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Valfrido Chaves
Crimes hediondos, com
sistemática impunidade quando praticada por menores de idade, incomodam a
coletividade brasileira. Na imprensa ou discussões particulares, as palavras
“psicopata” e “perverso” predominam. O psicopata, por ser incapaz de
sentimentos e empatia, não diferencia entre chupar uma laranja e tirar uma vida
para satisfazer seu desejo. Já o perverso, geralmente mais cruel, mesmo não
sendo destituído de sentimentos, ele os tem “pervertidos”, cultivando paixões
cujas satisfações passam pelo sofrimento e aniquilamento de suas vítimas.
Assim, Gilles de Rais, nobre francês, marechal com 23 anos, foi digno ajudante
de ordens de Joana D’Arc em sua cruzada pela libertação da França. Num dado
momento descobriu-se em seu castelo mais de seiscentos esqueletos de crianças,
“carinhosamente” serradas e guardadas em gavetas.
Um psicopata, sem sentimentos
ou paixões, no máximo pegaria uma criança para pedir resgate, podendo matá-la
para não ser identificado. O perverso, leitor, seria alguém que, precocemente,
tanto vivenciou uma grande paixão quanto uma grande e dolorosa perda ou traição
que mutilou sua alma, condenando-o a este triste destino: fazer suas vítimas passar
pelo que ele passou, quando uma parte de sua alma foi destruída. Por isso o
perverso elimina suas vítimas apenas depois de ver, em seus olhos, o pavor de
que vai ser morto, ver seu sentimento de aniquilação. Neste ponto, convido o
leitor a refletir sobre a palavra “perverso”, que vem do francês “Pèr-vers”, ou
seja, o verso, o contrário do pai. O “pai” seria a figura integradora,
defensora da família e seus membros. Seu verso, ou contrário, seria aquele que
desune, separa, desintegra a alma individual ou coletiva.
Numa sociedade, leitor, há
pessoas e instituições perversas, isto é, que seduzem, inspiram confiança e
depois traem, desintegram, desunem. Políticos corruptos são exemplos de
perversão, porque traem a confiança neles depositada por pessoas ou grupos. Uma
Funai, que não ensina o índio a fazer uma cova de bananeira, mas permite que
outras instituições perversas, falsamente religiosas, mintam sobre seus
direitos e os manipulem para violar direitos de outros brasileiros, também é
uma instituição perversa. Perversos ainda são aqueles que, sob o manto de
defensores da Constituição e dos direitos indígenas, não vêem quem os
manipulam, induzindo-os à prática da violação de direitos constitucionais de
outros brasileiros. Renunciaram ao equilíbrio entre a defesa do índio, e o
direito límpido e claro que outros brasileiros têm a uma terra adquirida com
legitimidade conferida pelo próprio Estado brasileiro. Esquecem que a
Constituição não tem uma só página e que o fator "etnia" não torna
ninguém acima da lei.
É graças a tais perversões do
Estado brasileiro que Ricardo Bacha, Jussimara Bacha e seu filho se encontram sitiados por índios na sede desua fazenda Buriti, em Sidrolândia, sem que a reintegração de posse da
mesma seja cumprida. É o triunfo da perversão em órgãos estatais brasileiros,
conscientemente ou não, a serviço de ideologia retrógrada, repudiada por onde
já passou e de interesses antinacionais. É o triunfo da perversão, caro leitor…
Título e Texto: Valfrido M. Chaves, Psicanalista. Pós
Graduado em Política e Estratégia pela Adesg/UCDB, 18-05-2013
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