sol”, detalhou.
Título e Texto: Flávia
Albuquerque; Edição: Kleber Sampaio – Agência Brasil, 9-4-2022,
12h13
Grande iniciativa. Logo teremos um monte de presos latindo e miando pelas ruas. Como?! Eles fugirão disfarçados de pets. Meu medo é que não haja postes suficientes nas ruas, para os cachorros fazerem xixi ou árvores em abundância para os gatinhos treparem fugindo dos guardas da Penitenciária de Tremembé.
ResponderExcluirCarina Bratt
Ca
de Sertãozinho, interior de São Paulo