Um congresso avesso aos aposentados

Almir Papalardo

Um país da grandeza do nosso Brasil que quer situar-se entre as maiores potências mundiais, teria que dispor de uma envergadura ética e moral fortalecida, de uma justiça social plena, de uma perfeita proteção familiar e dedicação total aos seus valorosos trabalhadores.

Poderia e deveria ter um Congresso Nacional menos numeroso e mais produtivo, porque QUANTIDADE de parlamentares não é a mesma coisa que QUALIDADE de parlamentares! O Congresso é a espinha dorsal de uma nação, devendo todo cidadão sentir-se protegido pelo Poder Legislativo. Se falhar, estará comprometida toda a estrutura governamental do país.

Ele tem como principal função manter uma cidadania de qualidade e igualitária para todos os brasileiros, crianças, jovens e idosos, todos. Se o Congresso não conseguir manter este triunvirato em perfeita harmonia, com todos os seus deveres e direitos constitucionais preservados, não estará fazendo uma boa administração.

Como pode o Senado Federal e a Câmara dos Deputados manter o nariz empinado, com orgulho falso e ofuscado, quando vemos cidadãos mais idosos sendo vítimas de preconceito e discriminação? Como pode mais de 9,5 milhões de aposentados serem eternamente esquecidos e descartados, engabelados para aceitarem uma desigualdade que sofrem por imposição, com falsa justificativa de não quebrar de vez a Previdência Social, o que tornará mais grave ainda a situação, porque, aí serão 28 milhões de aposentados prejudicados?

Quanta insensatez! Faltam na verdade políticos abnegados, estadistas natos, patriotas verdadeiros com visão aguçada, e que queiram realmente legislar em benefício da população e não em seu próprio benefício! Os aposentados não querem benesses, e sim que seus direitos sejam aceitos e respeitados. Temos consciência de que não podemos competir com os trabalhadores da ativa; mas também não é justo que tudo o que construímos na vida laboriosa seja derrubado perversamente. Hoje, temos uma perda desleal na nossa aposentadoria, que já ultrapassa o percentual de 75%!!

Queremos que o nosso poder de compra não seja degradado; que não sejamos considerados cidadãos sem serventia, afinal, contribuímos também por 35 anos ou mais, para que o Brasil chegasse ao ponto em que hoje se encontra. Queremos que os nossos proventos acompanhem a correção anual da moeda. Por que dois percentuais diferentes nos aumentos dos aposentados? Afinal todos não pertencem ao mesmo RGPS?

No próximo ano haverá eleições presidenciais; vemos todos os partidos políticos empenhados e eufóricos em suas campanhas. Não vemos, entretanto, nenhum deles insinuar-se em aliviar a desdita dos aposentados. Continuam construindo uma casa, sem o respectivo telhado. Enquanto não colocarem este telhado (direitos do aposentado) na construção, este imóvel será sempre desvalorizado e sem sentido, de mau agouro, não adianta aumentar os cômodos. Seus engenheiros (congressistas) não enxergam o aposentado como um cidadão igual a qualquer outro, com direitos e deveres para serem observados! Quinze anos de perseguição ao aposentado ainda não foram suficientes para aplacar a sede vampirística no sangue do previdenciário. Façam campanha para colocação do referido telhado e, aí sim, será um novo imóvel, confortável, seguro, valorizado e admirado por todas as nações do mundo; e acima de tudo: justiça feita...

Título e Texto: Almir Papalardo, 18-9-2013 

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