quarta-feira, 7 de maio de 2014

Nosso destino é o garfo

Paulo Contreiras

Pegando carona nos brilhantes artigos de Almir Papalardo e Odoaldo Vasconcelos Passos em defesa de nossas aposentadorias, venho trazer meus próprios números em Reais para mostrar realisticamente o quanto somos garfados: contribuí para a Previdência Social durante 37 anos sempre através da mesma empresa, VARIG. Durante algum tempo pelo máximo de 20 salários mínimos que depois baixou para 10 salários. Ao me aposentar, o cálculo da Previdência foi de que eu teria direito a 6,7 salários. Achei pouco, mas como eu tinha o AERUS, resolvi colaborar com o Instituto e deixei para lá (doce ilusão). Hoje, se eu recebesse os 6,7 salários que eu tenho direito eu deveria estar recebendo 6,7 X 724,00 (salário minimo) = R$ 4.850,80. Entretanto eu recebo R$ 2.245,73. Multiplicando R$ 4.850,80 por 12 meses mais o 13º daria um total anual de R$ 63.060.40. Entretanto, eu recebo o total anual de R$ 2.245,73 x 13 = R$ 29.194,49, ou seja, sou garfado em R$ 63.060,40 - R$ 29.194,49 = R$ 44.86591 anualmente.

Não consigo quantificar o que já perdi ao longo de meu tempo de aposentado (23 anos). Considerando o número de aposentados que ganham acima de um salário, dá para ter uma ideia da montanha de dinheiro que o governo fatura em cima de nossas aposentadorias.

Não satisfeito com isto, resolveu taxar os aposentados que moram no exterior, em 25%. Não se contentou com 5% ou 10%, foi logo para 1/4 do salário. Faço votos para que os trabalhadores que moram no exterior consigam reverter este verdadeiro absurdo que absolutamente não se justifica.
O governo nos considera cidadãos de 2ª classe! Quanto mais velhos ficarmos menos ganharemos até que atinjamos o o mais baixo degrau na escala salarial, UM salário mínimo!
Como diria o Bóris Casoy: "ISTO É UMA VERGONHA!"                                
Título e Texto: Paulo Drummond de Macedo Contreiras, 82 anos de idade, 23 anos de aposentado AERUS e INSS.

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3 comentários:

  1. Jim, já te mostrei que no Brasil existe um conluio dos servidores que nos espolia. Em 1973 - quando terminou o teto de 20 sm do INSS - quem se aposentou com 20 sm pelo INSS hoje não recebe 6 sm, mas quem se aposentou pelo setor público com o mesmo salário hoje ganha mais que 20 sm por causa das regras de atualização salarial também - eles se aposentam como se estivessem trabalhando. Muitos dos que conheço dizem que foi a regra e que ela deve ser respeitada, mas como aceitar ser roubado?

    Exemplo: Eu passei em 2 concursos públicos federais e não fiquei em nehum porque quis produzir, hoje pago o preço, recebo menos de 1/7 do benefício deles. E pergunto:o que fizeram para receber essa bondade, apenas corporativismo.
    Artur Larangeira

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  2. Muito bom o artigo de Paulo Contreiras.
    Já notaram que os nossos candidatos (falo de Aécio ou Eduardo) não se pronunciaram clara e definitivamente se vão acabar ou não com o famigerado fator previdenciário?
    Que também nada disseram sobre a forma de calcular o salário dos aposentados que recebem acima do salário mínimo, se vão acabar ou não?
    Georges Henri J. Milcent

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  3. Descontamos sobre 20 mínimos até a ascensão do Collor em 1990. Daí em diante sobre 10 salários.
    Hoje, após 37 anos de contribuição, aos 65 de idade, tenho de me virar com 4 mínimos.
    Fala sério!
    À quem mesmo devemos reclamar?
    Fernando Vieira Dutra

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