domingo, 3 de abril de 2022

Praça XV sofre ação de vândalos, com pichações no Paço Imperial e na estátua a Osório

A região da Praça XV sofre com assassinatos, destruição do patrimônio público, desordem, caos e destruição. A Polícia afirma que não tem efetivo para defendê-la, e a Guarda Municipal ninguém sabe, ninguém viu.

Cláudio André de Castro

A região da Praça XV e do Largo do Paço sofreu mais ataques de criminosos na noite de sexta-feira (1/04). Depois de ser quase que totalmente destruída no decorrer do governo de Marcelo Crivella, com furto das grades, bolas de canhão, letras, pedaços dos painéis e da própria espada, a estátua do General (Manoel Luís) Osório agora sofreu pichações em toda sua volta. Os vagabundos rabiscaram a estátua, e escreveram a expressão “+ Amor“, seja lá o que isto poderia querer inferir.

Não contentes em destruir a estátua do grande artista Rodolfo Bernardelli, inaugurada em 1894, os criminosos pichadores também imprimiram seus desprezíveis garranchos na fachada do Paço Imperial, uma das construções mais importantes da cidade, que sediou o único império europeu jamais governado a partir de uma cidade nas Américas. Os bandidos picharam as colunas em cantaria que ficam no pórtico de entrada do palácio que começou a ser construído em 1738 e sediou o ‘dia do Fico’, em 1822, exatamente no ano do bicentenário de nossa independência. O protetor do patrimônio Marconi Andrade publicou fotos dos danos na internet.

As pichações no Paço Imperial chocaram os amantes do patrimônio histórico-cultural brasileiro.


Na região, também a outra construção oitocentista, o boêmio Arco do Teles, também tem sido alvo de vandalismos, não só com os colorjets dos vadios, mas também com a colagem de cartazes e avisos de péssimo gosto em suas paredes, que estão muito descascadas e necessitando de reparos e pintura.

Não há policiamento à noite. Este é um problema claro. E o segundo é que a Guarda Municipal parece não mais se prestar à finalidade de tomar conta do patrimônio público“, disse ao DIÁRIO Paulo Camargo, contador com escritório nas proximidades da Praça XV, e que observava os danos causados ao patrimônio público pelos criminosos enquanto a reportagem inspecionava o local.

De fato, em reportagem de semanas atrás, o Diário do Porto revelou que o BPTUR, responsável pelo patrulhamento das áreas turísticas, não realiza nenhum tipo de policiamento na região, mesmo com toda sua importância histórica. O Tenente Coronel Róbson Arouche Martins Cardeal revelou o seu descontentamento diante da situação de insegurança e abandono de uma área tão importante da cidade.

“Gostaria muito de policiar a Praça XV, um dos lugares históricos mais importantes do Rio de Janeiro. Mas no Centro infelizmente só tenho efetivo para fazer patrulhamento na Lapa e no Boulevard Olímpico”, disse o militar ao veículo.

O BPTUR, segundo o oficial, conta com apenas 180 homens que se revezam em turnos. Esse efetivo permite policiar a orla da zona sul, os aeroportos do Galeão e Santos Dumont, além da Lapa e Boulevard Olímpico. Como se não bastasse a escassez de recursos humanos, o Batalhão ainda perde policiais para outras unidades da Polícia que pagam gratificações mais elevadas, como as UPPs por exemplo. Esses agentes são diferenciados, uma vez que falam pelos menos uma língua estrangeira, especialmente o inglês.

Além disso, o programa Centro Presente encerra as suas atividades às 22h e não tem funcionamento nos finais de noite e madrugadas. Durante a ausência do Centro Presente quem supostamente policiaria o local – e claramente não o faz – seria o 5º Batalhão de Polícia Militar da Praça da Harmonia cuja suposta atuação não impediu a depredação total do Monumento a Osório, as pichações de ontem ou crimes terríveis como o que vitimou o jovem folião Lucas Lucas Ferreira Viana, brutalmente assassinado no local no dia 7/03 por um bandido que é velho conhecido dos frequentadores do local.

Título, Imagens e Texto: Cláudio André de Castro, Diário do Rio, 3-4-2022

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