Atendendo solicitação para que
opinemos sobre o, digamos assim, debate entre os dois colegas, creio que ambos apenas
expressaram aquilo que presenciaram ou que viveram em ambientes diferentes, com
pessoas diferentes, e assim sendo formaram imagens diferentes do que era nossa companhia.
Nenhum está absolutamente
certo ou absolutamente errado. Na realidade, existiam duas companhias: uma
eminentemente técnica que enchia de orgulho os que nela trabalhavam, pela
excelência do serviço que prestavam o que foi reconhecido internacionalmente.
Se havia alguma coisa que o Brasil podia se orgulhar era o conceito que sua
empresa aérea de bandeira, a VARIG, ostentava. Tenho várias correspondências de
passageiros que se sentiam felizes e realizados quando no exterior adentravam
um avião da VARIG e se sentiam em casa. Pelo testemunho de vários colegas que
escreveram artigos em defesa de nossos direitos, notava-se que havia o orgulho
de vestir o uniforme da VARIG.
Por outro lado havia a VARIG,
digamos assim, política, administrativa, que expunha vários aspectos que
deixavam a desejar. Nosso colega e amigo VSROCHA em um de seus comentários se referiu ao Colégio
Concordante, como era conhecido o Colégio Deliberante, o que indicava que
alguma coisa estava errada, sinal que não tinha a respeitabilidade que devia
ter.
Ouvi em determinada ocasião um
presidente da VARIG dizer: “nós somos a VARIG, ela é de todos nós”, algo que na
realidade não era sentido por todos!
Quando ela acabou vimos que
ela não era de ninguém, ou talvez de alguns poucos. Apesar de eventuais erros cometidos por
diversas administrações quem acabou com a Varig foram planos econômicos
incompetentes e inconsequentes, a tal da defasagem tarifária. Houve ocasiões
que os aviões voavam lotados e davam prejuízo.
Não creio que o problema dos
aposentados do AERUS não seja resolvido por falta de empenho, por acomodação,
por desunião do grupo ou qualquer outro motivo. O que falta é apenas uma coisa:
Vontade política do Governo!
Nossa última ESPERANÇA é a JUSTIÇA. Se ela falhar,
que DEUS se apiede de NÓS e deste PAÍS.
Título e Texto: Paulo D. M. Contreiras, aposentado
AERUS, 82 anos, mais perto dos 83, aguardando por nossos direitos! Até quando?
07-08-2014
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No meu tempo, a Varig tinha possivelmente mais de 20 mil funcionários; então, era uma gigantesca torre de Babel psicológicamente falando. Naquele universo de colaboradores, havia a mistura de defeitos e qualidades que encontramos em todo grande aglomerado humano. Essa disparidade de características pessoais que, muitas vezes gerava conflitos pessoais era amenizada pela determinação em cumprir a missão primordial: atender o cliente da melhor maneira possível e fazer os aviões voarem com o menor gasto e a maior economia possível. A mágica visual para se atingir esses dois aspectos era o momento em que os colaboradores vestiam os seus uniformes que lhes davam orgulho e motivavam o mais estrito cumprimento do dever. Eu assisti conflitos pessoais onde, antes de chegar às "vias de fato" os envolvidos, de níveis profissionais diferentes se preocuparam em tirar os uniformes para preservar a respeitabilidade do símbolo da Varig! Eu vi muitas injustiças cometidas por pessoas instáveis que, eventualmente, usaram o nível hierárquico mais elevado para espezinhar ou prejudicar o subordinado. Em todos os casos que tive a oportunidade de acompanhar, esses colaboradores psicológicamente frustrados, que usaram a posição de mando como arma de ataque acabaram arrependidos e, algumas vezes, devido as reiteradas ocorrências conhecidas pelas chefias perderam o "mando de campo" e caíram no ostracismo. Felizmente, o astral irradiado pelas pessoas nobres e prontas a servir ao próximo era muito mais brilhante do que as ações negativas e, por esse motivo, os voos eram radiantes, os passageiros ficavam extremamente satisfeitos e, depois de chegar aos destinos iam para a loja para reservar a passagem de volta pela Varig. Hoje, tenho pena daquelas pessoas instáveis, mal humoradas ou mal intencionadas que não souberam aproveitar o "lado iluminado" da Varig e da nossa profissão! Ã bordo eu sempre dizia: QUEM NÃO VIVE PARA SERVIR NÃO SERVE PARA VIVER!
ResponderExcluirDelenda est PT!
Alberto José
Alberto e Contreiras, saudações, pena que sem a foto não lembro do Alberto, mas do comandante Contreiras quem esqueceria, além de habilidade pessoal era um "Gentleman".
ResponderExcluirConflitos pessoais sempre existiram, isso porque davam cargos importantes a incapazes.
E não falo só do voo, quando saí para ser F/E da manutenção meu ex-chefe era um poço sem fundo de ignorância. Isso tivemos em diversas áreas,pessoas sem condições nenhuma de liderar nada. Não quero dizer com isso que eu tinha capacidade para tal.
Vou contar um episódio:
No curso de mecânico de voo de Electra-II tinham grupos que colavam entre si vergonhosamente nas provas, era um tal de dez e noves para todo lado, e o pessoal do ensino não dava bola, não estava nem aí, e as notas significavam a lista de classificação.
Bem teve uma prova de peso e balanceamento e eu tirei 10, a nota mais alta depois da minha foi um 4. Houve um rebuliço queriam a anulação da prova, com a qual não concordei. Eu era um dos últimos na tal senoridade, com essa prova e o EXAME do DAC acabei em terceiro. Era assim que funcionava os setores da nossa Varig.
Vi certa vez o checador mandar o comandante em cheque no simulador largar os controles porque acreditava que o mesmo estava com defeito de tão perfeito que era os procedimentos do checando em qualquer situação de emergência o 707. Erros de operacionabilidade foram varridos para debaixo do tapete, aviões mal balanceados, aviões sem combustível suficiente, aviões com take off data errados, gente que não falava NOTHING de inglês, gente que bebia a bordo, afinal ate´eu prevariquei vendo incidentes que deveriam ser passíveis de demissão.
Outra vez com toda a diretoria de operações à bordo no caviar do DC-10 que era o voo de Madrid Pequei um avião que voava há quase um mês um mês sem passar no preferential check. Os geradores só entravam em paralelo com a usina externa acoplada ao avião. Quando fiz o cheque, a frase do diretor de operações na época foi:
- Tinha que ser você o desmancha prazeres.
Tem certos episódios hilários, havia em Porto Alegre cerca de 100 manches de aviões Convair 990, se me lembro, tinham 2, e compraram 100.
Alguém viu manche de avião quebrar?
Realmente que não vive para servir, não serve para viver.
Vou mais longe, quem prevarica com nós fizemos tem de fazer o "mea culpa" também.
Quantos acidentes tivemos por causa de arrogância e falta de treinamento, e obrigação de reciclar certos operadores?
Durante o curso de CRM, como sou muito radical me colocaram a discutir quem tinha feito um melhor resumo, com um comandante ruim de negócio, e ficaram todos na expectativa, foi 1 minuto de papo dei 6 para o dele e 4 para o meu, ganhamos o grupo. Um copiloto do grupo deles deu 9 para o nosso comandante.
O comandante era o Caldeira, ruim de transa, meu papo foi simples:
- Caldeira dou 6 para o teu você da 4 para o meu, e vamos tomar café e fumar um cigarro, estão todos esperando nossa briga.
E assim foi.
Todo mundo é brilhante, basta ler, e adquirir conhecimentos, quem não queria que viva no escuro e acenda a lâmpada.
Bom dia...
À respeito de FEs que passaram colando, eu soube de um que respondeu na prova de mecânica o seguinte:
ResponderExcluirO que é anel de segmento?
Resposta: É um anel que vem depois do outro!
Teve um que me perguntou porque o balão subia?
ResponderExcluirEu novato, disse que era porque o ar quente ficava mais leve que o ar isso fazia o efeito de subir.
Ele no alto de sua sabedoria me disse:
Negativo, é um empuxo debaixo para cima igual ao peso do volume deslocado.
Em meu silêncio moí os osso de Arquimedes.
Essa abaixo é verídica!
Voo de sampa para Manaus, na madrugada nosso comandante lia os classificados do estadão, vira-se para nós e pergunta onde ficava Rio Piscoso, porque o anúncio dizia:
Vende-se sítio perto de rio piscoso.
Leitura e conhecimento não fazem mal à saúde.
JONATHAS X WALDO!! A que ponto se chega!
ResponderExcluirDesde quando o meu comentário, poderia gerar "tal" consequência, sendo que apenas exprimi o que ví e senti nos anos que trabalhei na pioneira, isso em 2 oportunidades?
Fui da Real-Aerovias Brasil e na eminência do final (feliz para o cmte. Linneu Gomes, que soube
jogar a última cartada da sua vida), saí da empresa, pois já trabalhava no Canal 7 e gostava do
ambiente, sempre cruzando com as celebridades da época, muitas bem melhores do que as atuais, porém, sempre existe um porém, tive um diretor que lamentavelmente era um maluco e diante da sua maluquice, para evitar um problema maior e, como eu não sabia que meses depois ele seria defenestrado pelo próprio Paulo M. de Carvalho, saí da emissora, indo para a Band, que se instalava no Morumbi.
Muito trabalho para montar a parte técnica da emissora, porém o pouco dinheiro me fez sair e a convite do meu antigo chefe na Real Lourival Ruffato (que no momento deve estar trabalhando nas comunicações do outro lado da vida), retornei, agora Varig. Lá fiquei por cerca de uns 7 meses e para o espanto meu e do meu chefe e amigo, fui demitido, juntamente com o meu colega, Paulo Sokolovisky (o qual parece que de acordo com o que sei, já está também do outro lado da vida), porque o setor estava sendo desativado. Não demorou nada, fui convidado novamente à retornar, porque tinha havido um erro em POA, portanto, poderia voltar sem problema, o que p.d.v., não o fiz ao invés do Paulo, só retornando em 1969 a convite novamente do Lourival, aonde permaneci até a minha aposentadoria especial, antecipada em 1 ano em 1993, isso porque já era evidente e preocupante, a situação da pioneira.
Alguns dos colegas, poderão até me condenar por "falar mal" da empresa, porém quero deixar devidamente claro que sou agradecido por nela ter conseguido, com suor e lágrimas as vezes, a aposentadoria, mas, não posso deixar de lado, de criticar aquilo que vi no decorrer do tempo e que fatalmente exerceu um papel fundamental em sua falência; um exemplo disso, foi a terceirização burra e inconsequente havida, mas que deve ter colaborado para uma ampla série de beneficiados espúrios, dentro da própria Varig, na qual trabalhavam.
(Continua)
Um colega, fez um relato daquilo que viu no setor de operações da empresa e, até comenta a respeito dos incompetentes que lá trabalharam e, sem entrar no mérito da questão, não foi só lá que isso aconteceu e inclusive conheci um desses incompetentes, no setor que trabalhei. Na minha visão, o que pensar ao saber (já estava aposentado), da existência de um japonesinho, com cerca de 1,50 de altura, que em parceria com um outro alguém, adquiriu um 737, através da Varig Travel, para voos charter (se não estou enganado!), aonde todo abastecimento e manutenção era feito graciosamente pela Varig-Varig-Varig? Isso era comentado nos corredores da empresa e aconteceu alguma coisa? Sim, aconteceu! A Varig faliu e a "outra", com mais jatos, ainda sobreviveu um bom tempo e, só faliu devido a incompetência de Yutaca e sua troupe.
ExcluirPoderia eu ainda falar que era sabido ter havido até ameaça de morte a esse nanico, que o fazia andar com seguranças e usar colete a prova de balas, mas adianta? Isso era o que eu sabia, em minhas andanças dentro da empresa depois de aposentado, nos contatos com colegas, na barbearia!!
Um colega disse que devido ao grande número de funcionários e devido a heterogeneidade existente, nada impede o sucesso da empresa, isso é logico: é só pensar no Sr. Ermirio de Morais, porém, relembro que muitas empresas fecharam as suas portas devido a desunião e corrupção havidas, até mesmo em empresas familiares (ex. Pão-de-açúcar, Bombril e outras), sendo que o motivo principal sempre foi a cobiça, a falta de organização, a corrupção e etc…
O pior no nosso caso, foi a falta de um compromisso maior com a empresa que serviram e neste caso, me recordo da atitude nociva do colegiado da Varig (acho que em 2002/3), que em determinado momento, aquele em que o governo petista queria que a Tam adquirisse a Varig, sendo que esta seria a minoritária, o que fez o colegiado? De acordo com o que eu soube, o colegiado votou positivamente. Não teria sido um verdadeiro ato de traição que deve ter feito o Sr. Ruben Berta virar no caixão? Bando!!!
(Continua)
Pensar o quê depois disso e para não me estender mais, num assunto sujo e que pertence ao passado, apenas relembro um possível boato que me fez pensar muito. Ouvi muito tempo depois da morte do Sr. Hélio Schimidt, quando as "coisas" não estavam nada bem, sobre uma última reunião que ele fez. Ele já estava muito doente e naquela reunião, ele alertou aos presentes sobre a grave situação que a aviação mundial já vivia com o aumento dos combustíveis e naquela ocasião, alertou sobre medidas que deveriam ser tomadas de imediato, para se adequar e superar o grave momento, pois em visão, as "coisas" iriam piorar e inclusive alertou (assim ouvi), que tomassem muito cuidado na eleição, que o iria substituir, pois teria que ser alguém de muito preparo e pulso firme.
ExcluirFoi isso que aconteceu??
Bom! Penso que devo ter sido claro e nunca pensei em afirmar que o que aconteceu no passado, foi apenas um simples erro de percurso a que todos estamos sujeitos, mas sim, algo diferente e quem sabe, num outro país, com leis mais severas, teriam posto na cadeia um monte de dejetos humanos, que infelizmente só nos fizeram o mal e nisso eu incluo alguns da FRB e do próprio AERUS.
Para encerrar, peço que deixem de lado a errada e nociva expressão VERSUS, isso porque, do jeito que já somos unidos, NADA ACRESCENTA!! Mais ação e menos blá-blá-blá!!
Sem mais,
Waldo Deveza