A região da Praça XV sofre com assassinatos, destruição do patrimônio público, desordem, caos e destruição. A Polícia afirma que não tem efetivo para defendê-la, e a Guarda Municipal ninguém sabe, ninguém viu.
Cláudio André de Castro
A região da Praça XV e do Largo do Paço sofreu mais ataques de criminosos na noite de sexta-feira (1/04). Depois de ser quase que totalmente destruída no decorrer do governo de Marcelo Crivella, com furto das grades, bolas de canhão, letras, pedaços dos painéis e da própria espada, a estátua do General (Manoel Luís) Osório agora sofreu pichações em toda sua volta. Os vagabundos rabiscaram a estátua, e escreveram a expressão “+ Amor“, seja lá o que isto poderia querer inferir.
Não contentes em destruir a
estátua do grande artista Rodolfo Bernardelli, inaugurada em 1894,
os criminosos pichadores também imprimiram seus desprezíveis garranchos na
fachada do Paço Imperial, uma das construções mais importantes da cidade, que
sediou o único império europeu jamais governado a partir de uma cidade nas
Américas. Os bandidos picharam as colunas em cantaria que ficam no pórtico de
entrada do palácio que começou a ser construído em 1738 e sediou o ‘dia do
Fico’, em 1822, exatamente no ano do bicentenário de nossa
independência. O protetor do patrimônio Marconi Andrade publicou
fotos dos danos na internet.
As pichações no Paço Imperial
chocaram os amantes do patrimônio histórico-cultural brasileiro.
Na região, também a outra construção oitocentista, o boêmio Arco do Teles, também tem sido alvo de vandalismos, não só com os colorjets dos vadios, mas também com a colagem de cartazes e avisos de péssimo gosto em suas paredes, que estão muito descascadas e necessitando de reparos e pintura.
“Não há policiamento à
noite. Este é um problema claro. E o segundo é que a Guarda Municipal parece
não mais se prestar à finalidade de tomar conta do patrimônio público“,
disse ao DIÁRIO Paulo Camargo, contador com escritório nas
proximidades da Praça XV, e que observava os danos causados ao patrimônio
público pelos criminosos enquanto a reportagem inspecionava o local.
De fato, em reportagem de
semanas atrás, o Diário do Porto revelou que o BPTUR,
responsável pelo patrulhamento das áreas turísticas, não realiza nenhum
tipo de policiamento na região, mesmo com toda sua importância histórica. O
Tenente Coronel Róbson Arouche Martins Cardeal revelou o seu
descontentamento diante da situação de insegurança e abandono de uma área tão
importante da cidade.
“Gostaria muito de policiar
a Praça XV, um dos lugares históricos mais importantes do Rio de Janeiro. Mas
no Centro infelizmente só tenho efetivo para fazer patrulhamento na Lapa e no
Boulevard Olímpico”, disse o militar ao veículo.
O BPTUR, segundo o oficial,
conta com apenas 180 homens que se revezam em turnos. Esse efetivo permite
policiar a orla da zona sul, os aeroportos do Galeão e Santos
Dumont, além da Lapa e Boulevard Olímpico.
Como se não bastasse a escassez de recursos humanos, o Batalhão ainda perde
policiais para outras unidades da Polícia que pagam gratificações mais
elevadas, como as UPPs por exemplo. Esses agentes são diferenciados, uma vez
que falam pelos menos uma língua estrangeira, especialmente o inglês.
Além disso, o programa Centro Presente encerra as suas atividades às 22h e não tem funcionamento nos finais de noite e madrugadas. Durante a ausência do Centro Presente quem supostamente policiaria o local – e claramente não o faz – seria o 5º Batalhão de Polícia Militar da Praça da Harmonia cuja suposta atuação não impediu a depredação total do Monumento a Osório, as pichações de ontem ou crimes terríveis como o que vitimou o jovem folião Lucas Lucas Ferreira Viana, brutalmente assassinado no local no dia 7/03 por um bandido que é velho conhecido dos frequentadores do local.
Título, Imagens e Texto: Cláudio
André de Castro, Diário do Rio, 3-4-2022
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