sábado, 15 de outubro de 2022

Janonismo cultural

André Janones tem liderado uma fábrica de fake news sem nenhum escrúpulo, promovendo o assassinato de reputações de todo apoiador importante do presidente


Rodrigo Constantino

Todo truque petista consiste em uma só premissa: Bolsonaro é o capeta em pessoa, um Hitler reencarnado, um golpista, um fascista, logo, qualquer coisa pode ser feita para derrotá-lo. É o mesmo mecanismo chinfrim utilizado contra Trump nos Estados Unidos. O “vale-tudo” se dá a partir dessa narrativa tosca, que carece de qualquer fundamento.

Nada disso, porém, é novidade. A Escola de Frankfurt divulgou a ideia de que a direita será sempre reacionária, de que o sistema é opressor e racista, de que as instituições são simples instrumentos dessa “elite nefasta” e, portanto, todos os meios para derrubar essa gente do mal são aceitáveis. Não se pode tolerar o “fascismo”, então os “antifascistas” podem lançar mão de quaisquer armas para vencer esse combate.

O maior proponente dessa visão foi Marcuse, e Theodore Dalrymple resumiu bem o discurso vazio do revolucionário: “As ideias de Marcuse eram tão bobas que teriam sido engraçadas se ninguém as tivesse levado a sério. Apesar de ele estar quase esquecido hoje em dia, uma de suas ideias mais tolas e perniciosas, a da tolerância repressiva, está voltando, se não na teoria, na prática. De acordo com esse conceito, a repressão praticada pelos conservadores é intolerável, mas a repressão praticada pela esquerda é na verdade uma forma de libertação, e não representa repressão nenhuma”.

Foi dada a senha para que todo tipo de crime e violência fossem praticados pelos indivíduos, se ao menos eles se identificarem como esquerdistas lutando contra fascistas. Para marxistas em geral, os fins “nobres” sempre justificaram quaisquer meios. Esse adendo de Marcuse apenas serviu para liberar geral o nível de indecência e psicopatia, sempre em nome de uma “libertação”, sem que seja necessário especificar em detalhes o que está sendo libertado.

Chegamos, então, a essa campanha tosca do PT. Nas redes sociais, o principal nome apontado por Lula para comandar o show de terror é o do deputado André Janones [foto], recém-convertido ao petismo — ele terá de apagar postagens em que denuncia o elo entre Lula e ditadores comunistas. Janones tem liderado um verdadeiro gabinete do ódio nas redes sociais, uma fábrica de fake news sem nenhum escrúpulo, promovendo o assassinato de reputações de todo apoiador importante do presidente. 

O caso mais recente — e mais abjeto — envolveu o jovem Nikolas Ferreira, deputado mais votado do país, que tem sido peça importante na virada de Bolsonaro em Minas Gerais. O nível dos ataques desceu a um patamar nunca antes visto, sem falar da incoerência esquerdista — parece que existe a “homofobia do bem” agora também. Janones nem sequer tenta esconder que espalha mentiras. Ao contrário: ele se gaba de ter “costas quentes” no Supremo — e nenhum ministro reage, lembrando que quem cala consente.

Lula é, de longe, o maior responsável pela tática tribal do “nós contra eles”, jogando pobres contra ricos, negros contra brancos, gays contra heterossexuais

O capacho lulista chegou a pegar um trecho da fala de Bolsonaro e retirou o começo, para dar a entender que o presidente estava defendendo justamente aquilo que estava, na verdade, condenando. O vídeo teve grande repercussão, mas o TSE nem se manifestou. Parece que a “polícia contra as fake news” estava hibernando nesse momento, ou então estamos diante de uma seletividade digna de um partido político, jamais de um órgão independente de Estado.

Como ninguém consegue negar o jogo sujo — imundo! — praticado por Janones e outras figuras patéticas, como a mitomaníaca Patrícia Lélis, o jeito é passar pano e alegar que se trata de uma reação contra o bolsonarismo — esse sim, tosco, violento, mentiroso, nefasto. Foi justamente o que fez a assessoria de imprensa petista disfarçada de jornalismo. Na Folha de S.Paulo, uma “reportagem” dava o tom da palhaçada: ‘Janonismo cultural’ usa fake news contra fake news para furar bolha progressista — Tática de guerrilha digital é incorporada pelo campo antibolsonarista e dá a tônica do segundo turno nas redes.

Ou seja, o PT está apenas reagindo no mesmo tom, segundo o jornal de esquerda. Ocorre que tal afirmação não se sustenta por um minuto de uso da memória, quando lembramos que foi o PT quem sempre desceu o nível, demonizou seus adversários, rotulados de “fascistas” mesmo quando eram seus primos tucanos na disputa. Lula é, de longe, o maior responsável pela tática tribal do “nós contra eles”, jogando pobres contra ricos, negros contra brancos, gays contra heterossexuais, mulheres contra homens, trabalhadores contra empresários etc.

Os apoiadores mais tímidos de Lula, como os tucanos “moderados”, fingem que nunca viram nada disso, assim como fingem não ver Janones nas redes sociais. O que Arminio Fraga tem a dizer sobre esses métodos? O que Meirelles acha dessa postura? O que Elena Landau pensa sobre essas táticas baixas? Nenhum pio dos “liberais” que resolveram colaborar para a volta do ladrão à cena do crime, como diria o próprio Geraldo Alckmin. Estão todos “horrorizados” com o bolsonarismo e sua “ameaça” às instituições democráticas, sem qualquer necessidade de apontar casos concretos de ataques. Mas eles nada têm a dizer sobre o petismo e seus braços nojentos, violentos e perigosos, todos comandados pelo próprio Lula.

Janones não é uma reação necessária do petismo; é a própria essência do PT! Mas os malandros tucanos vão desconversar, repetir que “todos possuem seus radicais”, e voltar aos discursos fajutos de que é Bolsonaro em vez de Lula quem representa o real perigo à democracia brasileira. A esquerda oportunista nunca ligou para a realidade. Mas é importante que o indeciso saiba: ao votar no ladrão socialista, não é Arminio que ele vai levar para casa, e sim Boulos, Dirceu e Janones!

Título e Texto: Rodrigo Constantino, Revista Oeste, nº 134, 14-10-2022

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