O presidente executivo da TAP,
Fernando Pinto, chegou há dez anos a Portugal. Este ano, por imposição da
'troika', esta é uma das empresas a privatizar no imediato.
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Foto: DN |
Quando Fernando Pinto se mudou
do Brasil para a TAP, em Novembro de 2000, não teve um recepção muito calorosa.
"Vocês não são bem-vindos aqui", terá sido uma das primeira frases
que Pinto e a equipa de gestores brasileiros que trouxe consigo ouviram dos
trabalhadores na primeira semana de trabalho.
Para quem conhece bem a
empresa e Fernando Pinto, a mudança que se deu em 2001 foi radical. Pinto era o
primeiro presidente executivo da TAP que percebia do sector. A família deste
luso descendente, neto de um português de Marco de Canaveses que foi para o Sul
do Brasil e abriu uma loja de ferragens, está ligada à aviação. Fernando Pinto
faz aeromodelismo desde os 16 anos e costuma voar no planador que tem no
aeródromo de Sintra, localidade que escolheu para viver com a mulher e os dois
filhos.
Quando chegou a Portugal, já tinha a missão de privatizar a TAP, e esta
é uma das tarefas que gostava de terminar. No primeiro ano na TAP, era
questionado muitas vezes se a história de que tinha deixado a Varig com uma
dívida de 800 milhões de euros era verdade, ao que respondia explicando que
quando assumiu a presidência da Varig, em 1996, a transportadora brasileira
tinha uma dívida superior a dois mil milhões de dólares.
O engenheiro mecânico de
formação, que começou a sua carreira na indústria da aviação em 1972, é visto
pelo ex-ministro dos Transportes António Mendonça como "a alma da
TAP". Para o ex-ministro, trata-se de um profissional "competente e
conhecedor do negócio e do sector e tem uma visão estratégica que para a TAP é
muito importante".
Nestes dez anos de gestão do
grupo TAP, a empresa tornou-se atractiva no transporte de passageiros, passando
de uma pequena companhia aérea que ligava Portugal à Europa para uma companhia
que lidera nas ligações da Europa ao Brasil, com dez destinos directos entre os
dois países e 74 voos semanais. Fernando Pinto operacionalizou, ainda, a compra
e a integração da Portugália na TAP, reforçando as ligações para França,
Espanha e Itália, e apontou os motores para África, onde já opera para 13
destinos e faz 61 ligações semanais. A TAP assegura, ainda, ligações para 49
destinos europeus e transporta na actualidade 9,1 milhões de passageiros, quase
o dobro dos cinco milhões que transportava há dez anos.
Reportagem de Ana Paula Lima, Diário de Notícias, 09-07-2011Indicação de Eraldo Moura
Grifos e Edição: JP
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Quem sabe a Gol que acaba de comprar a Webjet não se interesse, ou talvez o José Dirceu e o Lula(com uma mãozinha do BNDES), ou mais ainda aquele russo (não me lembro o nome)que quase comprou a Varig, talvez o Lap Chan....
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