sábado, 13 de junho de 2015

Problema de mercado

José Manuel

O azul acaba de retornar aos céus, de onde jamais deveria ter saído, ou melhor, ter sido expulso.
Portugal está de parabéns, pois mais uma vez nos mostra o caminho de como fazer, ordeira e responsavelmente um negócio que envolve os destinos de uma nação.

A TAP está de parabéns pois encontra o seu caminho moderno de gestão, liberando-se do Estado para alçar voos mais altos e rentáveis, sem perder o seu status de empresa bandeira de um país, o que é importantíssimo.

O seu presidente, Fernando Pinto, pela terceira vez de parabéns, porque depois de ter sido um dos maiores CEO’s  que o Brasil conheceu em empresas aéreas à frente da VARIG, manteve sob a sua nova função, a TAP, no ranking das melhores empresas da atualidade.

Depois de ter realizado uma engenharia comercial que tivesse levado a VARIG em agonia aos domínios da TAP, o que infelizmente não foi possível, agora nos brinda novamente com essa mesma engenharia, ao levar David Neeleman, dono da AZUL Linhas aéreas a participar da compra da TAP.

O exemplo é gritante em termos de responsabilidade social e não dá para não fazermos uma comparação com o sucedido à maior empresa Latino Americana de aviação, a VARIG.

Milhares de empregados e suas famílias foram postos na rua da amargura, configurando uma das maiores tragédias sociais que este país conheceu, além de prejuízo financeiro e de mercado ao país que perdeu uma empresa de ponta e renomado nome da aviação comercial, entregando toda uma malha aérea, os seus céus, para serem explorados por empresas estrangeiras, quando a sua própria bandeira, chegou a deter 56% do mercado para os Estados Unidos, além de ser uma referência no mercado mundial de aviação. Uma verdadeira aberração!

A agonia de uma empresa com oitenta anos de experiência foi selada por um indivíduo sem eira nem beira, totalmente ignorante no assunto, mas com o poder na mão. 

Com isso e outras barbaridades acontecendo o pior sempre se fará presente, pois quando não sabemos a quem dar o poder os destinos de uma nação estarão sempre fragilizados.

Hoje, doze anos depois, o que é pouquíssimo tempo em termos de história  o seu discurso de que a VARIG era um "problema de mercado", começa a ser melhor entendido, através de um histórico de corrupção infiltrado nas maiores empresas estatais, e que o tal problema de mercado não era bem aquele acadêmico conhecido, mas simplesmente um vagabundo problema de mercado paralelo como se está constatando todos os dias.

Com a volta do azul aos céus, começa uma nova esperança de que as cores laranja e vermelho se diluam no espaço, da mesma forma que apareceram, ou seja num palco de magia, pois a realidade é bem outra e todos a conhecem.

AZUL, voe para o infinito e além, e se depender dos quase cinquenta mil órfãos da VARIG, seus eflúvios positivos farão de você o filho que retorna a este país, trazendo a dignidade e o prazer de voar.
Parabéns!
Título e Texto: José Manuel, um órfão azul, 13-6-2015

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Um comentário:

  1. Fernando Pinto é reconhecidamente um excelente administrador de empresa aeroviária, porém a TAP/Azul deve ter presente que a aviação eventualmente é deficitária e acabou a dependência do governo português.
    Vale dizer que, a atenção e a boa administração deve ter continuidade, sob pena de acontecer com a empresa o mesmo que aconteceu no Brasil com a VASP: o governo do Est. de São Paulo se desvinculou e a má administração levou a VASP à falência. Desejamos sucessos à TAP/Azul.
    Antonio Augusto.

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