domingo, 3 de novembro de 2019

[As danações de Carina] Minha querida “Quiança verde”

Carina Bratt

Eu tenho uma papagaia. Aliás, o termo certo, o correto, deveria ser, ou melhor, deve ser: eu tenho um “papagaio fêmea”. É comum, todavia, embora alguns achem errada a oração: eu tenho uma papagaia.  O nome dela se fosse um papagaio, seria Loura. Nada de Louro José. O Louro José é esquisito, tanto quanto suas aparições nas telinhas das manhãs da Globo. 

Longe disso. O Louro José é famoso e, além de ser personalidade televisiva, é empregado de carteira assinada da chata da Ana Maria Braga. Mas isso não vem ao caso. Estou falando da minha avezinha nativa. E como se trata de uma mocinha linda e muito simpática, é papagaia. Papagaia verdadeira. 

Posta essa questão, passemos ao nome com o qual lhe batizei. Tinha a ideia de colocar Loura, todavia, cheguei à conclusão que ficaria “meio muito esquisito”. Embora todo papagaio seja louro, o meu (perdão, a minha) nada tem a ver com os que usam as suas roupagens voltadas para essa cor.

Minha papagaia tem a vestimenta toda verde, com peninhas azuis acima do nariz, ou entre os olhos, o que, de certa forma, sobressai sobre o não maduro predominante visto em toda a sua pequena estrutura corporal. Para não me estressar, resolvi batizar a avezinha de “Quiança verde”. E pegou. 

Foto: Jair Moreira
A minha “Quiança verde” tem um particular. Uma pequena deficiência. Não é oriunda de nascença. Ela não voa. Quando veio para minha casa, chegou com uma parte faltosa, ou seja, aquele prolongamento da cauda que lhe permite alçar voos. Sem essa prerrogativa, a minha “Quiança verde” anda por toda a casa. A passos largos, Kikikikikiki...

Vive solta, em total e plena liberdade. Dia e noite. Ora está na sala, grudada numa cadeira que reservei para ela, ora no quarto, em cima da cama, ou então num pé de acerola que tenho entre outras plantações no quintal imenso que possuo. “Quiança verde” come na mesa, como se fosse um membro da família. Costuma passear comigo, dependurada em minha cabeça. Ou no pescoço.

Às vezes damos longos passeios por toda a extensão da propriedade. Ela se aboleta no meu braço ou na minha mão. Conversamos longos papos, colocando as fofocas em dia. Na hora de dormir nada de prender em gaiola. “Quiança Verde” se entoca embaixo da minha cama.

Ali, quietinha, o pescoçinho para trás, se entrega aos braços de Morfeu, o deus dos pets domésticos e somente sai para o dejejum quando o dia amanhece.

“Quiança Verde” tem uma percepção acima de qualquer suspeita. Chega a ser surreal. Quando chego da rua e meto a chave no cadeado do portão, ela sabe que sou eu. Faz um barulho danado, para chamar a atenção. Se por qualquer motivo não lhe der a devida atenção, chora.

É gratificante ver a papagaia chorando. Parece, a bem da verdade, uma bebezinha manhosa querendo colo materno. Muitas das vezes eu me ponho no lugar dela. Como uma “Quiança verde”, só que adulta, querendo me aconchegar nos braços de meu amado.

É o único momento que deixo um pouquinho de lado a minha “Quiança verde”. O bom nessa história de amor é que o meu amado não tem ciúmes da “Quiança”, entretanto, a “Quiança” tem ciúmes dele e demonstra esse sentimento, querendo bicá-lo a qualquer custo.
Título e Texto: Carina Bratt, do Rio de Janeiro. 3-11-2019

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2 comentários:

  1. Bom a todos os leitores falaremos sobre a papagaia foi dito no testo da senhora K B T sim de primeiro inpaquito uma companheira pronta para estar au lado tanto nas difilcudade ou na alegria para quem tem um exelente reputaçao e principalmente carácter sobre a palavra para não dizer palavrão vamos lá que seria linpar a bunda com espiga de milho sem querer arrancar os pelos anais kkk so uma expressão sem maldade sobre o francês bunda e olha que tem muitas bundas .Cul agora partindo para a o grego e falar embolado morfel deus do sonho ou sonhos profundos as veses podemos ate ficar sem folego por calsa da profundidade que estamos mas nada que não possa ser resouvido muito bem colocado morfel como deus do sonho temos sonhos ou tentamos realizalos sonhado com os nossos pesadelos dos sonhos mas o inportante e poder bater assas como a papagaia de olhos azuis bicando as acerolas no sítio e sempre bom ter uma avi para nos alefrar com teus cantos e encantos esta papagaia esta de parabéns voi o mais alto que poder sempre ponderar deslumbrar novos orizontes

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  2. Erivaldo, meu grande amigo "Preto". Gosto das suas tiradas, amo a sua simplicidade, amo a sua maneira alegre e divertida de colocar as palavras certas nos lugares certos. Amei de paixão o "limpar a bunda com espiga de milho sem querer arrancar os pelos anais. Continue me prestigiando. Lembra do video do javali dando susto nos leões? Se cuida. Kikikikikikiki.
    Carina Bratt
    de Sertãozinho, interior de São Paulo.

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