José Manuel
O azul acaba de retornar aos
céus, de onde jamais deveria ter saído, ou melhor, ter sido expulso.
Portugal está de parabéns,
pois mais uma vez nos mostra o caminho de como fazer, ordeira e
responsavelmente um negócio que envolve os destinos de uma nação.
A TAP está de parabéns pois
encontra o seu caminho moderno de gestão, liberando-se do Estado para alçar
voos mais altos e rentáveis, sem perder o seu status de empresa bandeira de um
país, o que é importantíssimo.
O seu presidente, Fernando
Pinto, pela terceira vez de parabéns, porque depois de ter sido um dos maiores
CEO’s que o Brasil conheceu em empresas aéreas à frente da VARIG, manteve
sob a sua nova função, a TAP, no ranking das melhores empresas da atualidade.
Depois de ter realizado uma
engenharia comercial que tivesse levado a VARIG em agonia aos domínios da TAP,
o que infelizmente não foi possível, agora nos brinda novamente com essa mesma
engenharia, ao levar David Neeleman, dono da AZUL Linhas aéreas a participar da
compra da TAP.
O exemplo é gritante em termos
de responsabilidade social e não dá para não fazermos uma comparação com o
sucedido à maior empresa Latino Americana de aviação, a VARIG.
Milhares de empregados e suas
famílias foram postos na rua da amargura, configurando uma das maiores
tragédias sociais que este país conheceu, além de prejuízo financeiro e de
mercado ao país que perdeu uma empresa de ponta e renomado nome da aviação
comercial, entregando toda uma malha aérea, os seus céus, para serem explorados
por empresas estrangeiras, quando a sua própria bandeira, chegou a deter 56% do
mercado para os Estados Unidos, além de ser uma referência no mercado mundial
de aviação. Uma verdadeira aberração!
A agonia de uma empresa com
oitenta anos de experiência foi selada por um indivíduo sem eira nem beira,
totalmente ignorante no assunto, mas com o poder na mão.
Com isso e outras barbaridades
acontecendo o pior sempre se fará presente, pois quando não sabemos a quem dar
o poder os destinos de uma nação estarão sempre fragilizados.
Hoje, doze anos depois, o que
é pouquíssimo tempo em termos de história o seu discurso de que a VARIG
era um "problema de mercado", começa a ser melhor
entendido, através de um histórico de corrupção infiltrado nas maiores empresas
estatais, e que o tal problema de mercado não era bem aquele acadêmico
conhecido, mas simplesmente um vagabundo problema de mercado paralelo como se
está constatando todos os dias.
Com a volta do azul aos céus,
começa uma nova esperança de que as cores laranja e vermelho se diluam no
espaço, da mesma forma que apareceram, ou seja num palco de magia, pois a
realidade é bem outra e todos a conhecem.
Vá AZUL, voe para o infinito e
além, e se depender dos quase cinquenta mil órfãos da VARIG, seus eflúvios
positivos farão de você o filho que retorna a este país, trazendo a dignidade e
o prazer de voar.
Parabéns!
Título e Texto: José Manuel, um órfão azul, 13-6-2015
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Fernando Pinto é reconhecidamente um excelente administrador de empresa aeroviária, porém a TAP/Azul deve ter presente que a aviação eventualmente é deficitária e acabou a dependência do governo português.
ResponderExcluirVale dizer que, a atenção e a boa administração deve ter continuidade, sob pena de acontecer com a empresa o mesmo que aconteceu no Brasil com a VASP: o governo do Est. de São Paulo se desvinculou e a má administração levou a VASP à falência. Desejamos sucessos à TAP/Azul.
Antonio Augusto.