quinta-feira, 1 de maio de 2014

Insensibilidade de António Costa


John Wolf
Irei tentar ser brando e comedido no uso das palavras, quando, em abono da verdade, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) mereceria ser insultado.

As famílias lisboetas bateram com a cara no portão do Parque Recreativo do Alvito neste 1 de Maio. Em pleno dia do trabalhador (ou o raio que o parta), António Costa demonstra inequivocamente (e mais uma vez) que não tem nível para interpretar o sentimento colectivo.

O "povo" já muito zangado, cabisbaixo e frustrado com o estado da nação, não tem margem de manobra para aturar idiotices autárquicas. Como ousa a CML fechar o Parque Recreativo do Alvito neste dia, quando tantas famílias aí encontram o seu refúgio gratuito, a sua tranquilidade, o seu descanso? Dia do trabalhador? Ou Dia do Autarca Atrasado Mental?

Provavelmente a resposta do chefe Costa seria qualquer coisa do género: "Há que respeitar o descanso do trabalhador neste dia com forte carga política e ideológica". Ah, sim? E que tal o respeito pelas crianças e as respectivas famílias? Não arranjam um porteiro e dois assistentes? Então façam uma requisição civil de dois ou três funcionários para abrir o parque do Alvito neste esplendoroso dia de piqueniques e convívio familiar.

O presidente da CML demonstra grande insensibilidade. Francamente. Quanto custa um beberete nos Paços do Concelho para receber um dignatário vindo do reino da Noruega? Quanto custam as belas projecções luminosas da Praça do Comércio?

Quanto vale a felicidade de tantos miúdos e graúdos que não dispõem de meios para dar um saltinho a Londres para umas compras de ocasião?

António Costa pode invocar o Santo e a Trindade, o livro sagrado da ideologia da Esquerda, os cadernos eleitorais, mas nada servirá para desculpar esta rudeza, este insulto aos seus munícipes.

Um cidadão nacional, com quem troquei algumas palavras em frente ao excelso portão trancado, despejou singelas frases de desencanto. Retenho estas em particular: "Fui emigrante vinte e dois anos na Suiça. Voltei em 2007. Se soubesse que iria encontrar esta merda, nunca tinha tirado os pés de Lausanne. Estou arrependido por ter voltado a esta miséria".
E eu acrescento; os lisboetas não podem admitir ser enxovalhados deste modo. Espero que caia uma chuva de reclamações na secretária do magnífico presidente da CML.
Título, Imagem e Texto: John Wolf, Estado-Sentido, 1º de maio de 2014

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