Flor Edison da Silva Filho
O exemplo da Constituição
Americana deve ser seguido. Lá está dito que, sobre liberdade de opinião, de
religião, e de imprensa, o Congresso não legislará. É simples, direto, e
efetivamente assegura o que todo mundo quer: a liberdade.
A simples edição de uma lei a
respeito, qualquer que seja seu conteúdo, sempre significará algum cerceamento.
Não há hipótese de qualquer regulação que não represente um viés de censura.
É por isto que a Constituição
Americana dá um exemplo de sabedoria para o resto do mundo.
O mais impressionante é o fato
de que a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que introduziu o princípio da
liberdade nas regras constitucionais daquela nação, é do ano de 1791, ou seja,
tem mais de duzentos anos! E boa parte do mundo ainda não aprendeu a lição, nós
inclusive!
No Seminário recentemente
realizado pelo Partido dos Trabalhadores, em São Paulo, o assunto retornou à
pauta. Os argumentos são que a “imprensa é parcial, que exprime as opiniões dos
proprietários dos órgãos”, e outros tantos que seguem na mesma toada cujo
registro é dispensável, e, “por isso”, diz o texto da resolução proposta, “é
preciso lutar para que os meios de comunicação sejam efetivamente
democráticos”.
A conversa é velha, fiada, e
autoritária.
Para essa gente, ‘democrático
é tudo que eles resolvem em grupo’, no dito 'coletivo', como se, produzindo uma
votação interna, estivessem adotando uma prática saudável e democrática na
essência.
De onde tiraram que os donos
dos jornais não têm direito de externar sua opinião? De onde tiraram que a
imprensa tem que ser imparcial? De onde tiraram que jornalista não pode ter
ideologia? E divulgá-la?
Democracia, meus caros, é
isso: é cada um dispor da liberdade de dizer o que pensa.
Nós nunca somos imparciais, e
nem vocês!
Todos nós temos uma opinião,
que significa uma visão pessoal de mundo e uma interpretação também pessoal dos
fatos.
Garantir a liberdade é
assegurar esse direito a todos e a cada um, e não a alguns apenas.
Estabelecer o controle da imprensa
só significará autorizar as manifestações de uns e vedá-las a outros, porque
são diferentes ou contrárias às dos controladores. Em suma, o fim da liberdade.
E, por consequência, o fim da essência da democracia, cujos alicerces residem
precisamente na liberdade dos cidadãos, na liberdade de opinião.
Não surpreende que o partido,
que é totalitário por convicção, invista nesse tipo de controle exatamente
quando a imprensa está a denunciar desmandos de toda a ordem no governo
federal. Expelem o argumento sem qualquer pejo, e, sem nenhum rubor, falam como
se estivessem assegurando princípios democráticos.
Ninguém é obrigado a concordar
ou acatar a opinião divulgada por quem quer que seja, porém é filosoficamente
imoral tentar impedir que alguém emita e divulgue a sua opinião. E é isso,
precisamente, que a resolução adotada pelo PT propõe.
Depois disso, o PT não mais
tem autoridade para posar de ético ou democrático, ou mesmo republicano como,
na ridícula moda atual, costumam adjetivar a todo o momento.
Simples assim.
Título e Texto: Flor Edison da
Silva Filho, Advogado, 04-12-2011
Colaboração: Francisco Vianna
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